ORAÇÃO
PREPARATÓRIA PARA A VIA SACRA
Meu Senhor Jesus Cristo, que seguistes,
com amor infinito, o caminho doloroso do Calvário, e aí morrestes num patíbulo
de infâmia, dai-me a graça de vos acompanhar, e de unir as minhas lágrimas ao
Vosso Sangue precioso...Tenho ardente desejo de consolar o Vosso Coração tão
amargurado pelos nossos pecados e de me associar à Vossa dolorosa paixão e
morte...Quem me dera sofrer e morrer por Vós, que sofrestes e morrestes por
mim!...Ó Jesus, eu vos amo de todo o meu coração; arrependo-me sinceramente de
vos ter ofendido (e prometo, com a Vossa graça, nunca mais vos tornar a
ofender). Dignai-vos, meu querido Senhor, conceder-me as indulgências com que
vossos vigários enriqueceram este santo exercício, e recebei-as em satisfação
dos meus pecados, e em sufrágio das almas do purgatório.- Ó Maria, Rainha dos
mártires, dai-me o amor e a dor, com que acompanhastes ao Calvário, o Vosso
inocentíssimo Jesus. Amém (Angelina Scalon)
A Via-Sacra
A devoção da Via Sacra consiste na oração mental de acompanhar o Senhor Jesus
em seus sofrimentos conhecidos como a paixão de Nosso Senhor, a partir do
Tribunal de Pilatos até o Monte Calvário.
Esta maneira de meditar teve origem no tempo das Cruzadas (século X). Os
fiéis que peregrinavam na Terra Santa e visitavam os lugares sagrados da Paixão
de Jesus, continuaram recordando os passos da Via Dolorosa de Jerusalém. Em suas
pátrias, compartilharam esta devoção à Paixão. O número de 14 estações fixou-se
no século XVI.
Há muitas meditações da Via Sacra. Aqui oferecemos uma das versões do "Guia
da Devoção à Misericórdia Divina", adaptada, e a nova Via-Sacra, apresentada
pelo Papa João Paulo II.
"São poucas as almas que contemplam a Minha Paixão com um verdadeiro afeto. Concedo as graças mais abundantes às almas que meditam piedosamente sobre a Minha Paixão." "Às três horas da tarde implora à Minha Misericórdia, especialmente pelos pecadores, e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixão. Esta é a hora de grande Misericórdia para o mundo inteiro Nessa hora nada negarei à alma que Me pedir em nome da Minha Paixão." "Procura rezar nessa hora a Via-Sacra, na medida em que te permitirem os teus deveres."
Jesus a Santa Irmã Faustina
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Primeira Estação
Do evangelho segundo São Mateus 27,
22-23.26
Retorquiu-lhes Pilatos: "E que hei-de fazer de Jesus que é
chamado Messias" Replicaram todos: "Seja crucificado!" Pilatos insistiu: "Então,
que mal fez Ele" Mas eles gritavam mais ainda: "Seja crucificado!" (...)
Soltou-lhes então Barrabás. E a Jesus, depois de O ter mandado açoitar,
entregou-O para ser crucificado.
Jesus é condenado à morte
V. Nós Vos adoramos, Senhor Jesus e Vos bendizemos
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
Senhor Jesus, por que Vos condenaram à morte? Que foi que fizestes que
merecia a morte? Curaste doentes, alimentastes famintos, ressuscitastes os
mortos, perdoastes aos pecadores, respeitastes as autoridades, trabalhastes para
o bem da humanidade, fostes humilde, manso, bondoso, misericordioso. Por que
esta sentença tão cruel e humilhante?
O nosso orgulho, inveja, egoísmo, covardia, comodismo, calúnias, apego
exagerado pelas coisas deste mundo Vos condenaram. Eis aqui o segredo da injusta
sentença. Tenho que perguntar-me: o que eu fiz com Cristo? Não O condenei, por
acaso, a morrer?
Cristo, ajudai-me a viver o Vosso Evangelho até a morte.
ORAÇÃO
Senhor, fostes condenado à morte porque o medo do olhar alheio
sufocou a voz da consciência. E, assim, acontece que, sempre ao longo de toda a
história, inocentes sejam maltratados, condenados e mortos. Quantas vezes também
nós preferimos o sucesso à verdade, a nossa reputação à justiça. Dai força, na
nossa vida, à voz subtil da consciência, à vossa voz. Olhai-me como olhastes
para Pedro depois de Vos ter negado. Fazei com que o vosso olhar penetre nas
nossas almas e indique a direcção à nossa vida. Àqueles que na Sexta-feira Santa
gritaram contra Vós, no dia de Pentecostes destes a contrição do coração e a
conversão. E assim destes esperança a todos nós. Não cesseis de dar também a nós
a graça da conversão.
SEGUNDA ESTAÇÃO
JESUS É CARREGADO COM A CRUZ
Do evangelho segundo São Mateus 27, 27-31
Então, os soldados do
governador levaram Jesus consigo para o Pretório e reuniram junto d'Ele toda a
companhia. Depois de O terem despido, envolveram-n'O em um manto encarnado.
Teceram uma coroa de espinhos, que Lhe puseram na cabeça, e, na mão direita,
colocaram-Lhe uma cana. Ajoelharam-se diante d'Ele e escarneceram-n'O dizendo:
"Salve, ó rei dos Judeus!" Depois, cuspiram n'Ele e pegaram na cana e puseram-se
a bater-Lhe com ela na cabeça. No fim de O terem escarnecido, despiram-Lhe o
manto, vestiram-Lhe as suas roupas e levaram-n'O para O
crucificarem.
MEDITAÇÃO
Jesus, condenado como pretenso rei, é
escarnecido, mas precisamente na troça aparece cruelmente a verdade. Quantas
vezes as insígnias do poder trazidas pelos poderosos deste mundo são um insulto
à verdade, à justiça e à dignidade do homem! Quantas vezes os seus rituais e as
suas grandes palavras, verdadeiramente, não passam de pomposas mentiras, uma
caricatura do dever que lhes incumbe por força do seu cargo, ou seja, colocar-se
ao serviço do bem. Por isso mesmo, Jesus, Aquele que é escarnecido e que traz a
coroa do sofrimento, é o verdadeiro rei. O seu cetro é justiça (cf. Sal 45/44,
7). O preço da justiça é sofrimento neste mundo: Ele, o verdadeiro rei, não
reina por meio da violência, mas através do amor com que sofre por nós e
connosco. Ele carrega a cruz, a nossa cruz, o peso de sermos homens, o peso do
mundo. É assim que Ele nos precede e mostra como encontrar o caminho para a vida
verdadeira.
Então, os soldados do governador levaram Jesus consigo para o Pretório e reuniram junto d'Ele toda a companhia. Depois de O terem despido, envolveram-n'O em um manto encarnado. Teceram uma coroa de espinhos, que Lhe puseram na cabeça, e, na mão direita, colocaram-Lhe uma cana. Ajoelharam-se diante d'Ele e escarneceram-n'O dizendo: "Salve, ó rei dos Judeus!" Depois, cuspiram n'Ele e pegaram na cana e puseram-se a bater-Lhe com ela na cabeça. No fim de O terem escarnecido, despiram-Lhe o manto, vestiram-Lhe as suas roupas e levaram-n'O para O crucificarem.
MEDITAÇÃO
Jesus, condenado como pretenso rei, é escarnecido, mas precisamente na troça aparece cruelmente a verdade. Quantas vezes as insígnias do poder trazidas pelos poderosos deste mundo são um insulto à verdade, à justiça e à dignidade do homem! Quantas vezes os seus rituais e as suas grandes palavras, verdadeiramente, não passam de pomposas mentiras, uma caricatura do dever que lhes incumbe por força do seu cargo, ou seja, colocar-se ao serviço do bem. Por isso mesmo, Jesus, Aquele que é escarnecido e que traz a coroa do sofrimento, é o verdadeiro rei. O seu cetro é justiça (cf. Sal 45/44, 7). O preço da justiça é sofrimento neste mundo: Ele, o verdadeiro rei, não reina por meio da violência, mas através do amor com que sofre por nós e connosco. Ele carrega a cruz, a nossa cruz, o peso de sermos homens, o peso do mundo. É assim que Ele nos precede e mostra como encontrar o caminho para a vida verdadeira.
ORAÇÃO
Senhor, deixastes que Vos escarnecessem e ultrajassem.
Ajudai-nos a não fazer coro com aqueles que escarnecem quem sofre e quem é
frágil. Ajudai-nos a reconhecer o vosso rosto em quem é humilhado e
marginalizado. Ajudai-nos a não desanimar perante as zombarias do mundo quando a
obediência à vossa vontade é metida a ridículo. Carregastes a cruz e
convidastes-nos a seguir-Vos por este caminho (Mt 10, 38). Ajudai-nos a aceitar
a cruz, a não fugir dela, a não lamentarmo-nos nem deixar que os nossos corações
se abatam com as provas da vida. Ajudai-nos a percorrer o caminho do amor e,
obedecendo às suas exigências, a alcançar a verdadeira alegria.
TERCEIRA ESTAÇÃO
JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ
Do livro do profeta Isaías 53, 4-6
Eram os nossos males que Ele
suportava, e as nossas dores que tinha sobre Si. Mas nós víamos n’Ele um homem
castigado, ferido por Deus e sujeito à humilhação. Ele foi trespassado por causa
das nossas culpas, e esmagado devido às nossas faltas. O castigo que nos salva,
caiu sobre Ele, e por causa das suas chagas é que fomos curados. Todos nós, como
ovelhas, andávamos errantes, seguindo cada qual o seu caminho. E o Senhor fez
cair sobre Ele as faltas de todos nós.
MEDITAÇÃO
O homem caiu
e continua a cair: quantas vezes ele se torna a caricatura de si mesmo, já não é
a imagem de Deus, mas algo que mete a ridículo o Criador. Aquele que, ao descer
de Jerusalém para Jericó, embateu nos ladrões que o despojaram deixando-o meio
morto, sangrando na beira da estrada, não é porventura a imagem por excelência
do homem? A queda de Jesus sob a cruz não é apenas a queda do homem Jesus já
extenuado pela flagelação. Aqui aparece algo de mais profundo, como diz Paulo na
carta aos Filipenses: «Ele que era de condição divina não reivindicou o direito
de ser equiparado a Deus. Mas despojou-Se a Si mesmo tomando a condição de
servo, tornando-Se semelhante aos homens (…) humilhou-Se a Si mesmo, feito
obediente até à morte e morte de cruz» (Fil 2, 6-8).
Eram os nossos males que Ele suportava, e as nossas dores que tinha sobre Si. Mas nós víamos n’Ele um homem castigado, ferido por Deus e sujeito à humilhação. Ele foi trespassado por causa das nossas culpas, e esmagado devido às nossas faltas. O castigo que nos salva, caiu sobre Ele, e por causa das suas chagas é que fomos curados. Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes, seguindo cada qual o seu caminho. E o Senhor fez cair sobre Ele as faltas de todos nós.
MEDITAÇÃO
O homem caiu e continua a cair: quantas vezes ele se torna a caricatura de si mesmo, já não é a imagem de Deus, mas algo que mete a ridículo o Criador. Aquele que, ao descer de Jerusalém para Jericó, embateu nos ladrões que o despojaram deixando-o meio morto, sangrando na beira da estrada, não é porventura a imagem por excelência do homem? A queda de Jesus sob a cruz não é apenas a queda do homem Jesus já extenuado pela flagelação. Aqui aparece algo de mais profundo, como diz Paulo na carta aos Filipenses: «Ele que era de condição divina não reivindicou o direito de ser equiparado a Deus. Mas despojou-Se a Si mesmo tomando a condição de servo, tornando-Se semelhante aos homens (…) humilhou-Se a Si mesmo, feito obediente até à morte e morte de cruz» (Fil 2, 6-8).
Na queda de Jesus sob o peso da cruz, é visível todo este seu itinerário: a sua voluntária humilhação para nos levantar do nosso orgulho. E ao mesmo tempo aparece a natureza do nosso orgulho: a soberba pela qual desejamos emancipar-nos de Deus sendo apenas nós mesmos, pela qual cremos que não temos necessidade do amor eterno, mas queremos organizar a nossa vida sozinhos. Nesta revolta contra a verdade, nesta tentativa de nos tornarmos deus, de sermos criadores e juízes de nós mesmos, caímos e acabamos por autodestruir-nos. A humilhação de Jesus é a superação da nossa soberba: com a sua humilhação, Ele faz-nos levantar. Deixemos que nos levante. Despojemos-nos da nossa auto-suficiência, da nossa errada cisma de autonomia e aprendamos o contrário d’Ele, d’Aquele que Se humilhou, ou seja, aprendamos a encontrar a nossa verdadeira grandeza, humilhando-nos e voltando-nos para Deus e para os irmãos espezinhados.
ORAÇÃO
Senhor Jesus, o peso da cruz fez-Vos cair por
terra. O peso do nosso pecado, o peso da nossa soberba deita-Vos ao chão. Mas, a
vossa queda não é sinal de um destino adverso, nem é a pura e simples fraqueza
de quem é espezinhado. Quisestes vir até junto de nós que, pela nossa soberba,
jazemos por terra. A soberba de pensar que somos capazes de produzir o homem fez
com que os homens se tenham tornado um espécie de mercadoria para comprar e
vender, como que uma reserva de material para as nossas experiências, pelas
quais esperamos de, por nós mesmos, superar a morte, quando, na verdade,
conseguimos apenas humilhar cada vez mais profundamente a dignidade do homem.
Senhor, vinde em nossa ajuda, porque caímos. Ajudai-nos a abandonar a nossa
soberba devastadora e, aprendendo da vossa humildade, a pormo-nos novamente de
pé.
QUARTA ESTAÇÃO
JESUS ENCONTRA SUA MÃE.
Do evangelho segundo São Lucas 2, 34-35.51
Simeão abençoou-os e disse
a Maria, sua Mãe: "Ele foi estabelecido para a queda e o ressurgir de muitos em
Israel, e para ser sinal de contradição; e uma espada Te há-de traspassar a
alma. Assim se deverão revelar os intentos de muitos corações" (...) Sua mãe
guardava no coração todas estas recordações.
MEDITAÇÃO
Na
Via-Sacra de Jesus, aparece também Maria, sua Mãe. Durante a sua vida pública,
teve de ficar de lado para dar lugar ao nascimento da nova família de Jesus, a
família dos seus discípulos. Teve também de ouvir estas palavras: «Quem é a
minha Mãe e quem são os meus irmãos? (…) Todo aquele que fizer a vontade de meu
Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe» (Mt 12, 48.50).
Pode-se agora constatar que Ela é a Mãe de Jesus não só no corpo, mas também no
coração. Ainda antes de O ter concebido no corpo, pela sua obediência
concebera-O no coração. Fora-Lhe dito: «Hás-de conceber no teu seio e dar à luz
um filho (…) Será grande (…) O Senhor Deus dar-Lhe-á o trono de seu pai David»
(Lc 1, 31-32). Mas algum tempo depois ouvira da boca do velho Simeão uma palavra
diferente: «Uma espada Te há-de trespassar a alma» (Lc 2, 35). Deste modo
ter-Se-á lembrado de certas palavras pronunciadas pelos profetas, tais como:
«Foi maltratado e resignou-se, não abriu a boca, como cordeiro levado ao
matadouro» (Is 53, 7).
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: "Ele foi estabelecido para a queda e o ressurgir de muitos em Israel, e para ser sinal de contradição; e uma espada Te há-de traspassar a alma. Assim se deverão revelar os intentos de muitos corações" (...) Sua mãe guardava no coração todas estas recordações.
MEDITAÇÃO
Na Via-Sacra de Jesus, aparece também Maria, sua Mãe. Durante a sua vida pública, teve de ficar de lado para dar lugar ao nascimento da nova família de Jesus, a família dos seus discípulos. Teve também de ouvir estas palavras: «Quem é a minha Mãe e quem são os meus irmãos? (…) Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe» (Mt 12, 48.50). Pode-se agora constatar que Ela é a Mãe de Jesus não só no corpo, mas também no coração. Ainda antes de O ter concebido no corpo, pela sua obediência concebera-O no coração. Fora-Lhe dito: «Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho (…) Será grande (…) O Senhor Deus dar-Lhe-á o trono de seu pai David» (Lc 1, 31-32). Mas algum tempo depois ouvira da boca do velho Simeão uma palavra diferente: «Uma espada Te há-de trespassar a alma» (Lc 2, 35). Deste modo ter-Se-á lembrado de certas palavras pronunciadas pelos profetas, tais como: «Foi maltratado e resignou-se, não abriu a boca, como cordeiro levado ao matadouro» (Is 53, 7).
Agora tudo isto se torna realidade. No coração, tinha sempre conservado as
palavras que o anjo Lhe dissera quando tudo começou: «Não tenhas receio, Maria»
(Lc 1, 30). Os discípulos fugiram; Ela não foge. Ela está ali, com a coragem de
mãe, com a fidelidade de mãe, com a bondade de mãe, e com a sua fé, que resiste
na escuridão: «Feliz daquela que acreditou» (Lc 1, 45). «Mas, quando o Filho do
Homem voltar, encontrará fé sobre a terra?» (Lc 18, 8). Sim, agora Ele sabe-o:
encontrará fé. E esta é, naquela hora, a sua grande
consolação.
ORAÇÃO
Santa Maria, Mãe do Senhor, permanecestes
fiel quando os discípulos fugiram. Tal como acreditastes quando o anjo Vos
anunciou o que era incrível – que haverias de ser Mãe do Altíssimo – assim
também acreditastes na hora da sua maior humilhação. E foi assim que, na hora da
cruz, na hora da noite mais escura do mundo, Vos tornastes Mãe dos crentes, Mãe
da Igreja. Nós Vos pedimos: ensinai-nos a acreditar e ajudai-nos para que a fé
se torne coragem de servir e gesto de um amor que socorre e sabe partilhar o
sofrimento.
QUINTA ESTAÇÃO
JESUS É AJUDADO A LEVAR A CRUZ PELO CIRINEU
Do evangelho segundo São Mateus 27, 32; 16, 24
Ao saírem, encontraram
um homem de Cirene, chamado Simão, e requisitaram-no, para levar a cruz de
Jesus. Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser seguir-Me, renegue-se
a si mesmo, pegue na sua cruz e siga-Me".
MEDITAÇÃO
Simão de
Cirene regressa do trabalho, vai a caminho de casa quando se cruza com aquele
triste cortejo de condenados – para ele talvez fosse um espectáculo habitual. Os
soldados valem-se do seu direito de coacção e colocam a cruz às costas dele,
robusto homem do campo. Que aborrecimento não deverá ter sentido ao ver-se
inesperadamente envolvido no destino daqueles condenados! Faz o que deve fazer,
mas certamente com grande relutância. E todavia o evangelista Marcos nomeia,
juntamente com ele, também os seus filhos, que evidentemente eram conhecidos
como cristãos, como membros daquela comunidade (Mc 15, 21). Do encontro
involuntário, brotou a fé. Acompanhando Jesus e compartilhando o peso da cruz, o
Cireneu compreendeu que era uma graça poder caminhar juntamente com este
Crucificado e assisti-Lo. O mistério de Jesus que sofre calado tocou-lhe o
coração. Jesus, cujo amor divino era o único que podia, e pode, redimir a
humanidade inteira, quer que compartilhemos a sua cruz para completar o que
ainda falta aos seus sofrimentos (Col 1, 24). Sempre que, bondosamente, vamos ao
encontro de alguém que sofre, alguém que é perseguido e inerme, partilhando o
seu sofrimento ajudamos a levar a própria cruz de Jesus. E assim obtemos
salvação, e nós mesmos podemos contribuir para a salvação do
mundo.
Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e requisitaram-no, para levar a cruz de Jesus. Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser seguir-Me, renegue-se a si mesmo, pegue na sua cruz e siga-Me".
MEDITAÇÃO
Simão de Cirene regressa do trabalho, vai a caminho de casa quando se cruza com aquele triste cortejo de condenados – para ele talvez fosse um espectáculo habitual. Os soldados valem-se do seu direito de coacção e colocam a cruz às costas dele, robusto homem do campo. Que aborrecimento não deverá ter sentido ao ver-se inesperadamente envolvido no destino daqueles condenados! Faz o que deve fazer, mas certamente com grande relutância. E todavia o evangelista Marcos nomeia, juntamente com ele, também os seus filhos, que evidentemente eram conhecidos como cristãos, como membros daquela comunidade (Mc 15, 21). Do encontro involuntário, brotou a fé. Acompanhando Jesus e compartilhando o peso da cruz, o Cireneu compreendeu que era uma graça poder caminhar juntamente com este Crucificado e assisti-Lo. O mistério de Jesus que sofre calado tocou-lhe o coração. Jesus, cujo amor divino era o único que podia, e pode, redimir a humanidade inteira, quer que compartilhemos a sua cruz para completar o que ainda falta aos seus sofrimentos (Col 1, 24). Sempre que, bondosamente, vamos ao encontro de alguém que sofre, alguém que é perseguido e inerme, partilhando o seu sofrimento ajudamos a levar a própria cruz de Jesus. E assim obtemos salvação, e nós mesmos podemos contribuir para a salvação do mundo.
ORAÇÃO
Senhor, abristes a Simão de Cirene os olhos e o coração,
dando-lhe, na partilha da cruz, a graça da fé. Ajudai-nos a assistir o nosso
próximo que sofre, ainda que este chamamento resultasse em contradição com os
nossos projectos e as nossas simpatias. Concedei-nos reconhecer que é uma graça
poder partilhar a cruz dos outros e experimentar que dessa forma estamos a
caminhar convosco. Fazei-nos reconhecer com alegria que é precisamente pela
partilha do vosso sofrimento e dos sofrimentos deste mundo que nos tornamos
ministros da salvação, podendo assim ajudar a construir o vosso corpo, a
Igreja.
SEXTA ESTAÇÃO
A VERÔNICA LIMPA O ROSTO DE JESUS
Do livro do profeta Isaías 53, 2-3
O meu Servo cresceu (…) sem
distinção nem beleza que atraia o nosso olhar, nem aspecto agradável que possa
cativar-nos. Desprezado e repelido pelos homens, homem de dores, afeito ao
sofrimento, é como aquele a quem se volta a cara, pessoa desprezível, da qual se
não faz caso.
Do livro dos Salmos 27/26, 8-9
Segredou-me o
coração: "Procura a sua face!" É, Senhor, o vosso rosto que eu persigo. Não
escondais de mim o vosso rosto, nem rejeiteis com ira o vosso servo. Vós sois a
minha ajuda, o Deus da minha salvação.
MEDITAÇÃO
«É, Senhor, o
vosso rosto que eu persigo. Não escondais de mim o vosso rosto» (Sal 27/26, 8).
Verónica – Berenice, segundo a tradição grega – encarna este anseio que irmana
todos os homens piedosos do Antigo Testamento, o anseio que provam todos os
homens crentes de verem o rosto de Deus. Em todo o caso, na Via-Sacra de Jesus,
inicialmente ela limitara-se a prestar um serviço de gentileza feminina:
oferecer um lenço a Jesus. Não se deixa contagiar pela brutalidade dos soldados,
nem imobilizar pelo medo dos discípulos. É a imagem da mulher bondosa que,
perante o turbamento e escuridão dos corações, mantém a coragem da bondade, não
permite ao seu coração de entenebrecer-se: «Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus» – dissera o Senhor no Discurso da Montanha (Mt 5, 8). Ao
princípio, Verónica via apenas um rosto maltratado e marcado pela
dor.
Mas, o ato de amor imprime no seu coração a verdadeira imagem de Jesus: no
Rosto humano, coberto de sangue e de feridas, ela vê o Rosto de Deus e da sua
bondade que nos acompanha mesmo na dor mais profunda. Somente com o coração
podemos ver Jesus. Apenas o amor nos torna capazes de ver e nos torna puros. Só
o amor nos faz reconhecer Deus, que é o próprio
amor.
ORAÇÃO
Senhor, dai-nos a inquietação do coração que procura
o vosso rosto. Protegei-nos do obscurecimento do coração que vê apenas a
superfície das coisas. Concedei-nos aquela generosidade e pureza de coração que
nos tornam capazes de ver a vossa presença no mundo. Quando não formos capazes
de realizar grandes coisas, dai-nos a coragem de uma bondade humilde. Imprimi o
vosso rosto nos nossos corações, para Vos podermos encontrar e mostrar ao mundo
a vossa imagem.
Do livro do profeta Isaías 53, 2-3
O meu Servo cresceu (…) sem distinção nem beleza que atraia o nosso olhar, nem aspecto agradável que possa cativar-nos. Desprezado e repelido pelos homens, homem de dores, afeito ao sofrimento, é como aquele a quem se volta a cara, pessoa desprezível, da qual se não faz caso.
Do livro dos Salmos 27/26, 8-9
Segredou-me o coração: "Procura a sua face!" É, Senhor, o vosso rosto que eu persigo. Não escondais de mim o vosso rosto, nem rejeiteis com ira o vosso servo. Vós sois a minha ajuda, o Deus da minha salvação.
MEDITAÇÃO
«É, Senhor, o vosso rosto que eu persigo. Não escondais de mim o vosso rosto» (Sal 27/26, 8). Verónica – Berenice, segundo a tradição grega – encarna este anseio que irmana todos os homens piedosos do Antigo Testamento, o anseio que provam todos os homens crentes de verem o rosto de Deus. Em todo o caso, na Via-Sacra de Jesus, inicialmente ela limitara-se a prestar um serviço de gentileza feminina: oferecer um lenço a Jesus. Não se deixa contagiar pela brutalidade dos soldados, nem imobilizar pelo medo dos discípulos. É a imagem da mulher bondosa que, perante o turbamento e escuridão dos corações, mantém a coragem da bondade, não permite ao seu coração de entenebrecer-se: «Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus» – dissera o Senhor no Discurso da Montanha (Mt 5, 8). Ao princípio, Verónica via apenas um rosto maltratado e marcado pela dor.
ORAÇÃO
Senhor, dai-nos a inquietação do coração que procura o vosso rosto. Protegei-nos do obscurecimento do coração que vê apenas a superfície das coisas. Concedei-nos aquela generosidade e pureza de coração que nos tornam capazes de ver a vossa presença no mundo. Quando não formos capazes de realizar grandes coisas, dai-nos a coragem de uma bondade humilde. Imprimi o vosso rosto nos nossos corações, para Vos podermos encontrar e mostrar ao mundo a vossa imagem.
SÉTIMA ESTAÇÃO
JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ
Do livro das Lamentações 3, 1-2.9.16
Eu sou o homem que conheceu a
miséria sob a vara do seu furor. Ele me guiou e me fez andar nas trevas e não na
luz. (…) Embarrou meus caminhos com blocos de pedra, obstruiu minhas veredas.
(…) Ele quebrou meus dentes com cascalho, mergulhou-me na cinza.
MEDITAÇÃO
A tradição da tríplice queda de Jesus sob o peso da
cruz recorda a queda de Adão – o ser humano caído que somos nós – e o mistério
da associação de Jesus à nossa queda. Na história, a queda do homem assume
sempre novas formas. Na sua primeira carta, S. João fala duma tríplice queda do
homem: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da
vida. Assim interpreta ele a queda do homem e da humanidade, no horizonte dos
vícios do seu tempo com todos os seus excessos e depravações. Mas, olhando a
história mais recente, podemos também pensar como a cristandade, cansada da fé,
abandonou o Senhor: as grandes ideologias, com a banalização do homem que já não
crê em nada e se deixa simplesmente ir à deriva, construíram um novo paganismo,
um paganismo pior que o antigo, o qual, desejoso de marginalizar definitivamente
Deus, acabou por perder o homem. Eis o homem que jaz no pó. O Senhor carrega
este peso e cai... cai, para poder chegar até nós; Ele olha-nos para que em nós
volte a palpitar o coração; cai para nos levantar.
Eu sou o homem que conheceu a miséria sob a vara do seu furor. Ele me guiou e me fez andar nas trevas e não na luz. (…) Embarrou meus caminhos com blocos de pedra, obstruiu minhas veredas. (…) Ele quebrou meus dentes com cascalho, mergulhou-me na cinza.
MEDITAÇÃO
A tradição da tríplice queda de Jesus sob o peso da cruz recorda a queda de Adão – o ser humano caído que somos nós – e o mistério da associação de Jesus à nossa queda. Na história, a queda do homem assume sempre novas formas. Na sua primeira carta, S. João fala duma tríplice queda do homem: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Assim interpreta ele a queda do homem e da humanidade, no horizonte dos vícios do seu tempo com todos os seus excessos e depravações. Mas, olhando a história mais recente, podemos também pensar como a cristandade, cansada da fé, abandonou o Senhor: as grandes ideologias, com a banalização do homem que já não crê em nada e se deixa simplesmente ir à deriva, construíram um novo paganismo, um paganismo pior que o antigo, o qual, desejoso de marginalizar definitivamente Deus, acabou por perder o homem. Eis o homem que jaz no pó. O Senhor carrega este peso e cai... cai, para poder chegar até nós; Ele olha-nos para que em nós volte a palpitar o coração; cai para nos levantar.
ORAÇÃO
Senhor Jesus Cristo, carregastes o nosso peso e continuais a
carregar-nos. É o nosso peso que Vos faz cair. Mas sois Vós a levantar-nos,
porque, sozinhos, não conseguimos levantar-nos do pó. Livrai-nos do poder da
concupiscência. Em vez do coração de pedra, dai-nos novamente um coração de
carne, um coração capaz de ver. Destruí o poder das ideologias, para os homens
poderem reconhecer que estão permeadas de mentiras. Não permitais que o muro do
materialismo se torne intransponível. Fazei que Vos ouçamos de novo. Tornai-nos
sóbrios e vigilantes para podermos resistir às forças do mal, e ajudai-nos a
reconhecer as necessidades interiores e exteriores dos outros, e a socorrê-las.
Erguei-nos, para podermos levantar os outros. Concedei-nos esperança no meio de
toda esta escuridão, para podermos ser portadores de esperança no mundo.
OITAVA ESTAÇÃO
Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
que
choram por Ele
Do evangelho segundo São Lucas 23, 28-31
Jesus voltou-Se para elas e
disse-lhes: "Mulheres de Jerusalém, não choreis por Mim; chorai antes por vós
mesmas e pelos vossos filhos. Pois dias virão em que se dirá: "Felizes as
estéreis, as entranhas que não tiveram filhos e os peitos que não amamentaram".
Nessa altura, começarão a dizer aos montes: "Caí sobre nós", e às colinas:
"Encobri-nos". Porque se fazem assim no madeiro verde, que será no madeiro
seco?"
MEDITAÇÃO
As palavras com que Jesus adverte as mulheres de
Jerusalém que O seguem e choram por Ele, fazem-nos reflectir. Como entendê-las?
Não se trata porventura de uma advertência contra uma piedade puramente
sentimental, que não se torna conversão e fé vivida? De nada serve lamentar, por
palavras e sentimentalmente, os sofrimentos deste mundo, se a nossa vida
continua sempre igual. Por isso, o Senhor nos adverte do perigo em que nós
próprios nos encontramos. Mostra-nos a seriedade do pecado e a seriedade do
juízo. Apesar de todas as nossas palavras de horror à vista do mal e dos
sofrimentos dos inocentes, não somos nós porventura demasiado inclinados a
banalizar o mistério do mal? Da imagem de Deus e de Jesus, no fim de contas,
admitimos apenas o aspecto terno e amável, enquanto tranquilamente cancelámos o
aspecto do juízo?
Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: "Mulheres de Jerusalém, não choreis por Mim; chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos. Pois dias virão em que se dirá: "Felizes as estéreis, as entranhas que não tiveram filhos e os peitos que não amamentaram". Nessa altura, começarão a dizer aos montes: "Caí sobre nós", e às colinas: "Encobri-nos". Porque se fazem assim no madeiro verde, que será no madeiro seco?"
MEDITAÇÃO
As palavras com que Jesus adverte as mulheres de Jerusalém que O seguem e choram por Ele, fazem-nos reflectir. Como entendê-las? Não se trata porventura de uma advertência contra uma piedade puramente sentimental, que não se torna conversão e fé vivida? De nada serve lamentar, por palavras e sentimentalmente, os sofrimentos deste mundo, se a nossa vida continua sempre igual. Por isso, o Senhor nos adverte do perigo em que nós próprios nos encontramos. Mostra-nos a seriedade do pecado e a seriedade do juízo. Apesar de todas as nossas palavras de horror à vista do mal e dos sofrimentos dos inocentes, não somos nós porventura demasiado inclinados a banalizar o mistério do mal? Da imagem de Deus e de Jesus, no fim de contas, admitimos apenas o aspecto terno e amável, enquanto tranquilamente cancelámos o aspecto do juízo?
Como poderia Deus fazer-Se um drama com a nossa fragilidade – pensamos cá
connosco –, não passamos de simples homens?! Mas, fixando os sofrimentos do
Filho, vemos toda a seriedade do pecado, vemos como tem de ser expiado até ao
fim para poder ser superado. Não se pode continuar a banalizar o mal, quando
vemos a imagem do Senhor que sofre. Também a nós, diz Ele: Não choreis por Mim,
chorai por vós próprios... porque se tratam assim o madeiro verde, que será do
madeiro seco?
ORAÇÃO
Senhor, às mulheres que choravam, falastes de
penitência, do dia do Juízo, quando nos encontrarmos diante da vossa face, a
face do Juiz do mundo. Chamais-nos a sair da banalização do mal que nos deixa
tranquilos para podermos continuar a nossa vida de sempre. Mostrai-nos a
seriedade da nossa responsabilidade, o perigo de sermos encontrados, no Juízo,
culpados e estéreis. Fazei com que não nos limitemos a caminhar ao vosso lado,
oferecendo apenas palavras de compaixão. Convertei-nos e dai-nos uma vida nova;
não permitais que acabemos por ficar como um madeiro seco, mas fazei que nos
tornemos ramos vivos em Vós, a videira verdadeira, e produzamos fruto para a
vida eterna (cf. Jo 15, 1-10).
NONA
ESTAÇÃO-JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ
Do livro das Lamentações 3, 27-32
É bom para o homem suportar o jugo desde a sua juventude. Que esteja
solitário e silencioso, quando o Senhor o impuser sobre ele; que ponha sua boca
no pó: talvez haja esperança! Que dê sua face a quem o fere e se sacie de
opróbrios. Pois o Senhor não rejeita para sempre: se Ele aflige, Ele se
compadece segundo a sua grande bondade.
MEDITAÇÃO
E que dizer da
terceira queda de Jesus sob o peso da cruz? Pode talvez fazer-nos pensar na
queda do homem em geral, no afastamento de muitos de Cristo, caminhando à deriva
para um secularismo sem Deus. Mas não deveríamos pensar também em tudo quanto
Cristo tem sofrido na sua própria Igreja? Quantas vezes se abusa do Santíssimo
Sacramento da sua presença, frequentemente como está vazio e ruim o coração onde
Ele entra! Tantas vezes celebramos apenas nós próprios, sem nos darmos conta
sequer d’Ele! Quantas vezes se contorce e abusa da sua Palavra! Quão pouca fé
existe em tantas teorias, quantas palavras vazias! Quanta sujeira há na Igreja,
e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer
completamente a Ele! Quanta soberba, quanta auto-suficiência! Respeitamos tão
pouco o sacramento da reconciliação, onde Ele está à nossa espera para nos
levantar das nossas quedas! Tudo isto está presente na sua paixão. A traição dos
discípulos, a recepção indigna do seu Corpo e do seu Sangue é certamente o maior
sofrimento do Redentor, o que Lhe trespassa o coração. Nada mais podemos fazer
que dirigir-Lhe, do mais fundo da alma, este grito: Kyrie, eleison – Senhor,
salvai-nos (cf. Mt 8, 25).
ORAÇÃO
Senhor Jesus Cristo,
que, pela vossa humilhação sob a cruz,
revelastes ao mundo o preço da sua redenção,
concedei às pessoas do terceiro milênio
a luz da fé, para que, reconhecendo em Vós
o Servo que sofre por amor de Deus e do homem,
tenham a coragem de seguir o mesmo caminho
que, através da cruz e do despojamento,
leva à vida que não tem fim.
Jesus, sustentáculo da nossa fraqueza, a Vós
louvor e glória para sempre.
R. Amém.
DÉCIMA
ESTAÇÃO
Jesus é despojado das suas vestesDo evangelho
segundo São Mateus 27, 33-36
Chegados a um lugar chamado Gólgota, quer dizer
«Lugar do Crânio», deram-Lhe a beber vinho misturado com fel. Mas Jesus, quando
o provou, não quis beber. Depois de O terem crucificado, repartiram entre si as
suas vestes, tirando-as à sorte, e ficaram ali sentados a guardá-Lo.
MEDITAÇÃO
Jesus é despojado das suas vestes. A roupa confere ao homem
a sua posição social; dá-lhe o seu lugar na sociedade, fá-lo sentir alguém. Ser
despojado em público significa que Jesus já não é ninguém, nada mais é que um
marginalizado, desprezado por todos. O momento do despojamento recorda-nos
também a expulsão do paraíso: ficou sem o esplendor de Deus o homem, que agora
está, ali, nu e exposto, desnudado e envergonha-se. Deste modo, Jesus assume
mais uma vez a situação do homem caído. Jesus despojado recorda-nos o facto de
que todos nós perdemos a «primeira veste», isto é, o esplendor de Deus. Junto da
cruz, os soldados lançam sortes para repartirem entre si os seus míseros
haveres, as suas vestes. Os evangelistas narram isto com palavras tiradas do
Salmo 22, 19 e assim afirmam-nos o mesmo que Jesus há-de dizer aos discípulos de
Emaús: tudo aconteceu «conforme as Escrituras». Não se trata aqui de pura
coincidência, tudo o que acontece está contido na Palavra de Deus e assente no
seu desígnio divino.
O Senhor experimenta todos os estádios e degraus da perdição dos homens, e cada
um destes degraus é, com toda a sua amargura, um passo da redenção: é
precisamente assim que Ele traz de volta para casa a ovelha perdida. Recordemos
ainda que, segundo diz S. João, o objecto do sorteio era a túnica de Jesus, a
qual, «toda tecida de alto a baixo, não tinha costura» (Jo 19, 23). Podemos
considerar isto como uma alusão à veste do sumo sacerdote, que era «tecida como
um todo», sem costura (Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, III, 161). Ele, o
Crucificado, é realmente o verdadeiro sumo
sacerdote.
ORAÇÃO
Senhor Jesus, fostes despojado das vossas
vestes, exposto à desonra, expulso da sociedade. Assumistes sobre Vós a desonra
de Adão, sanando-a. Assumistes os sofrimentos e as necessidades dos pobres,
daqueles que são expulsos do mundo. Deste modo é que realizais a palavra dos
profetas. É precisamente assim que dais significado àquilo que não tem
significado. Assim mesmo nos dais a conhecer que nas mãos do vosso Pai estais
Vós, nós e o mundo. Concedei-nos um respeito profundo pelo homem em todas as
fases da sua existência e em todas as situações onde o encontrarmos. Dai-nos a
veste luminosa da vossa graça.
Jesus é despojado das suas vestes. A roupa confere ao homem a sua posição social; dá-lhe o seu lugar na sociedade, fá-lo sentir alguém. Ser despojado em público significa que Jesus já não é ninguém, nada mais é que um marginalizado, desprezado por todos. O momento do despojamento recorda-nos também a expulsão do paraíso: ficou sem o esplendor de Deus o homem, que agora está, ali, nu e exposto, desnudado e envergonha-se. Deste modo, Jesus assume mais uma vez a situação do homem caído. Jesus despojado recorda-nos o facto de que todos nós perdemos a «primeira veste», isto é, o esplendor de Deus. Junto da cruz, os soldados lançam sortes para repartirem entre si os seus míseros haveres, as suas vestes. Os evangelistas narram isto com palavras tiradas do Salmo 22, 19 e assim afirmam-nos o mesmo que Jesus há-de dizer aos discípulos de Emaús: tudo aconteceu «conforme as Escrituras». Não se trata aqui de pura coincidência, tudo o que acontece está contido na Palavra de Deus e assente no seu desígnio divino.
ORAÇÃO
Senhor Jesus, fostes despojado das vossas vestes, exposto à desonra, expulso da sociedade. Assumistes sobre Vós a desonra de Adão, sanando-a. Assumistes os sofrimentos e as necessidades dos pobres, daqueles que são expulsos do mundo. Deste modo é que realizais a palavra dos profetas. É precisamente assim que dais significado àquilo que não tem significado. Assim mesmo nos dais a conhecer que nas mãos do vosso Pai estais Vós, nós e o mundo. Concedei-nos um respeito profundo pelo homem em todas as fases da sua existência e em todas as situações onde o encontrarmos. Dai-nos a veste luminosa da vossa graça.
DÉCIMA PRIMEIRA ESTAÇÃO
Jesus pé pregado na Cruz
Do evangelho segundo
São Mateus 27, 37-42
Puseram por cima da cabeça d'Ele um letreiro escrito
com a causa da condenação: "Este é Jesus, o Rei dos Judeus". Foram então
crucificados com Ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda. Os que
passavam dirigiam-Lhe insultos, abanavam a cabeça e diziam: "Tu que demolias o
Templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo, se és Filho de Deus,
e desce da cruz!" De igual modo, também os sumos sacerdotes troçavam, juntamente
com os escribas e os anciãos, e diziam: "Salvou os outros e a Si mesmo não pode
salvar-Se! É Rei de Israel! Desça agora da cruz, e acreditaremos
n'Ele".
MEDITAÇÃO
Jesus é pregado na cruz. O sudário de Turim permite formar
uma ideia da crueldade incrível deste processo. Jesus não toma a bebida
anestesiante que Lhe fora oferecida: conscientemente assume todo o sofrimento da
crucifixão. Todo o seu corpo é martirizado; cumpriram-se as palavras do Salmo:
«Eu, porém, sou um verme e não um homem, o opróbrio dos homens e a abjecção da
plebe» (Sal 22/21, 7). «Como um homem (…) diante do qual se tapa o rosto,
menosprezado e desestimado. Na verdade Ele tomou sobre Si as nossas doenças,
carregou as nossas dores» (Is 53, 3-4). Detenhamo-nos diante desta imagem de
sofrimento, diante do Filho de Deus sofredor. Olhemos para Ele nos momentos de
presunção e de prazer, para aprendermos a respeitar os limites e a ver a
superficialidade de todos os bens puramente materiais. Olhemos para Ele nos
momentos de calamidade e de angústia, para reconhecermos que precisamente assim
estamos perto de Deus. Procuremos reconhecer o seu rosto naqueles que tendemos a
desprezar. Diante do Senhor condenado, que não quer usar o seu poder para descer
da cruz, mas antes suportou o sofrimentos da cruz até ao fim, pode assomar ainda
outro pensamento. Inácio de Antioquia, ele mesmo preso com cadeias pela sua fé
no Senhor, elogiou os cristãos de Esmirna pela sua fé inabalável: afirma que
estavam, por assim dizer, pregados com a carne e o sangue à cruz do Senhor Jesus
Cristo (1, 1). Deixemo-nos pregar a Ele, sem ceder a qualquer tentação de nos
separarmos nem ceder às zombarias que pretendem levar-nos a fazê-lo.
ORAÇÃO
Senhor Jesus Cristo, fizestes-Vos pregar na cruz, aceitando a
crueldade terrível deste tormento, a destruição do vosso corpo e da vossa
dignidade. Fizestes-Vos pregar, sofrestes sem evasões nem descontos. Ajudai-nos
a não fugir perante o que somos chamados a realizar. Ajudai-nos a fazermo-nos
ligar estreitamente a Vós. Ajudai-nos a desmascarar a falsa liberdade que nos
quer afastar de Vós. Ajudai-nos a aceitar a vossa liberdade «ligada» e a
encontrar nesta estreita ligação convosco a verdadeira liberdade.
DÉCIMA
SEGUNDA ESTAÇÃO
Jesus morre na Cruz
Do evangelho segundo São
Mateus 27, 45-50.54
A partir do meio-dia, houve trevas em toda a região,
até às três horas da tarde. E, pelas três horas da tarde, Jesus bradou com voz
forte: "Eli, Eli, lemá sabachthani", quer dizer, "Meu Deus, Meu Deus, porque Me
abandonaste?" Alguns dos presentes ouviram e disseram: «Está a chamar por
Elias». E logo um deles correu a pegar numa esponja, ensopou-a em vinagre, pô-la
numa cana e deu-Lhe a beber. Mas os outros disseram: «Deixa lá! Vejamos se Elias
vem salvá-Lo». E Jesus, dando novamente um forte brado,
expirou.
Entretanto, o centurião e os que estavam com ele de guarda a
Jesus, ao verem o tremor de terra e o que estava a suceder, ficaram aterrados e
disseram: «Ele era, na verdade, Filho de Deus».
MEDITAÇÃO
No cimo da cruz de Jesus – nas duas línguas do mundo de
então, o grego e o latim, e na língua do povo eleito, o hebraico – está escrito
quem é: o Rei dos Judeus, o Filho prometido a David. Pilatos, o juiz injusto,
tornou-se profeta sem querer. Perante a opinião pública mundial é proclamada a
realeza de Jesus. O próprio Jesus não tinha aceite o título de Messias, enquanto
poderia induzir a uma ideia errada, humana, de poder e de salvação. Mas, agora,
o título pode estar escrito ali publicamente sobre o Crucificado. Ele, assim, é
verdadeiramente o rei do mundo. Agora foi verdadeiramente «elevado». Na sua
descida, Ele subiu. Agora cumpriu radicalmente o mandamento do amor, cumpriu a
oferta de Si próprio, e precisamente deste modo Ele é agora a manifestação do
verdadeiro Deus, daquele Deus que é amor. Agora sabemos quem é Deus. Agora
sabemos como é a verdadeira realeza. Jesus reza o Salmo 22, que começa por estas
palavras: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Sal 22/21, 2). Assume em
Si mesmo todo o Israel, a humanidade inteira, que sofre o drama da escuridão de
Deus, e faz com que Deus Se manifeste precisamente onde parece estar
definitivamente derrotado e ausente. A cruz de Cristo é um acontecimento
cósmico. O mundo fica na escuridão, quando o Filho de Deus sofre a morte. A
terra treme. E junto da cruz tem início a Igreja dos pagãos. O centurião romano
reconhece, compreende que Jesus é o Filho de Deus. Da cruz, Ele triunfa sem
cessar.
ORAÇÃO
Senhor Jesus Cristo, na hora da vossa morte, o sol escureceu.
Sois pregado na cruz sem cessar. Precisamente nesta hora da história, vivemos na
escuridão de Deus. Pelo sofrimento sem medida e pela maldade dos homens o rosto
de Deus, o vosso rosto, aparece obscurecido, irreconhecível. Mas foi
precisamente na cruz que Vos fizestes reconhecer. Precisamente enquanto sois
Aquele que sofre e que ama, sois aquele que é elevado. Foi precisamente lá que
triunfastes. Ajudai-nos a reconhecer, nesta hora de escuridão e confusão, o
vosso rosto. Ajudai-nos a crer em Vós e a seguir-Vos precisamente na hora da
escuridão e da privação. Mostrai-Vos novamente ao mundo nesta hora. Fazei com
que a vossa salvação se manifeste.
DÉCIMA
TERCEIRA ESTAÇÃO
Jesus é descido da Cruz e entregue a sua
Mãe
Do evangelho segundo São Mateus 27, 54-55
O centurião
e os que estavam com ele de guarda a Jesus, ao verem o tremor de terra e o que
estava a suceder, ficaram aterrados e disseram: «Ele era, na verdade, Filho de
Deus». Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres, que tinham seguido
Jesus desde a Galileia, para O servirem.
MEDITAÇÃO
Jesus morreu, o seu coração é trespassado pela lança do
soldado romano e dele brotam sangue e água: misteriosa imagem do rio dos
sacramentos, do Baptismo e da Eucaristia, dos quais, em virtude do coração
trespassado do Senhor, renasce incessantemente a Igreja. E não Lhe são quebradas
as pernas, como aos outros dois crucificados; deste modo Ele aparece como o
verdadeiro cordeiro pascal, ao qual nenhum osso deve ser quebrado (cf. Ex 12,
46). E agora que tudo suportou, vemos que Ele, apesar de toda a confusão dos
corações, apesar do poder do ódio e da cobardia, não ficou sozinho. Os fiéis
existem. Junto da cruz, estavam Maria, sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, Maria
de Magdala e o discípulo que Ele amava. Agora chega também um homem rico, José
de Arimateia: o rico encontra modo de passar pela buraco de uma agulha, porque
Deus lhe dá a graça. Sepulta Jesus no seu túmulo ainda intacto, num jardim: o
cemitério onde fica sepultado Jesus transforma-se em jardim, no jardim donde
fora expulso Adão quando se separara da plenitude da vida, do seu Criador. O
túmulo no jardim faz-nos saber que o domínio da morte está para terminar. E
chega também um membro do Sinédrio, Nicodemos, a quem Jesus tinha anunciado o
mistério do renascimento pela água e pelo Espírito. Até no Sinédrio, que tinha
decidido a sua morte, há alguém que acredita, que conhece e reconhece Jesus após
a sua morte. Sobre a hora do grande luto, da grande escuridão e do desespero,
aparece misteriosamente a luz da esperança. O Deus escondido permanece em todo o
caso o Deus vivo e próximo. O Senhor morto permanece em todo o caso o Senhor e
nosso Salvador, mesmo na noite da morte. A Igreja de Jesus Cristo, a sua nova
família, começa a formar-se.
ORAÇÃO
Senhor, descestes à escuridão da morte. Mas o vosso corpo é
recolhido por mãos bondosas e envolvido num cândido lençol (Mt 27, 59). A fé não
está completamente morta, não se pôs totalmente o sol. Quantas vezes parece que
Vós estais a dormir. Como é fácil a nós, homens, afastar-nos dizendo para nós
mesmos: Deus morreu. Fazei com que, na hora da escuridão, reconheçamos que em
todo o caso Vós estais lá. Não nos deixeis sozinhos quando tendemos a desanimar.
Ajudai-nos a não deixar-Vos sozinho. Dai-nos uma fidelidade que resista no
desânimo e um amor que Vos acolha no momento mais extremo da vossa necessidade,
como a vossa Mãe, que Vos abraçou de novo no seu regaço. Ajudai-nos, ajudai os
pobres e os ricos, os simples e os sábios, a ver através dos seus medos e
preconceitos e a oferecer-Vos a nossa capacidade, o nosso coração, o nosso
tempo, preparando assim o jardim no qual possa dar-se a ressurreição.
DÉCIMA
QUARTA ESTAÇÃO
Jesus é sepultado
Do evangelho segundo São Mateus 27,
59-61
José pegou no corpo de Jesus, envolveu-o num lençol limpo e
depositou-o no seu túmulo novo, que tinha mandado escavar na rocha. Depois,
rolou uma grande pedra para a porta do túmulo e retirou-se. Entretanto, estavam
ali Maria de Magdala e a outra Maria, sentadas em frente do
sepulcro.
MEDITAÇÃO
Jesus, desonrado e ultrajado, é deposto com
todas as honras num túmulo novo. Nicodemos traz uma mistura de mirra e aloés de
cem libras destinada a emanar um perfume precioso. Agora na oferta do Filho
revela-se, como sucedera já na unção de Betânia, um excesso que nos recorda o
amor generoso de Deus, a «superabundância» do seu amor. Deus faz generosamente
oferta de Si próprio. Se a medida de Deus é superabundante, também para nós nada
deveria ser demasiado para Deus. Foi o que o próprio Jesus nos ensinou no
discurso da Montanha (Mt 5, 20). Mas é preciso lembrar também as palavras de S.
Paulo a propósito de Deus, que «por nosso meio faz sentir em todos os lugares o
odor do seu conhecimento. Somos, para Deus, o bom odor de Cristo» (2 Cor 2,
14-15). Na putrefacção das ideologias, a nossa fé deveria ser de novo o perfume
que reconduz às pegadas da vida. No momento da deposição, começa a realizar-se a
palavra de Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, caindo
na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12,
24).
Jesus é o grão de trigo que morre. Do grão de trigo morto começa a grande
multiplicação do pão que dura até ao fim do mundo: Ele é o pão de vida capaz de
saciar em medida superabundante a humanidade inteira e dar-lhe o alimento vital:
o Verbo eterno de Deus, que Se fez carne e também pão, para nós, através da cruz
e da ressurreição. Sobre a sepultura de Jesus resplandece o mistério da
Eucaristia.
ORAÇÃO
Senhor Jesus Cristo, na sepultura
fizestes vossa a morte do grão de trigo, tornastes-Vos o grão de trigo morto que
produz fruto ao longo de todos os tempos até à eternidade. Do sepulcro brilha em
cada tempo a promessa do grão de trigo, do qual provém o verdadeiro maná, o pão
de vida em que Vós mesmo Vos ofereceis a nós. A Palavra eterna, através da
encarnação e da morte, tornou-Se a Palavra próxima: Colocais-Vos nas nossas mãos
e nos nossos corações para que a vossa Palavra cresça em nós e produza fruto.
Dais-Vos a Vós próprio através da morte do grão de trigo, para que nós tenhamos
a coragem de perder a nossa vida para encontrá-la; para que também nós nos
fiemos da promessa do grão de trigo. Ajudai-nos a amar cada vez mais o vosso
mistério eucarístico e a venerá-lo – a viver verdadeiramente de Vós, Pão do Céu.
Ajudai-nos a tornarmo-nos o vosso «odor», a tornar palpáveis os vestígios da
vossa vida neste mundo. Do mesmo modo que o grão de trigo se eleva da terra como
caule e espiga, assim também Vós não podeis ficar no sepulcro: o sepulcro está
vazio porque Ele – o Pai – não Vos «abandonou na habitação dos mortos nem
permitiu que a vossa carne conhecesse a decomposição» (cf. Act 2, 31; Sal 16, 10
LXX). Não, Vós não experimentastes a corrupção. Ressuscitastes e destes espaço à
carne transformada no coração de Deus. Fazei com que possamos alegrar-nos com
esta esperança e possamos levá-la jubilosamente pelo mundo; fazei que nos
tornemos testemunhas da vossa ressurreição.
Pai
nosso, que estais no céu, santificado seja o Vosso nome, venha a nós o Vosso
Reino, seja feita a Vossa vontade, assim na terra como é no céu. O pão nosso de
cada dia, nos dai hoje, perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os
nossos devedores, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal,
Amém.
Em Latim:
Pater noster, qui es in cælis; sanctificetur nomen tuum;
adveniat regnum tuum; fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. Panem
nostrum cotidianum da nobis hodie; et dimitte nobis debita nostra, sicut et nos
dimittimus debitoribus nostris; et ne nos inducas in tentationem; sed libera nos
a malo.
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