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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Boletins do Padre Reginaldo Manzotti - Ano 2020

Filhos e filhas, 

Feliz Ano Novo! Um abençoado 2020!
Cada novo ano é uma dádiva que Deus nos concede. É como uma página em branco, onde podemos reescrever nossa história, acertando o que estava errado, melhorando o que já estava bom. Mas, nada do que planejamos para este ano fará sentido ou atingirá seu objetivo se não tivermos o que é essencial: paz.
A paz não é apenas ausência de guerras. Claro que precisamos de paz nas ruas, paz entre as nações. Todos os dias, nos chegam enxurradas de notícias de conflito entre povos, guerrilhas, brigas, violência no trânsito, aliás violência de todo tipo, a vida humana não está valendo mais nada, porém nessa primeira mensagem do ano refiro-me especialmente à paz interior.
A verdadeira paz começa a existir do nosso encontro pessoal com Jesus, o ‘Príncipe da Paz’. Ela brota dentro de cada um de nós, para depois exteriorizar-se, manifestar e se expandir em casa, na família, no ambiente de trabalho, nas ruas, nas cidades e no mundo.
Ninguém é santo, ninguém é perfeito. Amamos e odiamos, erramos e acertamos, cometemos gestos bons e maus. A nossa fragilidade humana é marcada pelo pecado, mas Deus nos amou tanto que se compadeceu de nós, em Jesus assumiu nossa humanidade, assemelhou-se a nós em tudo, menos no pecado. E, porque Jesus veio a nós a paz tornou-se possível. Ele nos disse: “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo” (Jo 14,27).
O medo é um dos inimigos da paz. O medo nos leva à insegurança, à desconfiança, a nos armarmos contra aqueles que pensamos ser ameaça para nós. Não digo que estejamos com armas de fogo, também não me refiro só à agressão física, fazemos de nossa língua uma arma mortal, espalhando fofoca e maledicência, “puxando o tapete”, mentindo e intimidando. A língua pode ter uma força de agressão violenta. Por isso, ao nos deixar a paz Jesus nos recomendou que não tivéssemos medo, por isso também, em seguida, Ele nos mandou amar-nos uns aos outros (cf. Jo 15,17). O medo separa, desequilibra e desune; o amor atrai, congrega, dá segurança e traz a paz.
A mentira é outra inimiga da paz. A pessoa que pratica o mal não gosta de ver as coisas ruins à luz da verdade, ela se esconde. Por isso, quem faz o mal não gosta da luz. E Jesus é luz e quem caminha no mal, quem é mentiroso, desonesto, quem busca o pecado não quer a luz, prefere as trevas, as sombras, prefere fazer as coisas na surdina, nas fofocas, intrigas, promovendo as discórdias.
Se não temos paz, além de não sermos felizes, deixamos os que estão próximos a nós infelizes, porque a luz irradia, mas, o mal também irradia. Porém, a paz, além de ser um dom de Deus, é uma construção diária que depende muito de nós. Depende de nossas atitudes, de sermos capazes de nos reconciliar, nos acolher, nos perdoar e libertar-nos das mágoas e ressentimentos.
A paz interior é um dom do Espírito Santo, como nos diz a Carta aos Gálatas: “Por seu lado, são estes os frutos do Espírito: amor, alegria, paz” (Gl 5,22). Isso quer dizer que ela deve ser pedida como o próprio Apóstolo Paulo afirma: “Apresentem a Deus todas as necessidades de vocês através da oração e da súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão, guardará em Jesus Cristo os corações e pensamentos de vocês” (Fl 4,7). Esse trecho da Carta aos Filipenses nos dá uma certeza que a paz não é uma utopia, não é um “talvez”, mas é uma certeza em Jesus. Ele venceu o mundo! A paz já nos foi concedida!
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti

Boletim do dia 03 de Março

Filhos e filhas, 

“Deus amou de tal forma o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que n’Ele creia não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
Nós amamos porque Deus nos amou primeiro (cf. 1Jo 4,19). Somos constantemente perdoados por Deus, que nos amou primeiro. E, porque somos perdoados e amados por Deus, devemos também perdoar.
E qual a medida do perdão? Pedro chega para Jesus e faz essa pergunta: “Senhor, quantas vezes devo perdoar?” (cf. Mt 18,21). E é impressionante que Pedro faz a pergunta e sem espera resposta, ele mesmo sugere: “Até sete vezes?” (Mt 18,19,21). Como ele foi afobado na resposta e mostrou que ele não compreendeu o mestre, Jesus explicou: “Oh! Pedro! Não sete, mas setenta vezes sete, isto é, sempre!" (cf Mt 18,22).
É importante perceber isso. Perdoar muitas vezes a mesma pessoa, às vezes nos mesmos erros, nos mesmos equívocos, isso significa tolerância, isso significa misericórdia. Mas exige força de vontade e empenho, porque geralmente se trata de pessoas mais próximas. Primeiramente, porque as atitudes de terceiros não nos causam tanto sofrimento e decepção quanto aquelas de quem queremos bem e por essa razão, não esperamos receber tratamento hostil ou deliberadamente prejudicial. Em segundo lugar, porque muitas vezes o perdão exige reconstruir a confiança, a convivência e o próprio relacionamento.
Sem querer ser egoísta ou estimular o egoísmo, ao perdoar não devemos nos preocupar se o outro vai mudar. Não nos preocupemos com os efeitos que o nosso perdão vai causar, se vai trazer a pessoa de volta, se vai restaurar a amizade ou se ela também vai nos perdoar A reconciliação é uma consequência do perdão que nem sempre acontece. O amor para ser vivido precisa ser recíproco e o perdão pode ser unilateral. Não significa que o outro tenha que nos perdoar, significa que nós vamos perdoar, é diferente. O perdão deve ser algo gratuito, unilateral. Não se deve estabelecer condições para o perdão. Deus não age assim conosco e por mais egoístas, miseráveis e pecadores que sejamos, Ele nos perdoará sempre.
O perdão deve acontecer, principalmente, por se tratar de um preceito de Nosso Senhor. Vamos ser honestos, ao perdoar não agimos só movidos por amor, por complacência ou benevolência, perdoamos porque foi isso que Jesus nos pediu. Quem se fecha à graça do perdão fica preso ao passado, à dor, à magoa, à raiva e às vezes até ao desejo de vingança, sentimentos tóxicos que acabam bloqueando o futuro. Além disso, podem gerar doenças psicossomáticas, pois reduzem a imunidade do organismo e abrem espaço para as enfermidades oportunistas.
Há também aqueles que acham difícil perdoar, porque ainda não entenderam que perdoar não se trata de desculpar ou minimizar a ofensa sofrida e fingir que nada aconteceu. Agir dessa forma significa mascarar o problema, como colocar um curativo em cima de uma ferida que ainda contém sujeira. Ela pode até aparentar estar cicatrizada, mas por baixo da casca, a infecção permanece. Insisto: a ferida precisa ser raspada, sangrada, para haver cicatrização.
Desculpar não é perdoar. O perdão só cura quando reconhecemos a dor, conversamos sobre a ofensa e apesar de admitir ao outro que ele agiu mal e nos machucou, escolhemos não alimentar a tristeza, não guardar ressentimentos e em Deus, perdoamos suas fraquezas e limitações.
Pode parecer difícil, mas se fizermos de Jesus a nossa rocha firme, teremos a graça de conseguir perdoar e sermos perdoados.
Aproveito para pedir orações pelos frutos do VIII Retiro Nacional, que possamos ser transformados pela Palavra de Deus.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
 

Boletim do dia 05 de Agosto

Filhos e filhas,

Estamos no mês de agosto, com o Evangelizar em Casa, pedindo que a Sagrada Família liberte a minha família do mal. Decidimos focar na família, pois é da família que nasce todas as vocações. Mas antes de começarmos nossa reflexão sobre vocação é necessário sabermos o que esta palavra significa. A palavra vocação vem do latim vocare que significa chamado. Todos nós somos chamados a algo, a dar um sentido para a vida.

Muitos questionam: Qual a diferença entre vocação e profissão? Embora, vocação e profissão se articulem, não podemos reduzir a vocação ao dom nato, a aptidão que cada um tem para determinado trabalho. Vocação inclui a vida total, contém o propósito de seguir e servir. A vocação possui a dimensão da abertura ao próximo, à solidariedade. É a dimensão que se dá na relação do homem na transformação do mundo.

Profissão é a carreira que a pessoa escolhe livremente para seguir e desenvolver em uma ou mais atividades, visando remuneração ou ganho pessoal. A profissão pode ser mudada de acordo com o mercado de trabalho ou a vontade de cada indivíduo. A vocação é uma proposta de Deus ao homem, mas este é livre para acolher ou rejeitar.

Nas Sagradas Escrituras, encontramos grandes exemplos de vocação. Abraão é um vocacionado de Deus. Ele escuta a voz de Deus que chama: “Parte da tua terra, da tua família e da casa de teus pais para a terra que eu te mostrarei” (Gn 12,1). E, Abraão aos 75 anos, se desinstala e vai para onde o Senhor o envia.

No Livro do Êxodo encontramos a vocação de Moisés. Deus chama Moisés (pelo nome) numa chama de fogo, do meio de uma sarça que ardia, mas não se consumia. E ele responde prontamente: “Eis-me aqui”. (Ex 3,1-15). E, Moisés vence a gagueira, usando seu irmão como intérprete. Assume sua vocação e se torna o libertador do povo oprimido. (Ex 3,1-15; 4,1-17; 6,2-13: 6,28-30; 7,1-7).

O primeiro livro dos Reis narra a vocação de Elias, que deixa a corte para viver no meio do povo Na sua vocação de profeta, Elias fala em nome de Deus, denuncia as injustiças, age na defesa dos pobres (1Rs 18.19).

Sobre a vocação de Jeremias, a narrativa é belíssima e mais uma vez mostra que o medo e as limitações humanas são inerentes à vocação. Jeremias, que ainda no seio materno foi constituído profeta para as nações (cf. Jr 1,5), de tanto medo, apela para o não saber falar, por ser apenas uma criança (cf. Jr 1,6), depois vai dizer: “Seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir”, demonstrando como compreendeu o mistério da vocação em sua vida (cf. Jr 20,7).

E não podemos falar de vocação sem falar de Maria, a vocacionada do Pai, a cheia de graça. Solicitada por Deus, ela se dispôs inteiramente: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo tua palavra!” (Lc 1,26-38). E se torna o modelo de vocação perfeita.

A exemplo de Nossa Senhora, que tenhamos a graça de vivermos plenamente a nossa vocação.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

 

Boletim do dia 12 de Agosto

Filhos e filhas,

A Igreja propõe a Semana Nacional da Família, cujo tema neste ano é “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”.

Esta semana de oração traz um grande apelo para que a família se volte ao essencial. São João Paulo II expressou isso muito bem com a frase “Família volta a ser o que tu és”, mas o que é a família? É lugar de amor, é cheiro de saudade, é cheiro de comida caseira, de lar. Eu acredito que um pai e uma mãe que conseguiram marcar um filho positivamente com boas lembranças da casa, da convivência familiar já contribuíram para a construção de novo lar repleto de amor.

Família volta a ser o que tu és, uma transmissora de vida, de fé. Família volta a ser o que tu és, um lugar da presença de Deus. E aqui eu chamo a atenção sobre a forma que queremos que Deus se mostre como Deus. Na Bíblia, encontramos a forma que Deus se mostrou a São José através do Anjo enquanto estava dormindo, porque ele estava em profunda sintonia com Deus (cf. Mt 1,20s; 2,13.20).

O que nos falta é procurar Deus onde Ele está. O profeta Elias nos mostra que Deus não está no trovão, no muito barulho. Não está no fogo com muita ardência. Deus não está no tumulto, Deus está na brisa suave (cf. 1Rs 19,11-12). Deus está, muitas vezes e sempre, no silêncio de uma consciência em paz de quem busca a Deus, de um pai e uma mãe que pedem discernimento, no silêncio de uma família que dá as mãos e reza, numa cumplicidade de um marido e mulher.

Deus raramente vai falar quando há muito barulho, mas não estou falando de um barulho externo, estou falando de um barulho interior. Este barulho ensurdece quando não aquietamos a alma e serenamos os sentimentos para fazer a experiência do Deus que se revela e revela o que buscamos e o que somos.

Na própria educação dos filhos, muitos pais não sabem como fazer, não que não queiram, mas não sabem porque hoje é difícil. Os pais ensinam uma coisa, a televisão e a internet mostram outra. Família volta a ser o que tu és, lugar de comunhão. A família nasce do amor e só tem sentido no amor, pois vem de Deus.

O Criador quis que o homem tivesse a mulher como companheira e participassem da obra da criação. A família é a primeira escola a nos ensinar a ser comunhão de amor, onde pessoas devem educar e se educar, pois formam uma comunidade de pessoas que vivem em comunhão. É na família que se aprende a viver a generosidade, a unidade, a solidariedade, a partilha, a fé. É onde cresce a consciência de serem administradores dos próprios bens e dos bens comuns e da natureza.

A família é lugar de comunhão porque não visa o bem individual, mas o bem uns dos outros. E como núcleo de comunhão, a família deve participar da vida da comunidade, trabalhando com outros, servindo como um só corpo. O que sustenta essa missão de ser comunhão é o amor. O amor que deveria ser incondicional como nos ensina São Paulo. Um amor que é paciente, bondoso. Que não tem inveja, não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1Cor 13,4-7).

Uma crise familiar, matrimonial deve ser resolvida com amor, em Deus, na Sua Palavra, na fé e na obediência aos ensinamentos de Jesus. Temos um exemplo a seguir na Sagrada Família, todas as qualidades que requer um bom pai estão em José, o justo. Todas as qualidades que requer uma boa mãe estão em Maria, mulher da escuta que guardava tudo em seu coração. Todas as qualidades de um bom filho estão em Jesus, submisso aos pais.

Não existem pessoas perfeitas, existem pessoas frágeis, limitadas. Valorizemos nossas famílias com seus defeitos e qualidades, alegrias e sofrimentos, erros e acertos, conquistas e conflitos. Acreditemos no amor que restaura e reconstrói e deixemo-nos contagiar por esse amor de Deus, que tudo pode.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Boletim do dia 19 de Agosto

Filhos e filhas,

A vida é busca e encontro. E nós, como cristãos, a nossa grande busca é Deus. Ele é o amado de nossa alma, como diz São João da Cruz, num dos seus poemas espirituais:

“Buscando meu Amor, meu Amado, vou por montes e vales, sem temer mil perigos. Nem flores colherei no caminho, pois segui-lo é preciso sem deter-me ou parar. Já não tenho outro ofício, só amar é o exercício. Solidão povoada, presença amorosa do Amado. Viver ou morrer, sem Ele eu não quero ser”!

Busquemos encontrar Deus e Ele se deixará encontrar. O próprio Deus nos diz, através do profeta Jeremias: “Vocês me procurarão e me encontrarão se me buscarem de todo o coração” (Jr 29,13). Não importa se é como nos diz a Parábola dos trabalhadores da vinha (Mt 20,1-16), ao amanhecer, ao meio dia ou ao entardecer de nossa existência vamos ter um encontro com Deus, se não pelo amor, pela dor.

Deus espera pacientemente que o pecador se converta e se volte para Ele. Isso me faz lembrar de um homem em particular: Santo Agostinho. Ele deu um trabalho imenso para sua mãe, Santa Mônica. Ele era da “pá virada”, chegou a ter um filho com uma prostituta, era ateu e precisou ser forjado com muito custo por Deus para se tornar um homem de fé. Depois de sua experiência com Deus, Santo Agostinho diz que nossa alma foi feita para Deus e não encontraremos a paz enquanto não repousarmos em Deus.

Santo Agostinho é o reflexo do anseio de todos nós. Onde está a resposta da existência humana? Em Deus! Foi isso que Santo Agostinho descobriu Tanto que chega um momento em sua vida que ele diz:

“Tarde te amei Senhor. Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu fora. Estavas comigo e não eu contigo. Exalaste perfume e respirei. Agora anseio por ti. Provei-te e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz”.

Jesus nos revelou o Pai, Ele é o caminho que nos leva ao Pai. Ele é a luz que dissipa as trevas. Ele disse eu vim como luz (cf. Jo 12, 46), mas o mundo preferiu as trevas. Quem vive no pecado não quer luz. Todos fomos crianças e quem tem filhos sabe que quando a criança é arteira e apronta alguma coisa errada, entra dentro de casa e vai pelos cantos para não ser vista, para não chamar a atenção e passar sem levar bronca e ser castigada. É a mesma coisa quem anda no pecado. Não quer luz, não quer discernimento, quer se afastar da Igreja, quer se afastar dos sacramentos, das pessoas de bem.

Pecado gera pecado e quem está no meio do pecado quer andar na escuridão do pecado, para que a podridão não venha à tona. Então, se aproximar da luz de Jesus significa olhar para nossa própria podridão, olhar para nossos pecados e dizer: “Sou eu, Senhor. Dissipe as trevas da minha vida”.

Jesus é verdade! Não a verdade do mundo que é idêntica a analgésico, tira a dor, mas não cura. A verdade do mundo fascina, ludibria, cega e engana. A verdade de Deus, muitas vezes, dói, mas sempre liberta. A felicidade que buscamos e que sei que todos buscamos, só encontraremos em Deus, por Jesus. Não depositemos a razão de nossa felicidade em pessoas, não arrisquemos todos os trunfos da nossa vida em alguém. Arrisquemos em Deus, Ele é fiel. Busquemos a luz sem trevas, a verdade sem mentiras, a felicidade absoluta que é Deus, em Cristo Jesus.

Nós devemos sempre buscar mais, almejar mais, sermos mais arrojados na fé. Eu sempre dizia que estaria bom se pelo menos, com a ajuda de Nossa Senhora, eu fosse para o purgatório e de repente, levei uma lambada de um Santo, quando li o que ele disse: “Quem deseja o purgatório está pecando gravemente”. Falei: “Eita”, primeira lambada. Continuei lendo e, lá na frente, mais uma: “Quem deseja o purgatório é que desejou o mínimo”. Temos que desejar o céu, o desejo do céu é o nosso fim último. O desejo da comunhão eterna com Deus e não o purgatório, que é a superficialidade.

Cito isso porque o encontro amoroso com Jesus nos leva à nossa vocação, a aderir e servir a Deus. Podemos viver momentos ruins e até, um período de aridez espiritual, mas se cremos e estamos em Jesus, nada nos fará desistir.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

 Boletim do dia 02 de Setembro

Filhos e filhas,



Todos os meses e todos os dias do ano deveriam ser Dia da Bíblia. Ela é a nossa Cartilha de Oração. A Palavra de Deus é lâmpada para nossos pés e luz para nossos caminhos (cf Sl 119, 105). Mas, o mês de setembro é dedicado a Bíblia, por celebrarmos São Jerônimo, o grande biblista que a traduziu dos originais em hebraico e grego para o latim.

Mais do que ser um livro histórico, a Bíblia é portadora da mensagem de Deus. É por excelência um livro de anúncio, de revelação do amor de Deus. Escrita por mãos humanas, contudo, seus autores contaram com a intervenção do Espírito Santo, que inspirou sua redação dando-lhes a capacidade de registrar aquilo que era a vontade de Deus. Portanto, são textos escritos por mãos humanas que trazem a verdade de Deus.

A Palavra de Deus não é uma letra morta. É viva. Por isso, a cada tempo traz um novo significado, embora o conteúdo seja o mesmo, como diz São Paulo: “Tudo o que se escreveu no passado foi para o nosso ensinamento que foi escrito, afim de que, pela perseverança e consolação, que nos dão as Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15,4). É Deus falando aos homens, na linguagem dos homens.

A Bíblia é dividida em duas partes: Antigo Testamento e Novo Testamento É formada por 73 livros, dos quais 46 pertencem ao conjunto de livros do Antigo Testamento e 27 ao do Novo Testamento.

Para manusear a Bíblia devemos saber o que são capítulos e versículos, estrutura que nos auxilia na localização das leituras. Os primeiros são as divisões que encontramos num mesmo livro da Bíblia, identificados por um algarismo grande. Os versículos são as divisões dentro dos capítulos e correspondem aos algarismos pequenos, dispostos no corpo dos textos bíblicos.

A Bíblia também possuiu uma forma abreviada para o nome de cada livro e uma pontuação que permite manuseá-la com maior facilidade:

A vírgula, por exemplo, serve para separar o capítulo do versículo: Jo 3, 16 (Evangelho de João, capítulo 3, versículo 16).

O hífen indica a abrangência de um versículo até o outro: IIRs 5, 9-19 (Segundo Livro dos Reis, capítulo 5, versículos de 9 até 19).

O ponto serve para mostrar que os versículos são alternados: Rm 5, 12.17.19 (Carta aos Romanos, capítulo 5, versículo 12, versículo 17 e versículo 19).

A letra “s” significa seguinte, indicando que o texto continua no versículo seguinte: 1Pd 2, 2-5.9s (Primeira Carta de São Pedro, capítulo 2, versículos de 2 até 5, versículo 9 e 10).

Por último, a presença de dois “ss” mostra que a continuação do texto prossegue nos dois versículos seguintes: Jr 31, 31ss (Livro do Profeta Jeremias, capítulo 31, versículos 31, 32 e 33).

Vale lembrar que a leitura da Bíblia tem que ser meditada e entendida, por isso escolha um momento propício, iniciando com uma oração:

Meu Senhor e meu Pai!

Envia Teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha Tua Santa Palavra!

Que eu Te conheça e Te faça conhecer, Te ame e Te faça amar, Te sirva e Te faça servir, Te louve e Te faça ser louvado por todas as criaturas.

Faz, oh Pai, que, pela leitura da Palavra, os pecadores se convertam, os justos perseverem na Graça e todos consigamos a vida eterna.

Amém.

À medida que lemos a Bíblia e meditamos, oramos e nos comprometemos em adotar seus ensinamentos em nossa vida, o fermento ‘leveda a massa’ em nós e isso vai nos transformando. Conforme explica a Segunda Carta a Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (2Tm 3, 16).

Essa é a importância de difundirmos esse hábito em família, para que todos cresçam na vivência dos valores humanos e cristãos. A Palavra vem de Deus, desce ao coração e produz mudança. Portanto, a Palavra de Deus é um movimento ativo, transformador, renovador e santificador.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

 Boletim do dia 07 de Outubro

Filhos e filhas,

Nesta quarta-feira, 07 de outubro, é dia de Nossa Senhora do Rosário, que foi minha inspiração para a temática do Evangelizar em Casa: 50 dias de rosas para Maria, porque pelo rosário tudo podemos alcançar. E nesta mensagem, quero explicar a origem dessa linda devoção do rosário.

A palavra Rosário vem do latim rosarium, que significa “coroa de rosas”. Na Idade Média, quando o feudalismo era o sistema social vigente, os vassalos ofereciam aos seus senhores uma coroa de flores em sinal de submissão e fidelidade. Dessa forma, os cristãos viram no rosário, coroa de rosas perfumadas de oração, a oferenda ideal para homenagear a Mãe de Jesus, Nossa Senhora.

Muitos acham a oração do terço repetitiva e, portanto, condenada por Jesus (cf. Mt 6,7). Na verdade, o problema não é a repetição e sim o discurso vão e a arrogância na oração. A oração do terço, o Santo Rosário, é uma oração repetitiva, mas quando rezada de coração, é uma meditação dos mistérios salvíficos. Em cada mistério que contemplamos, colocamos no horizonte da nossa oração uma lembrança da economia, do processo da salvação, algo importante da vida de Jesus. Ao contrário do que se pensa, a oração do terço é cristológica. Rezamos com Maria meditando os mistérios da redenção operada por Jesus.

Na imagem desta devoção, Nossa Senhora traz em uma das mãos o Menino Jesus, fato que sempre remete à maternidade, e com a outra apresenta o Rosário, oração composta pelo conjunto de 20 repetições de dez Ave-Marias (totalizando 200), sendo que, a cada dezena, um Pai-Nosso é inserido (20 no total), e, ao final, reza-se mais três Ave-Marias e uma Salve-Rainha.

A maneira mais conhecida de rezar o Rosário é aquela que o divide de acordo com os momentos importantes da vida de Maria e de Jesus, denominados Mistérios, entre os quais estão os Mistérios da Alegria (ou Gozosos - Anunciação do Anjo até o encontro do menino Jesus no Templo), Mistérios da Dor (ou Dolorosos - Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras até sua crucificação), Mistérios da Glória (ou Gloriosos - Ressurreição de Jesus até a coroação de Nossa Senhora) e os Mistérios da Luz (ou Luminosos - Batismo de Jesus até a Instituição da Eucaristia). Estes últimos foram acrescentados por São João Paulo II.

Quero ainda deixar uma breve explicação sobre a oração da Ave Maria:

- Ave Maria (Lc 1, 28a): Ave é o termo usado para saudar imperadores (por exemplo, “Ave, César”).

- Cheia de graça (Lc 1, 28a): Conforme Frei Clodovis Boff explica em seu livro Dogmas Marianos, essa expressão vem do grego Kecharitoménê, utilizado pela Bíblia para designar a graça em seu sentido absoluto. São Jerônimo, tradutor das Sagradas Escrituras, logo se deu conta disso ao utilizar como correspondente no latim o termo gratia plena, mais adequado se comparado à versão “cheia de graça” feita para o português, na medida em que sugere o conceito de “plenamente agraciada” ou “repleta da graça”.

- O Senhor é Convosco (Lc 1, 28b): Revela a presença de Deus na vida de Maria.

- Bendita sois Vós entre as mulheres (Lc 1, 42a): Frase dita por Isabel, quando recebe a visita de Maria e inspirada pelo Espírito Santo, enfatizando que Maria é a mais abençoada de todas as mulheres.

- Bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus (Lc 1, 42b): Isabel reconhece em Maria a maternidade divina e A aponta como Mãe do Senhor.

A segunda parte da oração é uma invocação da Igreja, cuja composição é atribuída a São Bernardo e ressalta a grandeza de Maria, nossa miséria humana, e o poder da intercessão da Mãe de Deus em nossa vida e na hora da morte.

Minha recomendação é simples: reze o terço, pois grandes são os frutos desta oração! Acredito que ele é uma “cordinha” que Deus mandou para subirmos ao Céu.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

Boletim do dia 02 de Dezembro

Filhos e filhas,

Mais uma vez, somos agraciados através da liturgia da Igreja, com um tempo especial de vivência em preparação para o Natal. E neste ano em particular, tenho em meu coração que o Natal vem renovar nossa ESPERANÇA.

O Advento é um tempo favorável, de alegre espera, vigilância, conversão. É um tempo que nos ajuda a vencer o comodismo e direcionar o olhar para o Natal, preparando o coração para acolher o Menino Deus que vai nascer.

Os dois primeiros domingos do Advento acentuam à espera da segunda vinda de Jesus Cristo, no final dos tempos. Os outros dois nos propõem uma intensa preparação para o Natal do Senhor. A cada Domingo do Advento, somos exortados com um tema para reflexão.

O primeiro, nos coloca a necessidade de vivermos a vigilância permanente. Ser vigilante consiste em estar atento aos sinais de Deus em nossa vida, que se manifestam no nosso dia a dia, e ser comprometido com Jesus e com o Reino que Ele veio anunciar. A vigilância cristã exige uma atitude libertadora, obtida na sobriedade e oração contínua, como nos ensina São Pedro: “sejam sóbrios e fiquem de prontidão” (1Pd 5,8-9).

No segundo Domingo do Advento chega até nós, através de João Batista, um forte apelo de conversão, de preparar o caminho do Senhor: “Convertam-se, porque o Reino do Céu está próximo. João foi anunciado pelo profeta Isaías que disse: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas!” (Mt 3,2-3).

A conversão proposta é uma mudança na forma de viver. “Endireitar suas estradas” significa mudar o que nos impede de viver as exigências evangélicas: hábitos, gestos, sentimentos, atitudes, pensar e agir. Exige penitência, arrependimento, perseverança e a busca pela justiça sem nos conformarmos com a maldade deste mundo.

O terceiro Domingo do Advento é o chamado “Domingo da Alegria” ou Domenica Gaudete. A chegada do Salvador está próxima e somos convidados a nos alegrar com esta espera: “Fiquem sempre alegres no Senhor! Repito: fiquem alegres! Que a bondade de vocês seja notada por todos. O Senhor está próximo. Não se inquietem com nada. Apresentem a Deus todas as necessidades através da oração e da súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão, guardará em Jesus Cristo os corações e pensamentos de vocês” (Fl 4,4-7).

O quarto Domingo do Advento nos coloca às portas do Natal. Refletimos sobre o mistério da Encarnação: “Vejam: a virgem conceberá e dará a luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco” (Mt 1,23).

Contemplamos a figura de Maria e as circunstâncias que a envolveram nos dias que precederam o nascimento do Menino Jesus. “Deus enviou o seu Filho” (GI 4, 4). Mas, para Lhe “formar um corpo” (129), quis a livre cooperação de uma criatura. Para isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu para ser a Mãe do seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré, na Galileia, “virgem que era noiva de um homem da casa de David, chamado José. O nome da virgem era Maria” (CIC 488).

A Salvação nos chega pelo seio de Maria. Ela é o modelo perfeito de obediência, humildade, pureza e fé.

Se nos prepararmos e procurarmos vivenciar profundamente os elementos de cada Domingo do Advento, o nascimento do Salvador terá um sentido concreto em nossa vida e não será uma mera lembrança de um fato histórico.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti


 09 de Dezembro

Filhos e filhas,


 

Ave, ave sempre Virgem Santa Maria,

Mãe do verdadeiro Deus, Senhor do Céu, Senhor da Terra

És o templo do Deus vivo, és do Amor revelação

Ouve Mãe nosso lamento, és auxílio e compaixão

Nada me entristeça, nada me preocupe se estou no teu olhar

Doce mãe de Guadalupe

As aparições da Virgem Maria oficializadas pela Igreja sempre deixaram profundas marcas na história, na alma e no coração dos fiéis. Em alguns casos, foram deixadas provas contundentes, como ocorreu em Tepeyac, noroeste da Cidade do México, no século XVI.

Na tilma do índio Juan Diego, Maria fez estampar sua imagem milagrosamente até hoje essa peça de vestuário permanece sem sinais de deterioração. O fenômeno desafia a ciência e seus pesquisadores, que são unânimes em afirmar: o manto de Guadalupe, que se encontra exposto na basílica de mesmo nome, no México, é de natureza divina.

A Mãe de Guadalupe, Padroeira das Américas, título dado por São João Paulo II em 1979, é digna de verdadeiros tratados também no que se refere a aspectos sociais, políticos e religiosos. Não por acaso, fez questão de manifestar-se a um índio por meio do rosto de uma jovem morena com traços europeus, sendo a mão direita mais branca que a esquerda, além de outros elementos evidentes de sua intenção de pôr fim ao separatismo e reforçar a importância da solidariedade entre os povos e culturas.

Devoto-me à Mãe de Guadalupe por ter escolhido como um dos primeiros sinais de sua maternidade a cura do tio moribundo de Juan Diego e empenho-me em propagá-la como intercessora dos doentes, tão irrefutáveis são os testemunhos de graças recebidas nesse sentido.

Devoto-me à Mãe de Guadalupe por ter utilizado como sinal de sua manifestação as rosas, levadas como prova ao bispo daquela localidade. Apesar de impróprias para o lugar e o clima no momento da aparição, ainda assim o topo da montanha estava repleto de rosas perfumadas e umedecidas pelo orvalho, para que nossa obediência a seu amado Filho Jesus exale como perfume de santidade.

Para aqueles que duvidam da aparição de Maria em Guadalupe, a Virgem impôs-se num manto para ser lembrada. Quem tem olhos veja, pois o que se vê é suficiente para ter fé!

Por tudo isso, rezemos:

Ó gloriosa Mãe de Deus, Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira das Américas,

Tu és nossa mãe compassiva,

Curai nossas penas,

Nossas misérias e dores,

Acolhei-nos no aconchego do Teu manto,

Escutai mãe as nossas preces.

 

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Amparai os doentes e desempregados,

Abençoai nossas casas e as nossas famílias,

Protegei nossos filhos,

Livrando-os das maldades e dos perigos desse mundo,

Guardai nossos lares,

Escondendo-os dos olhos dos maus,

Que neles o nome de Deus seja sempre invocado com respeito e amor,

Que os seus mandamentos sejam observados com fidelidade,

Que Vosso bendito nome, ó Mãe querida,

Seja sempre lembrado com muita devoção,

Que a palavra de Deus seja sempre meditada,

E seguida todos os dias da nossa vida.

Que a nossa obediência a Teu Filho Jesus,

Exale tal qual rosa um perfume de santidade.

Amém.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti