sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

São Pedro Claver

 

 

São Pedro Claver, Padroeiro das Missões Católicas entre os Negros


Presbítero Jesuíta (1580 – 1654)

Origens 

São Pedro Claver nasceu em Verdú, na Catalunha, em 25 de junho de 1581, e não pertencia a uma família nobre. Fez o noviciado em Tarragona, os estudos filosóficos em Palma de Maiorca; e iniciou os teológicos em Barcelona. Ele ainda não havia terminado seus estudos quando foi destinado à missão de Nova Granada, como era chamada a atual Colômbia. 

Missão

O jovem desembarcou em Cartagena, em 1610, e foi ordenado sacerdote, em 1616, naquela missão onde, por 44 anos, trabalhou entre os escravos afro-americanos, em um período de forte tráfico.

Servo dos Negros

Educado na escola do missionário Alfonso de Sandoval, Pedro tornou-se servo dos negros para sempre “Aethiopum semper servus”; na época, todos os negros eram chamados etíopes. As costas litorâneas — onde milhares de pessoas eram abandonadas, arrancadas sem nenhum remorso da sua vida familiar e da sua terra —, transformaram-se em campo de apostolado para o jovem Jesuíta.

Cuidado com os  Negros Deportados 

Todas as vezes que Pedro era avisado sobre a chegada de novos escravos apinhados nos navios, entrava no mar, com o seu barco, para encontrá-los e levar-lhes comida, ajuda e conforto. Curava as suas feridas, pedia esmola para comprar-lhes vestidos e matar sua fome.

Lutava ao lado dos Negros 

Despertava em cada um o sentido da própria dignidade humana; levava a fé aos não batizados; encaminhava-os ao conhecimento e à prática das virtudes evangélicas. Para quem vivia com corrente nos pés e sob o açoite dos feitores, a esperança vinha de Nosso Senhor.

Sacramento: batizou 400 mil pessoas

Aprendeu a língua dos angolanos e serviu-se de outros 18 intérpretes para instruir os escravos. Com essa proposta, Pedro de Claver batizou cerca de quatrocentos mil negros durante os quarenta anos de missão apostólica. Foram atribuídos a ele, ainda, muitos milagres de cura.

Pela sua obra incansável, foi acusado de descuidar e profanar os Sacramentos, administrando-os a criaturas que “mal entendiam”.

Páscoa

Em 1650, adoeceu com a peste: sobreviveu, mas pelo resto da vida não pôde mais trabalhar. Nos últimos quatro anos de sua existência terrena passou imobilizado na enfermaria do convento. O homem que fora a alma da cidade, pai dos pobres e consolador de muitas desgraças, foi completamente esquecido por todos, passando o tempo em oração. São Pedro Claver morreu em 8 de setembro de 1654, na Colômbia.

Via de Santificação

Em 16 de julho de 1850, foi beatificado por Pio IX e, em 15 de janeiro de 1888, canonizado por Leão XIII, junto com Alfonso Rodriguez. Em 7 de julho de 1896, foi proclamado Padroeiro de “Todas as Missões Católicas entre os Negros”.

Minha oração

“São Pedro, lhe pedimos que nos ajude a dissipar toda discriminação, toda a desigualdade, todo preconceito. Que sejamos portadores da justiça divina e possamos implementar o Reino celeste aqui nessa terra. Por Cristo, Senhor nosso. Amém!”

São Pedro Claver, rogai por nós!

fonte: https://santo.cancaonova.com/santo/sao-pedro-claver-padroeiro-das-missoes-catolicas-entre-os-negros/ 

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Missionário na Colômbia, declarado “Apóstolo dos Negros” e padroeiro das Missões entre os Negros.

Nascimento
26/06/1580, em Verdú, Urgell, Lleida, na Catalunha

Morte
08/09/1654, em Cartagena, Novo Reino de Granada, Império Espanhol

Beatificação
20/07/1850, em Roma, pelo Papa Pio IX

Canonização
15/01/1888, em Roma, pelo Papa Leão XIII

Festa Litúrgica
09 de Setembro

Onde Foi Congregado
No Colégio dos Jesuítas em Viena, Áustria

São Pedro Claver foi um sacerdote jesuíta catalão e missionário que nasceu em 1580 em uma família de agricultores que era devotamente católica e próspera na aldeia de Catalã de Verdú, Urgell, localizada na província de Lleida. Ele nasceu 70 anos depois que o rei Fernando da Espanha pôs em marcha a cultura da escravidão colonial.

Mais tarde, como estudante da Universidade de Barcelona, Claver ficou conhecido por sua inteligência e piedade. Após dois anos de estudo, ele escreveu essas palavras no seu caderno, que durou até o fim de sua vida: “Devo me dedicar ao serviço de Deus até a morte, entendendo que sou como um escravo.”

Após a conclusão de seus estudos, ingressou na Companhia de Jesus em Tarragona, aos 20 anos. Quando completou seu noviciado, foi enviado para estudar filosofia em Palma. Lá conheceu o porteiro do Colégio Santo Afonso Rodríguez, um irmão leigo que era conhecido por sua santidade e dom de profecia. Rodríguez achava que Deus lhe dissera que Claver iria passar a vida a serviço nas colônias da Nova Espanha e frequentemente pedia para que o jovem estudante aceitasse esse chamado.

Claver se ofereceu para as colônias espanholas e foi enviado para o Reino de Nova Granada , onde chegou à cidade portuária de Cartagena em 1610. Foi necessário esperar seis anos para ser ordenado sacerdote. Enquanto fazia seus estudos teológicos, ele morava em casas jesuítas em Tunja e Bogotá . Durante esses anos preparatórios, ele ficou profundamente perturbado com o tratamento severo e as condições de vida dos escravos negros trazidos da África.

O predecessor de Claver, em sua eventual missão ao longo da vida, Pe. Alonso de Sandoval, foi seu mentor e inspiração, por ter se dedicado a servir os escravos por 40 anos antes que Claver chegasse para dar continuidade ao trabalho. Sandoval achou Claver apto e quando ele professou solenemente seus votos, em 1622, assinou seu documento final com os dizeres em latim: Petrus Claver, aethiopum semper servus (Pedro Claver, servo dos etíopes para sempre).

Claver dirigiu-se ao cais assim que um navio negreiro entrou no porto, embarcando no navio, ele entrou nos porões para tratar e ministrar a carga humana terrivelmente maltratada, que sobreviveu a uma viagem de vários meses sob condições horríveis. Depois que os escravos foram arrebanhados do navio e redigidos nos quintais próximos para serem examinados por uma multidão de compradores, Claver juntou-se a eles com remédios, comida, pão, brandy, limões e tabaco. Com a ajuda de intérpretes e fotos que ele carregava consigo, ele deu instruções básicas.

Claver viu os escravos como companheiros cristãos, encorajando-os a fazê-lo também. Durante a temporada em que os traficantes não aportavam, Claver atravessou o país visitando plantações após plantações para dar consolo espiritual aos escravos. Durante os 40 anos de ministério, estima-se que ele tenha catequizado e batizado mais de 300 mil escravos.

O trabalho de Claver em favor dos escravos não o impediu de ministrar às almas de membros prósperos da sociedade, comerciantes e visitantes de Cartagena (incluindo muçulmanos e protestantes ingleses), tendo também condenado criminosos, muitos dos quais ele espiritualmente preparou para a morte. Também era um visitante frequente nos hospitais da cidade.

Nos últimos anos de sua vida ele estava doente demais para deixar seu quarto, permaneceu negligenciado, esquecido, fisicamente abusado e privado de comida durante quatro anos, por um ex-escravo que havia sido contratado pelo superior da casa para cuidar dele. Nunca reclamou de seu tratamento aceitando-o como punição justa por seus pecados. Veio a falecer em 08/09/1654.

Quando as pessoas da cidade souberam da sua morte, muitos forçaram-se a entrar no seu quarto para prestar os últimos cumprimentos. Tal era a sua reputação de santidade que eles despiram tudo para servir como uma relíquia do santo.

Ficou conhecido como “Apóstolo dos Negros” e padroeiro das Missões entre os Negros

fonte:https://salvemaria.com.br/santos/pedro-claver/



O escravo dos escravos

Quando um navio carregado de escravos chegava ao porto, o Padre Claver acorria imediatamente numa pequena embarcação, levando consigo uma grande provisão de biscoitos, frutas, doces e aguardente.

Aqueles seres embrutecidos por uma vida selvagem e exaustos pela viagem realizada em condições desumanas, olhavam-no com temor e desconfiança. Mas ele os saudava com alegria e por meio de seus auxiliares e intérpretes negros – tinha mais de dez – dizia-lhes: “Não temais! Estou aqui para vos ajudar, para aliviar vossas dores e doenças.” E muitas outras frases consoladoras. Porém, mais que as palavras, falavam suas ações: antes de mais nada, batizava as crianças moribundas; depois recebia em seus braços os enfermos, distribuía a todos bebidas e alimentos e fazia-se servo daqueles desventurados.

Reflexos de um imenso amor

Sua ardente e inextinguível sede de almas era apenas o transbordamento visível das labaredas interiores que consumiam a alma deste discípulo de Cristo. Significativos indícios levantam um tanto o véu que cobriu durante sua vida o altíssimo grau de união com Deus que ele havia atingido.

“Todo o tempo livre de confessar, catequizar e instruir os negros, dedicava- o à oração”, narra uma testemunha. Repousava diariamente apenas três horas, e passava o resto da noite de joelhos em sua cela ou diante do Santíssimo Sacramento, em profunda oração, muitas vezes acompanhada de místicos arroubos. Grande adorador de Jesus-Hóstia, preparava-se todos os dias durante uma hora antes de celebrar o Sacrifício do Altar, e permanecia em ação de graças meia hora após a Missa, não permitindo que ninguém o interrompesse nesses períodos.

Ilimitada também era sua devoção a Nossa Senhora. Rezava o Rosário completo todos os dias, ajoelhado ou andando pelas ruas da cidade, e não deixava passar nenhuma festa d’Ela sem organizar solenes celebrações, com música instrumental e coral.

Longo calvário

Aquele varão, que tinha passado a vida fazendo o bem, que tantas dores havia aliviado e tantas angústias consolado, teve de padecer, como seu Divino Modelo, indizíveis tormentos físicos e morais antes de ser acolhido na glória celeste. Após 35 anos de intensíssimo labor apostólico e 70 de idade, caiu gravemente enfermo. Pouco a pouco foram-se paralisando as extremidades de seus membros, e um forte tremor agitava continuamente seu corpo extenuado. Tornou-se “uma espécie de estátua da penitência com as honras de pessoa”, relata uma testemunha.

Os últimos quatros anos de existência terrena, ele os passou imobilizado na enfermaria do convento. E, por incrível que pareça, este homem que havia sido a alma da cidade, o pai dos pobres e o consolador de todas as desventuras, foi completamente olvidado por todos e submergido no esquecimento e no abandono. Passava os dias, os meses e os anos em silenciosa meditação, contemplando da janela da enfermaria a imensidade do mar e escutando a melodia das ondas que se rompiam contra as muralhas da cidade. A sós com a dor e com Deus, aguardava o momento do supremo encontro.

Um jovem escravo fora designado pelo superior da casa para cuidar do doente. Entretanto, esse que deveria ser enfermeiro não passava de bruto algoz. Comia a melhor parte dos alimentos destinados ao paralítico e “um dia o deixava sem bebida, outro sem pão, muitos sem comida”, segundo conta uma testemunha da época. Também “o martirizava quando o vestia, governando-o com brutalidade, torcendo-lhe os braços, batendo nele e tratando-o com tanta crueldade como desprezo”. Porém, nunca seus lábios proferiram a menor queixa. “Mais merecem minhas culpas”, exclamava às vezes.

Glória já nesta terra: “Morreu o santo!”

Certo dia de agosto de 1654, disse Claver a um irmão de hábito: “Isto se acaba. Deverei morrer num dia dedicado à Virgem”. Na manhã de 6 de setembro, à custa de um imenso esforço, fez- se conduzir até a igreja do convento e quis comungar pela última vez. Quase se arrastando, aproximou-se da imagem de Nossa Senhora dos Milagres, diante da qual havia celebrado a sua primeira Missa. Ao passar pela sacristia, disse a um irmão: “Morro. Vou morrer. Posso fazer algo por vossa reverência na outra vida?” No dia seguinte, perdeu a fala e recebeu a Unção dos Enfermos.

Sucedeu, então, algo de extraordinário e sobrenatural. A cidade de Cartagena pareceu acordar de uma longa letargia e por todos os lados corria a voz: “Morreu o santo!” E uma multidão incontenível dirigiu-se para o colégio dos jesuítas, onde agonizava Pedro Claver. Todos queriam oscular suas mãos e seus pés, tocar nele rosários e medalhas. Distintas senhoras e pobres negras, nobres, capitães, meninos e escravos desfilaram nesse dia diante do santo, que jazia sem sentidos em seu leito de dor. Só às 9 horas da noite os padres conseguiram fechar as portas e assim conter aquela piedosa avalanche.

E assim, entre 1h e 2h da madrugada de 8 de setembro, festa da Natividade de Maria, com grande suavidade e paz, o escravo dos escravos adormeceu no Senhor.

fonte:https://www.arautos.org/secoes/artigos/especiais/sao-pedro-claver-o-escravo-dos-escravos-143521 

 

O campo de batalha

A cidade de Cartagena constituía, nessa época, um dos pontos principais de comércio entre a Europa e o novo continente, e juntamente com Veracruz, no México, eram os dois únicos portos autorizados para a introdução de escravos africanos na América Espanhola. Calcula-se que cerca de dez mil escravos chegavam anualmente a esta cidade, trazidos por mercadores, geralmente portugueses e ingleses, que se dedicavam a este vil e cruel comércio.

Esses pobres seres, arrancados das costas da África, onde viviam no paganismo e na barbárie, eram trazidos no fundo dos porões dos navios para serem vendidos como simples objetos e finalmente destinados ao trabalho nas minas e nas fazendas onde, depois de haver vivido sem esperança, morriam miseravelmente sem o auxílio da religião.

Converter esses milhares de infelizes cativos e lhes abrir as portas do Céu, foi a missão à qual Pedro Claver consagrou toda a sua existência.

Assim, quando chegou o grandioso e esperado momento de emitir os votos solenes, pelos quais se comprometia a ser obediente, casto e pobre até a morte, assinou o documento com a fórmula que doravante seria a síntese de sua vida: Petrus Claver, æthiopum semper servus. – “Pedro Claver, escravo dos africanos para sempre”. Tinha 42 anos de idade.

fonte:https://templariodemaria.com/santo-do-dia-09-de-setembro-sao-pedro-claver/