PERFIL BIOGRÁFICO DE
PAULO VI
(1897-1978)
Segundo filho de Giorgio e Giuditta Alghisi, Giovanni Battista Montini nasceu em Concesio, perto de Bréscia, a 26 de Setembro de 1897. De 1903 a 1915 frequentou a escola primária, o ginásio e parte do liceu no colégio Cesare Arici, mantido em Bréscia pelos jesuítas, concluindo os estudos secundários no liceu estatal municipal em 1916.
No Outono do mesmo ano entrou no seminário de Bréscia e quatro anos depois, a 29 de Maio de 1920, recebeu na catedral a ordenação sacerdotal do bispo Giacinto Gaggia. Depois do Verão transferiu-se para Roma, onde frequentou os cursos de filosofia da Pontifícia Universidade Gregoriana e de letras na universidade estatal, formando-se mais tarde em direito canónico no ano de 1922 e em direito civil em 1924. Entretanto, depois de um encontro com o substituto da Secretaria de Estado Giuseppe Pizzardo no mês de Outubro de 1921, foi destinado ao serviço diplomático e durante alguns meses de 1923 trabalhou como adido na nunciatura apostólica de Varsóvia.
Entrou na Secretaria de Estado a 24 de Outubro de 1924, e foi nomeado minutante no ano seguinte. Nesse período participou intensamente da actividade dos estudantes universitários católicos organizada na Fuci, da qual foi assistente eclesiástico nacional de 1925 a 1933. No início de 1930, o cardeal Eugenio Pacelli foi nomeado secretário de Estado, do qual progressivamente se tornou um dos mais estreitos colaboradores, até 1937 quando foi promovido substituto da Secretaria de Estado. Cargo que manteve também quando Pacelli — que foi eleito Papa em 1939 com o nome de Pio XII — sucedeu o cardeal Luigi Maglione, falecido em 1944. Em 1952 tornou-se pró-secretário de Estado para os assuntos ordinários.
Foi ele quem preparou o esboço do extremo mas inútil apelo de paz que o Papa Pacelli lançou pela rádio a 24 de Agosto de 1939, na vigília do conflito mundial: «Nada se perde com a paz! Tudo se perde com a guerra».
A 1 de Novembro de 1954 foi nomeado arcebispo de Milão. Durante a guia da Igreja ambrosiana comprometeu-se profundamente no plano pastoral, dedicando uma atenção especial aos problemas do mundo do trabalho, da imigração e das periferias, onde promoveu a construção de mais de cem igrejas.
Foi o primeiro cardeal a receber a púrpura de João XXIII, a 15 de Dezembro de 1958, e participou no concílio Vaticano II, no qual apoiou abertamente a linha reformista. Quando Roncalli faleceu, a 21 de Junho de 1963 foi eleito Papa e escolheu o nome Paulo, com uma referência clara ao apóstolo evangelizador.
Nos primeiros actos do pontificado desejou evidenciar a continuidade com o predecessor, em particular com a decisão de retomar o Vaticano II, que se reabriu a 29 de Setembro de 1963. Guiou os trabalhos conciliares com mediações atentas, favorecendo e moderando a maioria reformadora, até à conclusão a 8 de Dezembro de 1965 e precedida pela recíproca revogação das excomunhões ocorridas em 1054 entre Roma e Constantinopla.
Remontam ao período do concílio também as primeiras três das nove viagens que durante o pontificado o levaram aos cinco continentes (foram dez as visitas realizadas na Itália): em 1964 foi à Terra Santa e depois à Índia, e em 1965 a Nova Iorque, onde pronunciou um discurso histórico diante da assembleia geral das Nações Unidas. No mesmo ano iniciou uma acção profunda de modificações das estruturas do governo central da Igreja, criando novos organismos para o diálogo com os não-cristãos e os não-crentes, instituindo o Sínodo dos bispos — que durante o seu pontificado realizou quatro assembleias ordinárias e uma extraordinária entre 1967 e 1977 — e actuando a reforma do Santo Ofício.
A sua vontade de diálogo dentro da Igreja, com as diversas confissões e religiões e com o mundo esteve no centro da primeira encíclica Ecclesiam suam de 1964, seguida por outras seis: entre elas a Populorum progressio de 1967 sobre o desenvolvimento dos povos, que teve ressonância muito ampla, e a Humanae vitae de 1968, dedicada à questão dos métodos para o controle da natalidade, que suscitou numerosas polémicas até nos ambientes católicos. Outros documentos significativos do pontificado foram a carta apostólica Octogesima adveniens de 1971 para o pluralismo do compromisso político e social dos católicos e a exortação apostólica Evangelii nutiandi de 1975 sobre a evangelização do mundo contemporâneo.
O impulso renovador no âmbito do governo da Igreja traduziu-se depois na reforma da Cúria em 1967, do tribunal pontifício em 1968 e do conclave em 1970 e 1975. Também no campo da liturgia realizou uma obra paciente de mediação para favorecer a renovação recomendada pelo Vaticano II, sem contudo conseguir evitar as críticas dos sectores eclesiais mais progressistas e a oposição tenaz dos conservadores, entre os quais o arcebispo francês Marcel Lefebvre, suspenso a divinis em 1976.
Com a criação de 144 purpurados, a maior parte dos quais não italianos, em seis consistórios remodelou notavelmente o colégio cardinalício e acentuou o seu carácter universal. Além disso, aumentou a acção diplomática e política internacional da Santa Sé, agindo sempre pela paz, instituindo um dia mundial específico celebrado desde 1968 a 1 de Janeiro de cada ano — e prosseguindo o diálogo com os países comunistas da Europa central e oriental (a chamada Ostpolitik) iniciado por João XXIII.
Em 1970, com uma decisão sem precedentes, declarou doutores da Igreja duas mulheres, santa Teresa de Ávila e santa Catarina de Sena. E em 1975 — depois do jubileu extraordinário realizado em 1966 para a conclusão do Vaticano II e do Ano da fé celebrado de 1967 a 1968 pelo décimo nono centenário do martírio dos santos Pedro e Paulo — proclamou e celebrou um Ano santo.
A 29 de Junho de 1978 celebrou em São Pedro o décimo quinto aniversário de eleição. Faleceu a 6 de Agosto, na residência de Castel Gandolfo. O funeral foi celebrado no dia 12 na praça de São Pedro e foi sepultado na Basílica Vaticana.
A 11 de Maio de 1993 teve início na diocese de Roma a causa de canonização. No dia 9 de Maio passado o Papa Francisco autorizou a Congregação para as causas dos santos a promulgar o decreto relativo ao milagre atribuído à sua intercessão.
Do jornal L'Osservatore Romano, edição em português, n.43 de 23 de outubro de 2014
fonte:https://www.vatican.va/content/paul-vi/pt/biografia/documents/hf_p-vi_spe_20190722_biografia.html
PAPA PAULO VI
« ORAÇÃO A CRISTO »
Ó Cristo, nosso único medianeiro.
Tu és necessário: para entrarmos em comunhão com Deus Pai; para nos tornarmos conTigo, que és Filho único e Senhor nosso, seus filhos adotivos; para sermos regenerados no Espírito Santo.
Tu és necessário, ó único verdadeiro mestre das verdades ocultas e indispensáveis da vida, para conhecermos o nosso ser e o nosso destino, o caminho para o conseguirmos.
Tu és necessário, ó Redentor nosso, para descobrirmos a nossa miséria e para a curarmos; para termos o conceito do bem e do mal e a esperança da santidade; para deplorarmos os nossos pecados e para obtermos o seu perdão.
Tu és necessário, ó irmão primogênito do gênero humano, para encontrarmos as razões verdadeiras da fraternidade entre os homens, os fundamentos da justiça, os tesouros da caridade, o sumo bem da paz.
Tu és necessário, ó grande paciente das nossas dores, para conhecermos o sentido do sofrimento e para lhe darmos um valor de expiação e de redenção.
Tu és necessário, ó vencedor da morte, para nos libertarmos do desespero e da negação e para termos certezas que nunca desiludem.
Tu és necessário, ó Cristo, ó Senhor, ó Deus conosco, para aprendermos o amor verdadeiro e para caminharmos na alegria e na força da tua caridade, ao longo do caminho da nossa vida fatigosa, até ao encontro definitivo conTigo amado, esperado, bendito nos séculos.
fonte:https://www.vatican.va/content/paul-vi/pt/prayers/documents/hf_p-vi_1955-quaresima_prayer-cristo.html
Oração do Papa Paulo VI para pedir o dom da fé
Senhor, creio em Ti. Eu quero crer em Ti.
Senhor, faze que minha fé seja plena, sem reservas e que penetre em minha inteligência e em meu modo de julgar as realidades divinas e humanas.
Senhor, faze que minha fé seja livre, isto é, que tenha a minha adesão pessoal, aceite as renúncias e os deveres que ela impõe e seja a última instância decisiva de minha pessoa. Creio em Ti, Senhor.
Senhor, faze que minha fé seja certa. Certa pela coerência exterior dos motivos e certa pelo testemunho interior do Espírito Santo. Certa por uma luz que lhe dê segurança, por uma conclusão que a tranquilize, por uma assimilação que a faça repousar.
Senhor, faze que a minha fé seja forte. Que ela não tema a contradição que surge com os problemas, quando é plena a experiência de nossa vida à vida de luz. Que não tema a oposição de quem a discute, a ataca, a rejeita, a nega; mas que ela se robusteça com a experiência íntima de Tua verdade, resista ao cansaço da crítica, fortaleça-se com a afirmação contínua que vence as dificuldades dentro das quais se desenrola nossa existência terrena.
Senhor, faze que minha fé seja cheia de tranquilidade e que dê ao meu espírito paz e alegria, gosto pela oração com Deus e a convivência com os homens, de maneira que, no diálogo com Deus e com o mundo, se irradie a alegria interior de sua posse afortunada.
Senhor, faze que minha fé seja operante e dê à caridade os motivos de sua atuação, de sorte que a caridade seja verdadeira amizade contigo, busca contínua de Ti, contínuo testemunho, contínuo alimento de esperança nas obras, nos sofrimentos, na expectativa da revelação final.
Senhor, faze que minha fé seja humilde e não pretenda apoiar-se na experiência de meu pensamento, mas que se entregue ao testemunho do Espírito Santo e não busque maior garantia a não ser a docilidade à Tradição e à Autoridade do Magistério da Igreja. Amém.
Papa Paulo VI
(via Felipe Aquino)
29 de maio: dia de São Paulo VI, o santo da cura dos bebês em gestação
Milagres atribuídos ao santo pontífice indicam curas de bebês desenganados pelos médicos durante as gestações
“O Papa Francisco, concordando com as petições e desejos do Povo de Deus, decretou que a celebração do Papa São Paulo VI deveria ser inserida no Calendário Romano em 29 de maio com a categoria de memorial opcional”, diz uma declaração do Congregação da liturgia do Vaticano.
A data reconhece, assim, o aniversário da ordenação sacerdotal deste pontífice (1897-1978), eleito Papa em 1963.
Os dias de festa geralmente correspondem ao nascimento do santo para a vida eterna (o dia da sua morte), mas há algumas exceções.
Algumas delas são a festa de São João Paulo II, em 22 de outubro, aniversário de sua eleição como Papa. A Igreja também celebra a festa de Santa Zélia e São Luís Martin na data do aniversário de casamento deles (12 de julho). Enfim, são várias as razões que podem entrar em jogo para a escolha de um dia de festa, incluindo o período litúrgico.
São Paulo VI: um amante da vida
Francisco canonizou Paulo VI em outubro de 2018.
Paulo VI é foi o Papa que concluiu o Concílio Vaticano II. Entre outros documentos, escreveu, em 1698, a encíclica Humane Vitae, que fala sobre a contracepção artificial.
Parece que o santo pontífice tem um carinho especial pela vida, já que os milagres que levaram à sua canonização envolveram bebês em gestação.
Em fevereiro de 2018, a Santa Sé reconheceu o milagre atribuído às orações de Paulo VI, abrindo caminho para a canonização do pontífice. Um bebê no quinto mês de gravidez carregado por uma mãe que tinha uma doença que colocava em risco a vida de ambos nasceu com boa saúde e agora é uma menina saudável em crescimento.
Outro milagre aprovado no processo de beatificação do Papa Paulo VI (Giovanni Battista Montini) também diz respeito a uma gravidez difícil. Os médicos incentivaram uma mulher a abortar seu filho porque o bebê era deficiente . Ela recusou o aborto e confiou o bebê à intercessão de Paulo VI, por causa de sua encíclica Humanae Vitae . A criança sobreviveu sem quaisquer problemas de saúde.
Paulo VI foi beatificado em 19 de outubro de 2014, na conclusão do primeiro Sínodo sobre a Família.
Amante da igreja
O documento do Vaticano para sua canonização o descreve assim:
Paulo VI brilha como aquele que uniu em si a fé pura de São Pedro e o zelo missionário de São Paulo. Sua consciência de ser o Sucessor de Pedro fica evidente quando lembramos que em 10 de junho de 1969, durante uma visita ao Conselho Mundial de Igrejas em Genebra, ele se apresentou dizendo “Meu nome é Pedro”. …
A Igreja sempre foi, de fato, seu amor constante , sua preocupação principal, objeto de reflexão constante, o fio primeiro e mais fundamental de todo o seu pontificado.
Nada mais desejava do que um maior conhecimento Igreja para ser cada vez mais eficaz no anúncio do Evangelho.
fonte:https://pt.aleteia.org/2021/05/28/29-de-maio-dia-de-sao-paulo-vi-o-santo-da-cura-dos-bebes-em-gestacao/
Pressentindo a aproximação de sua morte,
em 12 de setembro de 1968 Pe Pio escreveu uma carta ao Papa Paulo VI,
oferecendo-lhe seu apoio, suas orações e sofrimentos. Do L”Osservatore
Romano, jornal oficioso do Vaticano, reproduzo os tópicos principais. A
oportunidade foi uma audiência especial concedida pelo Papa aos padres
capitulares da Ordem Franciscana.
“Santidade,
Valho-me da oportunidade deste encontro para me unir em espírito aos
meus irmãos. E para depor humildemente a vossos pés a minha cordial
saudação e dedicação pessoal; meu amor, minha fé e obediência à
dignidade daquele a quem o senhor representa na terra.
A Ordem dos Capuchinhos tem-se mantido sempre na linha de frente em sua
dedicação amorosa, na fidelidade e na obediência à Santa Sé. Em minha
oração peço a Deus que ela continue assim em sua austeridade religiosa
profunda e pobreza evangélica. E, enquanto o obedece fielmente a essas
regras que formam sua constituição, possa renovar-se em vitalidade e
espiritualidade, como pediu o Concílio Vaticano II, a fim de estar
sempre mais adequadamente preparada para ir ao encontro de muitas
necessidades da Mãe Igreja, de acordo com a orientação de Vossa
Santidade.
Sei bem das profundas aflições que
angustiam vosso coração nestes dias relativamente aos novos rumos da
Igreja, à paz do mundo e as múltiplas necessidades dos povos. Mas
sobretudo pela falta de odediência de alguns católicos a respeito dos
esclarecedores ensinamentos que V Santidade, com o auxílio do Espírito
Santo, nos tem dado em nome de Deus.
Ofereço-vos minhas orações e sofrimentos a cada dia,atenção
insignificante mas sincera do último de vosso filhos, a fim de que o
senhor vos reconforte com sua graça para prosseguir no caminho reto e
penoso da defesa daquelas verdades eternas, que permanecem imutáveis num
mundo em evolução.
Igualmente, em nome de meus filhos espirituais e dos grupos de oração,
vos agradeço pela posição clara e decisiva que nos transmitistes,
especialmente na última encíclica Humanae Vitae, e reafirmo a minha fé e
a minha obediência incondicional às vossas iluminadas diretrizes.
Digne-se o Senhor conceder o triunfo à verdade e a paz a sua Igreja; a
tranquilidade a todos os povos, saúde e prosperidade a V Santidade, a
fim de que, dissipadas essas nuvans passageiras, o Reino de Deus triunfe
nos corações, graças a vossa obra apostólica de supremo Pastor da
cristandade.
Prostrado a vossos pés, peço-vos que me abençoeis, bem como aos meus
confrades, aos meus filhos espirituais, aos grupos de oração, aos meus
doentes e a todas as iniciativas do bem que, em nome de Jesus,
procuraamos arduamente promover.
De Vossa Sentidade, filho obediente
(assinado) P.Pio (capuchinho)
Aos 12 de setembro de 1968
San Giovanni Rotondo.
(do livro de Clarice Bruno, Caminhando com Padre Pio – Ed Myrian)
fonte:https://renebelo.wordpress.com/2010/09/13/carta-de-padre-pio-a-paulo-vi/
Sabia que o Papa Paulo VI escreveu duas cartas de renúncia ao pontificado?
O site ACI Digital informou ontem (28/08/2017) que o vaticanista italiano Andrea Tornielli compartilhou no sábado, 26 de agosto, um artigo no qual conta que o Beato Papa Paulo VI escreveu à mão duas cartas de renúncia ao pontificado, que só deveriam ser publicadas caso perdesse a capacidade de liderar a Igreja por um longo período de tempo.
Tornielli, vaticanista do jornal italiano ‘La Stampa’ e diretor do ‘Vatican Insider’, diz que apesar de Paulo VI nunca ter chegado a apresentar as cartas, elas existem. Isto foi confirmado pelo Cardeal Giovanni Battista Re, Prefeito Emérito da Congregação para os Bispos.
O Cardeal fez essa revelação à revista italiana ‘Araberara’, onde comentou que “João Paulo II me mostrou” as duas missivas.
Em declarações à ‘La Stampa’, o Cardeal italiano explicou que “eram duas cartas escritas à mão, não lembro exatamente a data, mas não se tratava do último período de vida do Papa Montini. Parece que eram do final dos anos 1960 ou 1970”.
Paulo VI, continuou o Cardeal, “estava preocupado com uma possível incapacidade no futuro, de um grave impedimento que não lhe permitisse realizar o seu ministério, e por isso quis ser cuidadoso”.
Paulo VI, cujo nome de nascimento era Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini, foi Papa de 1963 a 1978, ano da sua morte.
Tornielli recorda que Paulo VI queria se prevenir diante da possibilidade de perder o uso das suas capacidades mentais, considerando também que em novembro de 1967 o Papa sofreu uma cirurgia de próstata com anestesia total em uma sala de cirurgia improvisada no quarto papal.
“O que aconteceria se, por exemplo, ele não tivesse acordado e tivesse permanecido em estado de coma por um longo período? Para tentar resolver o dilema, diante da maior longevidade das pessoas devido às descobertas da medicina, o Papa decidiu advertir com duas declarações assinadas”, explicou Tornielli.
Essas cartas, continuou, “somente deveriam ser publicadas caso não tivesse sido capaz de manifestar a sua vontade (o que Bento XVI fez claramente em 2013, com total domínio das suas faculdades e da sua liberdade para decidir, por isso que ambos os casos não podem ser comparáveis)”.
“Estamos diante de um caso histórico muito diferente do caso da renúncia por idade ou falta de força, como aconteceu pela primeira vez na história da Igreja, em fevereiro de 2013, com o gesto de Bento XVI”, escreveu Tornielli.
A renúncia do Pontífice Romano entrou no Código de Direito Canônico em 1917 e continua no atual Código vigente, promulgado em 1983.
Uma das cartas de Paulo VI tinha a finalidade de apresentar a renúncia, enquanto a segunda pedia ao Cardeal secretário de Estado “pro tempore” – seu principal colaborador – que insistisse para que os cardeais aceitassem a primeira.
As cartas deveriam estar nos arquivos da Secretária de Estado, mas o secretário particular de Paulo VI, Pe. Pasquale Macchi, que faleceu em 2006, guardou uma cópia.
Mons. Ettore Malnati, amigo do Pe. Macchi, também confirmou a existência dos documentos e disse que o Cardeal Joseph Ratzinger sabia da existência dessas cartas.
Mons. Malnati relatou que isso aconteceu em outubro de 2003 e compartilhou a reação de quem, em 2005, se tornaria o Papa Bento XVI.
“Recordo que o Cardeal Ratzinger disse algo assim: ‘Esta é uma coisa muito sábia, que cada Papa deveria fazer’”.
A reflexão de outros Papas
Antes do Papa Paulo VI, outros Papas tinham considerado a possibilidade de renunciar: “Pio XI falou sobre a possibilidade de abandonar o seu ministério em caso de doença, enquanto Pio XII predispôs algo semelhante em caso de deportação pelos nazistas: ‘Se me sequestrarem, terão o Cardeal Pacelli, mas não o Papa’”, escreveu Tornielli.
Também é significativo, destacou o vaticanista, “que João Paulo II tenha ensinado esses documentos ao Cardeal Re, pois o Papa polonês sofria de Parkinson e, com a degeneração da sua saúde, também levou em consideração a possibilidade de renunciar”.
O Papa Francisco também se referiu em várias ocasiões a respeito da possibilidade de renunciar ao pontificado, agradecendo inclusive a Bento XVI por ter aberto a porta da existência dos Papas Eméritos.
Em junho deste ano, ao receber os bispos panamenhos e conversar com eles sobre vários temas, como a Jornada Mundial da Juventude programada para janeiro de 2019, Francisco disse sobre o evento que “o Papa participará. Não sei se serei eu ou o outro, mas o Papa irá”.
fonte:https://cleofas.com.br/sabia-que-o-papa-paulo-vi-escreveu-duas-cartas-de-renuncia-ao-pontificado/
O Papa João Paulo I, que ocupou o posto por apenas 34 dias em 1978, será beatificado pela Igreja Católica, disse o Vaticano nesta quarta-feira (13).
Um comunicado diz que o Papa Francisco aprovou um decreto reconhecendo um milagre atribuído à intercessão do falecido papa italiano, cujo nome de nascimento era Albino Luciani.
“O Papa Francisco, ao receber o Cardeal Marcello Semeraro em audiência na manhã desta quarta-feira (13), autorizou a Congregação para as Causas dos Santos a promulgar o decreto que reconhece um milagre atribuído à intercessão de João Paulo I.”
João Paulo I foi eleito em 26 de agosto de 1978 para suceder Paulo VI e morreu inesperadamente em 28 de setembro.
fonte:https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/joao-paulo-i-o-papa-que-reinou-durante-34-dias-sera-beatificado/
O papa Francisco proclamou santo o papa Paulo VI, cujo pontificado foi de 1963 a 1978, em uma grande cerimônia neste domingo, na Praça de São Pedro, na qual também foi canonizado o arcebispo de San Salvador, Oscar Romero.
Francisco utilizou como é habitual a frase em latim para proclamar a santidade do papa e pedir que fosse inscrito nos livros dos santos da Igreja.
O milagre atribuído a Paulo VI foi a salvação de uma menina nascida prematuramente em 2014. O papa italiano será o terceiro chefe da Igreja canonizado durante o pontificado de Francisco. Em 2014, João Paulo II e João XXII, tornaram-se santos.
Histórico – O pontificado de Paulo VI ficou marcado por vários fatos emblemáticos. O principal deles, a condução e conclusão do Concílio Vaticano II, o maior marco na modernização litúrgica e doutrinal da Igreja. A assembleia propôs a participação do bispado nas decisões da Santa Sé, de maneira semelhante ao que acontecia nos primórdios eclesiásticos. Aposentou o latim e permitiu que a missa fosse celebrada no idioma de cada país. Tirou a obrigação do uso da batina e abriu espaço para movimentos sociais.
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/mundo/papa-proclama-paulo-vi-novo-santo-da-igreja-catolica
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