BOLETINS ENVIADOS PELO PADRE REGINALDO MANZOTTI - 2017
NOVEMBRO E DEZEMBRO
01 DE NOVEMBRO
Filhos e filhas,
No próximo final de semana celebramos a Solenidade de Todos os
Santos. O dia exato é 01º de novembro, mas para melhor participação
do povo de Deus a festa litúrgica é transferida para o domingo.
A Solenidade de Todos os Santos é a ocasião propícia para elevar o olhar das
realidades terrenas, dispersas pelo tempo, à dimensão de Deus, à dimensão da
eternidade e da santidade.
É importante reforçar que todos nós temos a vocação à santidade. Toda a Sagrada
Escritura é um chamado à santidade, ela exorta que a santidade de Deus deve ser
imitada.
Muitos têm a concepção de que santos são aqueles que tiveram feitos
extraordinários, que fizeram milagres e por isso estão nos altares de nossas
igrejas. Porém, é possível se santificar pela pequena via, como fez Santa
Terezinha do Menino Jesus. É possível nos santificar vivendo a nossa realidade
do dia a dia. Sempre digo que os grandes gestos nos tornam heróis e os pequenos
nos tornam santos.
A santidade consiste em buscar a face de Deus e ser santo como Ele é Santo (Mt
5,48). Somos o que somos, porque Deus quis, somos o que somos porque Deus nos
fez, portanto, nós somos uma extensão de Deus, um derramamento de Deus. Viemos
de Deus e nossa alma anseia por Deus. Pode o ser humano, nas suas diversas
culturas, aceitar ou não: nós temos saudades do Criador, está em nossa
natureza, está em nossa essência, está em nossa matéria. Não há necessidade de
religião, não é preciso rótulo, é antropológico, é da natureza a fome de Deus,
a fome de eternidade, a fome de encontrar o Criador, que só Jesus vem saciar.
Ele nos disse: “Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e
aquele que crê em mim jamais terá sede” (Jo 6,25).
Para nós, que nessa luta pela santidade, todo dia procuramos saciar o latente
desejo que temos de Deus, Jesus se dá Ele mesmo em comida e bebida (cf. Jo
6,52-59). Então, Jesus nos nutre naquilo que somos por excelência, aquilo que
fomos e um dia seremos, face a face com o Criador.
O Apóstolo Felipe foi aquele que, como nós, às vezes temos dificuldades e
pedimos: “Mostra-nos o Pai” (cf. 14,8). Um pedido até inocente e estaria tudo
certo se a resposta de Jesus não fosse: “Ninguém vai ao Pai, senão por mim” (Jo
14,6b). Ele é a porta estreita que temos que atravessar.
Felipe, exatamente a nossa busca de Deus sem Jesus, do Criador sem o Redentor,
do Todo-Poderoso sem a encarnação. Por isso, Felipe representa um pouco de cada
um de nós, na nossa limitação de fé. Se estamos buscando a santidade, temos que
nos perguntar: o caminho, a verdade e a vida são para nós realmente um modelo
de discipulado e de vida?
Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação (1Ts 4,3). Que Ele em Jesus, com
a intercessão de todos os santos, nos ajude a buscar e viver a santidade.
Deus
abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
A Solenidade de Todos os Santos é a ocasião propícia para elevar o olhar das realidades terrenas, dispersas pelo tempo, à dimensão de Deus, à dimensão da eternidade e da santidade.
É importante reforçar que todos nós temos a vocação à santidade. Toda a Sagrada Escritura é um chamado à santidade, ela exorta que a santidade de Deus deve ser imitada.
Muitos têm a concepção de que santos são aqueles que tiveram feitos extraordinários, que fizeram milagres e por isso estão nos altares de nossas igrejas. Porém, é possível se santificar pela pequena via, como fez Santa Terezinha do Menino Jesus. É possível nos santificar vivendo a nossa realidade do dia a dia. Sempre digo que os grandes gestos nos tornam heróis e os pequenos nos tornam santos.
A santidade consiste em buscar a face de Deus e ser santo como Ele é Santo (Mt 5,48). Somos o que somos, porque Deus quis, somos o que somos porque Deus nos fez, portanto, nós somos uma extensão de Deus, um derramamento de Deus. Viemos de Deus e nossa alma anseia por Deus. Pode o ser humano, nas suas diversas culturas, aceitar ou não: nós temos saudades do Criador, está em nossa natureza, está em nossa essência, está em nossa matéria. Não há necessidade de religião, não é preciso rótulo, é antropológico, é da natureza a fome de Deus, a fome de eternidade, a fome de encontrar o Criador, que só Jesus vem saciar. Ele nos disse: “Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede” (Jo 6,25).
Para nós, que nessa luta pela santidade, todo dia procuramos saciar o latente desejo que temos de Deus, Jesus se dá Ele mesmo em comida e bebida (cf. Jo 6,52-59). Então, Jesus nos nutre naquilo que somos por excelência, aquilo que fomos e um dia seremos, face a face com o Criador.
O Apóstolo Felipe foi aquele que, como nós, às vezes temos dificuldades e pedimos: “Mostra-nos o Pai” (cf. 14,8). Um pedido até inocente e estaria tudo certo se a resposta de Jesus não fosse: “Ninguém vai ao Pai, senão por mim” (Jo 14,6b). Ele é a porta estreita que temos que atravessar.
Felipe, exatamente a nossa busca de Deus sem Jesus, do Criador sem o Redentor, do Todo-Poderoso sem a encarnação. Por isso, Felipe representa um pouco de cada um de nós, na nossa limitação de fé. Se estamos buscando a santidade, temos que nos perguntar: o caminho, a verdade e a vida são para nós realmente um modelo de discipulado e de vida?
Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação (1Ts 4,3). Que Ele em Jesus, com a intercessão de todos os santos, nos ajude a buscar e viver a santidade.
15 DE NOVEMBRO
Filhos e filhas,
A verdadeira oração é uma lembrança de Deus, frequente
despertador da “memória do coração” (CIC 2697). A oração é fruto da vida, é um
filho que fala com seu Pai dos cansaços, das conquistas e frustrações, alegria
e tristezas, êxitos e fracassos. E, o elemento essencial para a oração é um
coração humilde e contrito. A condição necessária para receber gratuitamente o
dom da oração é colocar-se como disse Santo Agostinho, um “mendigo” de Deus.
Quando os discípulos pediram: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11, 1), Jesus
ensinou-lhes a oração do “Pai Nosso”. Dois Evangelistas fazem essa narração.
Lucas, de forma mais breve, com apenas 5 petições (Lc 11, 1ss) e ateus, de
forma mais longa, com 7 petições (Mt 6, 9ss). Este último é a que samos para a
nossa oração.
O “Pai Nosso” é chamado oração dominical e oração do Senhor, porque não foi
feita por mãos humanas, mas revelada pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo. A
primeira parte do “Pai Nosso” é na verdade um pôr-se na presença de Deus nosso Pai.
A segunda parte são as petições em relação às nossas necessidades.
Rezar: “Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Teu nome; venha a nós
o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu” é pôr-se na
presença de Deus Pai para adorá-Lo, amá-Lo e para bendizê-Lo. Essa
primeira parte é uma louvação, adoração e declaração de amor.
Nossa Senhora certamente ensinou Jesus a recitar os Salmos, que fazem parte da
liturgia orante dos judeus. São José deve tê-lo ensinado a cantar “Shamai
Israel”, mas tem algo particular na vida de Jesus, aos 12 anos, quando disse a
sua mãe: “Não sabeis que devo ocupar-me com as coisas de meu Pai?” (Lc 2,49).
Portanto, com essa idade, Jesus supera a tradição judaica. Ele não se refere a
Deus como Javé, El Shadaí ou Senhor dos Exércitos. Ele deixa a antiga tradição
e começa a chamar Deus de Pai.
Ao ensinar os Apóstolos a rezarem, Jesus começa com “Pai”. Isso demostra que
essa palavra já tinha sido elaborada, fazia parte do cotidiano e havia sido
internalizada. Ele verbaliza aquilo que a sua filiação sentia. Segundo São
Tertuliano, o “Pai Nosso” é, na verdade, o resumo de todo o Evangelho. Nele,
Jesus revela a sua relação com o Pai. Na estrutura, nas petições dessa oração,
Jesus coloca a ordem e os valores das coisas que devemos pedir.
São Mateus, propositalmente, dispõe o “Pai Nosso” em seguida as
bem-aventuranças. É como se fosse uma necessidade rezarmos o “Pai Nosso” para
sermos bem-aventurados.
Chamar Deus de Pai é uma ousadia filial e Ele quer que sejamos ousados, porque
o filho não tem medidas: ele pede, implora, chora, grita e esperneia, mas não
desiste.
Somos autorizados por Jesus a ter essa ousadia, pois não estamos nos
relacionando com um Deus abstrato ou distante. Jesus estabelece uma relação íntima
entre nós e o Pai.
“Pai Nosso que estais nos céus” é sem dúvida um apelo de conversão de vida,
porque chamar Deus de “Pai Nosso” nos coloca numa atitude de nos parecermos com
Ele. O filho sempre puxa ao pai nas coisas boas e ruins.
Chamamos Deus de Pai e Ele O é, mas será que nos parecemos com Ele? Isso também
requer outra atitude: a de ter um coração humilde e confiante, um coração de
criança, de filho, de quem se submete, quem aceita e obedece.
Quando Jesus diz: “Pai Nosso” e não “Pai meu”, Ele exclui uma fé
individualista. Ele quebra toda e qualquer possibilidade de exclusão do outro
no processo da salvação. Ao rezarmos “Pai Nosso”, entramos em profunda comunhão
com todos os irmãos crentes ou não, com aqueles que já encontraram Deus e os
que não O encontraram ainda. Incluímos os justos e pecadores.
Então, dizer “Pai Nosso” é sair do individualíssimo. É compreender que o amor
de Deus é sem fronteira e nossa oração também deve ser assim.
Deus
abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Quando os discípulos pediram: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11, 1), Jesus ensinou-lhes a oração do “Pai Nosso”. Dois Evangelistas fazem essa narração. Lucas, de forma mais breve, com apenas 5 petições (Lc 11, 1ss) e ateus, de forma mais longa, com 7 petições (Mt 6, 9ss). Este último é a que samos para a nossa oração.
O “Pai Nosso” é chamado oração dominical e oração do Senhor, porque não foi feita por mãos humanas, mas revelada pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo. A primeira parte do “Pai Nosso” é na verdade um pôr-se na presença de Deus nosso Pai. A segunda parte são as petições em relação às nossas necessidades.
Rezar: “Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Teu nome; venha a nós o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu” é pôr-se na presença de Deus Pai para adorá-Lo, amá-Lo e para bendizê-Lo. Essa primeira parte é uma louvação, adoração e declaração de amor.
Nossa Senhora certamente ensinou Jesus a recitar os Salmos, que fazem parte da liturgia orante dos judeus. São José deve tê-lo ensinado a cantar “Shamai Israel”, mas tem algo particular na vida de Jesus, aos 12 anos, quando disse a sua mãe: “Não sabeis que devo ocupar-me com as coisas de meu Pai?” (Lc 2,49). Portanto, com essa idade, Jesus supera a tradição judaica. Ele não se refere a Deus como Javé, El Shadaí ou Senhor dos Exércitos. Ele deixa a antiga tradição e começa a chamar Deus de Pai.
Ao ensinar os Apóstolos a rezarem, Jesus começa com “Pai”. Isso demostra que essa palavra já tinha sido elaborada, fazia parte do cotidiano e havia sido internalizada. Ele verbaliza aquilo que a sua filiação sentia. Segundo São Tertuliano, o “Pai Nosso” é, na verdade, o resumo de todo o Evangelho. Nele, Jesus revela a sua relação com o Pai. Na estrutura, nas petições dessa oração, Jesus coloca a ordem e os valores das coisas que devemos pedir.
São Mateus, propositalmente, dispõe o “Pai Nosso” em seguida as bem-aventuranças. É como se fosse uma necessidade rezarmos o “Pai Nosso” para sermos bem-aventurados.
Chamar Deus de Pai é uma ousadia filial e Ele quer que sejamos ousados, porque o filho não tem medidas: ele pede, implora, chora, grita e esperneia, mas não desiste.
Somos autorizados por Jesus a ter essa ousadia, pois não estamos nos relacionando com um Deus abstrato ou distante. Jesus estabelece uma relação íntima entre nós e o Pai.
“Pai Nosso que estais nos céus” é sem dúvida um apelo de conversão de vida, porque chamar Deus de “Pai Nosso” nos coloca numa atitude de nos parecermos com Ele. O filho sempre puxa ao pai nas coisas boas e ruins.
Chamamos Deus de Pai e Ele O é, mas será que nos parecemos com Ele? Isso também requer outra atitude: a de ter um coração humilde e confiante, um coração de criança, de filho, de quem se submete, quem aceita e obedece.
Quando Jesus diz: “Pai Nosso” e não “Pai meu”, Ele exclui uma fé individualista. Ele quebra toda e qualquer possibilidade de exclusão do outro no processo da salvação. Ao rezarmos “Pai Nosso”, entramos em profunda comunhão com todos os irmãos crentes ou não, com aqueles que já encontraram Deus e os que não O encontraram ainda. Incluímos os justos e pecadores.
Então, dizer “Pai Nosso” é sair do individualíssimo. É compreender que o amor de Deus é sem fronteira e nossa oração também deve ser assim.
Filhos e filhas,
Estamos já no final do ano e no próximo domingo celebraremos o
último domingo do calendário litúrgico, a Solenidade de Cristo Rei. Essa festa
nos recorda que devemos permitir o reinado de Cristo em nossos corações e em
nossas vidas.
Jesus tenta nos explicar o que é esse Reino, usando várias comparações nas parábolas do capítulo 13 do Evangelho de Mateus: “O Reino dos céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo. É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos” (Mt 13,31- 32).
“O Reino dos céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa” (Mt 13,33).
“O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo” (Mt 13,44).
“O Reino dos céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra” (Mt 13,45-46).
Nestas comparações vemos como vale a pena lutar para instaurar o Reino de Deus. Mas como vivê-lo e antecipá-lo? Vivendo as obras de misericórdia, nós anteciparemos o Reino, com coisas muito mais simples do que pensamos. Imaginamos uma revolução total do mundo, mas isso não se fará com canhões, nem com bomba atômica, mas com a revolução da consciência humana, dos anseios do ser humano.
Jesus Rei do Universo tem o mundo em suas mãos, mas o ser humano nas suas opções, por não acreditar no Reino, não está cuidando bem esse mundo. Ele nos deu para que o administrássemos e não estamos fazendo isso bem. Muitos me perguntam por que Deus não interfere logo, não julga os bons e os maus, faz logo uma limpeza? Porque Deus fez de Seu Filho Rei e Bom-Pastor.
Jesus estabelece os critérios e coloca de forma clara que: “Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da Terra serão reunidos diante Dele, e Ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então, o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!” (Mt 25,31-34). Esses são os que de alguma forma anteciparam o Reino, de alguma forma se empenharam em fazer com que a vontade do Senhor se manifestasse. Nós não somos uma religião de só pregar o céu, cruzar os braços e esperar o “depois”. Nós somos uma religião de esperança e de compromisso. Então, o Reino que queremos um dia e que certamente viveremos, tem que perpassar a história.
Se alguém se perguntar: “Como eu sei se serei um bendito do Pai e sentarei à Sua direita?”, não é difícil e ninguém vai ter surpresa se levar a sério o evangelho. O céu, o inferno, não é surpresa no julgamento final. Creio que quando nos apresentarmos na frente de Deus, nós já iremos sabendo o que fizemos. Se nossas ações atrapalharam ou anteciparam o Reino. Para que isto não aconteça, por que não mudar agora? Por que não fazer o Reino de Deus acontecer no hoje da nossa história? Se cada um de nós mudarmos nossas consciências, nossa forma de ver as coisas, mudaremos o mundo.
Proclamemos o senhorio de Jesus consentindo que Ele reine em nossas vidas, praticando o amor, o direito e a justiça.
Jesus tenta nos explicar o que é esse Reino, usando várias comparações nas parábolas do capítulo 13 do Evangelho de Mateus: “O Reino dos céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo. É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos” (Mt 13,31- 32).
“O Reino dos céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa” (Mt 13,33).
“O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo” (Mt 13,44).
“O Reino dos céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra” (Mt 13,45-46).
Nestas comparações vemos como vale a pena lutar para instaurar o Reino de Deus. Mas como vivê-lo e antecipá-lo? Vivendo as obras de misericórdia, nós anteciparemos o Reino, com coisas muito mais simples do que pensamos. Imaginamos uma revolução total do mundo, mas isso não se fará com canhões, nem com bomba atômica, mas com a revolução da consciência humana, dos anseios do ser humano.
Jesus Rei do Universo tem o mundo em suas mãos, mas o ser humano nas suas opções, por não acreditar no Reino, não está cuidando bem esse mundo. Ele nos deu para que o administrássemos e não estamos fazendo isso bem. Muitos me perguntam por que Deus não interfere logo, não julga os bons e os maus, faz logo uma limpeza? Porque Deus fez de Seu Filho Rei e Bom-Pastor.
Jesus estabelece os critérios e coloca de forma clara que: “Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da Terra serão reunidos diante Dele, e Ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então, o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!” (Mt 25,31-34). Esses são os que de alguma forma anteciparam o Reino, de alguma forma se empenharam em fazer com que a vontade do Senhor se manifestasse. Nós não somos uma religião de só pregar o céu, cruzar os braços e esperar o “depois”. Nós somos uma religião de esperança e de compromisso. Então, o Reino que queremos um dia e que certamente viveremos, tem que perpassar a história.
Se alguém se perguntar: “Como eu sei se serei um bendito do Pai e sentarei à Sua direita?”, não é difícil e ninguém vai ter surpresa se levar a sério o evangelho. O céu, o inferno, não é surpresa no julgamento final. Creio que quando nos apresentarmos na frente de Deus, nós já iremos sabendo o que fizemos. Se nossas ações atrapalharam ou anteciparam o Reino. Para que isto não aconteça, por que não mudar agora? Por que não fazer o Reino de Deus acontecer no hoje da nossa história? Se cada um de nós mudarmos nossas consciências, nossa forma de ver as coisas, mudaremos o mundo.
Proclamemos o senhorio de Jesus consentindo que Ele reine em nossas vidas, praticando o amor, o direito e a justiça.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
29 DE NOVEMBRO
Filhos e filhas,
Domingo próximo começamos o Advento, um tempo favorável, de uma
alegre espera. Época de vigilância, conversão, que nos ajuda a vencer o
comodismo e a direcionar o olhar para o Natal, preparando o coração para
acolher o Menino Deus que vai nascer.
Os dois primeiros Domingos do Advento acentuam a espera da segunda vinda de
Jesus Cristo, no final dos tempos. Os outros dois nos propõem uma intensa
preparação para o Natal do Senhor.
A cada Domingo do Advento somos exortados com um tema para reflexão. O
primeiro, nos coloca a necessidade de vivermos a vigilância permanente. Ser
vigilante consiste em estar atento aos sinais de Deus em nossa vida, que se
manifestam no nosso dia a dia, e ser comprometido com Jesus e com o Reino que
Ele veio anunciar.
Hoje, falsos valores tentam sufocar os valores evangélicos. A vigilância cristã
exige uma atitude pessoal e libertadora, obtida na sobriedade e oração
contínua, como nos ensina São Pedro: “Sejam sóbrios e fiquem de prontidão” (1Pd
5,8-9).
No segundo Domingo do Advento chega até nós, através de João Batista, um forte
apelo de conversão, de preparar o caminho do Senhor: “Convertam-se, porque o
Reino do Céu está próximo. João foi anunciado pelo profeta Isaías que disse:
“Esta é a voz daquele que grita no deserto: Preparem o caminho do Senhor,
endireitem suas estradas!” (Mt 3,2-3).
A conversão proposta é uma mudança na forma de viver. “Endireitar suas
estradas” significa mudar o que nos impede de viver as exigências evangélicas:
hábitos, gestos, sentimentos, atitudes, pensar e agir. Exige penitência,
arrependimento, perseverança e a busca pela justiça sem nos conformarmos com a
maldade deste mundo.
O terceiro Domingo do Advento é o chamado “Domingo da Alegria”, ou Domenica
Gaudete. A chegada do Salvador está próxima e somos convidados a nos alegrar
com esta espera: “Fiquem sempre alegres no Senhor! Repito: fiquem alegres! Que
a bondade de vocês seja notada por todos. O Senhor está próximo. Não se
inquietem com nada. Apresentem a Deus todas as necessidades de vocês através da
oração e da súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa
toda compreensão, guardará em Jesus Cristo os corações e pensamentos de vocês”
(Fl 4,4-7).
O quarto Domingo do Advento nos coloca às portas do Natal. Refletimos sobre o
mistério da Encarnação: “Vejam: a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele
será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco” (Mt
1,23).
Contemplamos a figura de Maria e as circunstâncias que a envolveram nos dias
que precederam o nascimento do Menino Jesus. “Deus enviou o seu Filho” (GI 4,
4). Mas, para Lhe “formar um corpo”, quis a livre cooperação de uma criatura.
Para isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu para ser a Mãe do seu Filho,
uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré, na Galileia, “virgem que era
noiva de um homem da casa de David, chamado José. O nome da virgem era Maria”
(CIC 488).
Somente se nos prepararmos e procurarmos vivenciar profundamente os elementos
de cada Domingo do Advento, o nascimento do Salvador terá um sentido concreto
em nossa vida e não será uma mera lembrança de um fato histórico.
Deus
abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Os dois primeiros Domingos do Advento acentuam a espera da segunda vinda de Jesus Cristo, no final dos tempos. Os outros dois nos propõem uma intensa preparação para o Natal do Senhor.
A cada Domingo do Advento somos exortados com um tema para reflexão. O primeiro, nos coloca a necessidade de vivermos a vigilância permanente. Ser vigilante consiste em estar atento aos sinais de Deus em nossa vida, que se manifestam no nosso dia a dia, e ser comprometido com Jesus e com o Reino que Ele veio anunciar.
Hoje, falsos valores tentam sufocar os valores evangélicos. A vigilância cristã exige uma atitude pessoal e libertadora, obtida na sobriedade e oração contínua, como nos ensina São Pedro: “Sejam sóbrios e fiquem de prontidão” (1Pd 5,8-9).
No segundo Domingo do Advento chega até nós, através de João Batista, um forte apelo de conversão, de preparar o caminho do Senhor: “Convertam-se, porque o Reino do Céu está próximo. João foi anunciado pelo profeta Isaías que disse: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas!” (Mt 3,2-3).
A conversão proposta é uma mudança na forma de viver. “Endireitar suas estradas” significa mudar o que nos impede de viver as exigências evangélicas: hábitos, gestos, sentimentos, atitudes, pensar e agir. Exige penitência, arrependimento, perseverança e a busca pela justiça sem nos conformarmos com a maldade deste mundo.
O terceiro Domingo do Advento é o chamado “Domingo da Alegria”, ou Domenica Gaudete. A chegada do Salvador está próxima e somos convidados a nos alegrar com esta espera: “Fiquem sempre alegres no Senhor! Repito: fiquem alegres! Que a bondade de vocês seja notada por todos. O Senhor está próximo. Não se inquietem com nada. Apresentem a Deus todas as necessidades de vocês através da oração e da súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão, guardará em Jesus Cristo os corações e pensamentos de vocês” (Fl 4,4-7).
O quarto Domingo do Advento nos coloca às portas do Natal. Refletimos sobre o mistério da Encarnação: “Vejam: a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco” (Mt 1,23).
Contemplamos a figura de Maria e as circunstâncias que a envolveram nos dias que precederam o nascimento do Menino Jesus. “Deus enviou o seu Filho” (GI 4, 4). Mas, para Lhe “formar um corpo”, quis a livre cooperação de uma criatura. Para isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu para ser a Mãe do seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré, na Galileia, “virgem que era noiva de um homem da casa de David, chamado José. O nome da virgem era Maria” (CIC 488).
Somente se nos prepararmos e procurarmos vivenciar profundamente os elementos de cada Domingo do Advento, o nascimento do Salvador terá um sentido concreto em nossa vida e não será uma mera lembrança de um fato histórico.
06 DE DEZEMBRO
Filhos e filhas,
Nesta época de final de ano, na preparação para o Natal que se
aproxima, é indicado sempre fazer uma reflexão sobre a nossa vida, os nossos
objetivos. Um exame de consciência mais aprofundado. Mas o que é consciência?
Se existe consciência, por que insistimos no errado?
O problema é que nossa consciência pode estar danificada, e continuamos com o
mal e o pecado coabitando em nós. São Pedro nos diz: “Pois o batismo não serve
para limpar o corpo da imundície, mas é um pedido a Deus para obter uma boa
consciência” (1Pd 3, 21).
Somos livres na pratica do bem, mas uma liberdade que deve nos levar a uma boa
consciência. Deus nos deu o chamado “livre arbítrio”, que é a liberdade de
fazermos escolhas, de agir ou não agir, de fazer as coisas ou não fazer. Essa
liberdade alcança a sua perfeição quando está em profunda sintonia com Deus.
O fato da pessoa dizer que fez algo coagido, porque as circunstâncias o levaram
agir de forma errada, não justifica e não a livram da responsabilidade e das
consequências de seu erro, pois fez mau uso do seu livre arbítrio e não ouviu a
voz de Deus que fala na consciência.
Deus criou o homem de tal forma que deixou a decisão da sua vida entregue em
suas mãos, como diz no Livro do Eclesiástico: Deus criou o homem e entregou a
suas próprias decisões (Eclo,15, 14). Então, os atos levam a imputabilidade, o
que fazemos tem consequências para nós, para os outros e para nossa salvação.
Deus é misericordioso, mas respeita o nosso livre arbítrio. Deus é bondoso, mas
sofreremos as consequências do nosso livre arbítrio, porque Ele nos deixou o
homem nas mãos de suas próprias decisões. O caminho para se tomar decisões
certas é endireitar a consciência, endireitar a vontade pela razão.
No nosso dia a dia temos que tomar decisões, não estamos protegidos por uma
redoma, temos que usar nosso livre arbítrio e nos valer de nossa liberdade, mas
como não errar? Como fazer as escolhas certas?
O ser humano, pode ou não seguir a Deus, é nossa decisão também. Enquanto não
estivermos em plena sintonia com Deus, enquanto não estivermos absorvidos em
Deus, podemos escolher o bem e o mal. Crescer na perfeição para Deus ou
definhar no pecado. A decisão é nossa.
Não é por acaso que o primeiro Salmo fala dos dois caminhos, o da perfeição
ascendente a Deus, ou o do ímpio que definha no pecado e na mentira.
Quanto mais praticamos o bem, quanto mais nossas opções forem para o bem, mais
nos tornamos livres. A liberdade é fruto das escolhas boas. As escolhas para o
mal nos tornam escravos. Livres para servir, é a nossa opção concreta para o
bem.
Que neste Natal de 2017, sejamos livres para acolher o Menino Jesus em nossos
corações.
Deus
abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
O problema é que nossa consciência pode estar danificada, e continuamos com o mal e o pecado coabitando em nós. São Pedro nos diz: “Pois o batismo não serve para limpar o corpo da imundície, mas é um pedido a Deus para obter uma boa consciência” (1Pd 3, 21).
Somos livres na pratica do bem, mas uma liberdade que deve nos levar a uma boa consciência. Deus nos deu o chamado “livre arbítrio”, que é a liberdade de fazermos escolhas, de agir ou não agir, de fazer as coisas ou não fazer. Essa liberdade alcança a sua perfeição quando está em profunda sintonia com Deus.
O fato da pessoa dizer que fez algo coagido, porque as circunstâncias o levaram agir de forma errada, não justifica e não a livram da responsabilidade e das consequências de seu erro, pois fez mau uso do seu livre arbítrio e não ouviu a voz de Deus que fala na consciência.
Deus criou o homem de tal forma que deixou a decisão da sua vida entregue em suas mãos, como diz no Livro do Eclesiástico: Deus criou o homem e entregou a suas próprias decisões (Eclo,15, 14). Então, os atos levam a imputabilidade, o que fazemos tem consequências para nós, para os outros e para nossa salvação.
Deus é misericordioso, mas respeita o nosso livre arbítrio. Deus é bondoso, mas sofreremos as consequências do nosso livre arbítrio, porque Ele nos deixou o homem nas mãos de suas próprias decisões. O caminho para se tomar decisões certas é endireitar a consciência, endireitar a vontade pela razão.
No nosso dia a dia temos que tomar decisões, não estamos protegidos por uma redoma, temos que usar nosso livre arbítrio e nos valer de nossa liberdade, mas como não errar? Como fazer as escolhas certas?
O ser humano, pode ou não seguir a Deus, é nossa decisão também. Enquanto não estivermos em plena sintonia com Deus, enquanto não estivermos absorvidos em Deus, podemos escolher o bem e o mal. Crescer na perfeição para Deus ou definhar no pecado. A decisão é nossa.
Não é por acaso que o primeiro Salmo fala dos dois caminhos, o da perfeição ascendente a Deus, ou o do ímpio que definha no pecado e na mentira.
Quanto mais praticamos o bem, quanto mais nossas opções forem para o bem, mais nos tornamos livres. A liberdade é fruto das escolhas boas. As escolhas para o mal nos tornam escravos. Livres para servir, é a nossa opção concreta para o bem.
Que neste Natal de 2017, sejamos livres para acolher o Menino Jesus em nossos corações.
13 DE DEZEMBRO
Filhos e filhas,
No
próximo sábado, teremos a já tradicional Missa Por um Natal Solidário. E
todos os anos o tema é “Natal com Jesus é Natal” justamente para
ressaltarmos o verdadeiro sentido do Natal, isto é, voltarmos a ser
gente.
O grande mistério de Deus, que assume a forma de uma criança, no fundo é nos dizer que Ele não errou quando nos criou. Que por mais que o ser humano seja capaz de grandes crueldades como matar, destruir, extorquir o próprio irmão e se transformar num monstro, Deus se tornou um de nós para dizer: “Eu os criei certos”. E, nós somos chamados a olhar para a nossa humanidade e nos perguntarmos: “O que eu me tornei?” Somos convidados a fazer uma reflexão, se nós estamos mais humanos, mais movidos pela compaixão, voltados para o sofrimento, para a tolerância ou ao contrário? Se estamos nos tornando cada vez mais desumanos, distantes e indiferentes?
O Natal está muito ligado ao final do ano, dentro dessa magia: o final e o recomeço. Muitos não entendem que Deus se faz mostrar, no que chamamos de magia de Natal, o ser humano fica mais frágil, com mais saudade. Lembramos mais daqueles que já morreram, ficamos mais fracos, ficamos sensitivos, e isso porque Deus toma uma iniciativa. Ele faz uma curvatura no céu e desce a Terra, e pelo fato de Deus realmente descer no Natal, Ele consegue fazer algo que não conseguimos: amolecer nosso coração.
Se há magia, é a magia de Deus, que no tempo do Natal nos faz ficarmos melhores, porque Deus nos torna mais humanos. Por isso, o tempo de Natal é o tempo de revermos o que realmente é importante para nós. Um bom exercício é nos perguntarmos com quem poderemos contar se algo nos acontecer. Enumeremos cinco pessoas, e depois nos perguntemos se estamos tratando bem essas pessoas que vão cuidar, zelar e nos acompanhar até o fim. Temos expressado amor, ternura, compaixão ou são os que mais sofrem?
Natal é termos coragem de olhar para nossa história e não querermos continuar da mesma forma. A impressão que tenho, pelas partilhas que recebo é que todos nós temos o nosso lixo. Se deixarmos o lixo dentro de casa, ele cheira mal, apodrece. E, a impressão que se tem, é que tomamos banho, colocamos perfumes, roupas limpas, mas sempre estamos com o nosso lixo de frustrações, mágoas, ressentimentos, traumas e ao invés de fazermos o que se faz com lixo, mandar embora, nós desfilamos pelas ruas, passamos uma vida agarrados com aquele saco de lixo, fermentando, azedando, estragando.
Será que não é hora de fecharmos esse ciclo e dizer: “Jesus, eu deixo este fardo. Isso é um lixo em minha vida, eu não quero carregar?” Se não podemos mudar o nosso ontem, podemos construir nosso amanhã.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
O grande mistério de Deus, que assume a forma de uma criança, no fundo é nos dizer que Ele não errou quando nos criou. Que por mais que o ser humano seja capaz de grandes crueldades como matar, destruir, extorquir o próprio irmão e se transformar num monstro, Deus se tornou um de nós para dizer: “Eu os criei certos”. E, nós somos chamados a olhar para a nossa humanidade e nos perguntarmos: “O que eu me tornei?” Somos convidados a fazer uma reflexão, se nós estamos mais humanos, mais movidos pela compaixão, voltados para o sofrimento, para a tolerância ou ao contrário? Se estamos nos tornando cada vez mais desumanos, distantes e indiferentes?
O Natal está muito ligado ao final do ano, dentro dessa magia: o final e o recomeço. Muitos não entendem que Deus se faz mostrar, no que chamamos de magia de Natal, o ser humano fica mais frágil, com mais saudade. Lembramos mais daqueles que já morreram, ficamos mais fracos, ficamos sensitivos, e isso porque Deus toma uma iniciativa. Ele faz uma curvatura no céu e desce a Terra, e pelo fato de Deus realmente descer no Natal, Ele consegue fazer algo que não conseguimos: amolecer nosso coração.
Se há magia, é a magia de Deus, que no tempo do Natal nos faz ficarmos melhores, porque Deus nos torna mais humanos. Por isso, o tempo de Natal é o tempo de revermos o que realmente é importante para nós. Um bom exercício é nos perguntarmos com quem poderemos contar se algo nos acontecer. Enumeremos cinco pessoas, e depois nos perguntemos se estamos tratando bem essas pessoas que vão cuidar, zelar e nos acompanhar até o fim. Temos expressado amor, ternura, compaixão ou são os que mais sofrem?
Natal é termos coragem de olhar para nossa história e não querermos continuar da mesma forma. A impressão que tenho, pelas partilhas que recebo é que todos nós temos o nosso lixo. Se deixarmos o lixo dentro de casa, ele cheira mal, apodrece. E, a impressão que se tem, é que tomamos banho, colocamos perfumes, roupas limpas, mas sempre estamos com o nosso lixo de frustrações, mágoas, ressentimentos, traumas e ao invés de fazermos o que se faz com lixo, mandar embora, nós desfilamos pelas ruas, passamos uma vida agarrados com aquele saco de lixo, fermentando, azedando, estragando.
Será que não é hora de fecharmos esse ciclo e dizer: “Jesus, eu deixo este fardo. Isso é um lixo em minha vida, eu não quero carregar?” Se não podemos mudar o nosso ontem, podemos construir nosso amanhã.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
20 DE DEZEMBRO
Filhos e filhas,
Estamos
às vésperas do Natal. Deus assumiu a forma humana e não podemos
esquecer-nos de algo fundamental: Deus entrou na humanidade para dizer
“O que eu fiz foi bem feito e, como ser humano eu já experimentei todas
as limitações, então vocês também podem ser santos”.
Esse mistério da humanidade de Deus é tão profundo. Ele se tornar um de nós, é uma decisão da vontade de Deus tão grande que Ele se desnuda de toda majestade para dizer eu os amo incondicionalmente.
Ele veio trazer a luz para quem andava errante no mundo, vagando na escuridão, mas parece que São João se deu conta de que nem todos viram a luz e se viram a luz rejeitaram. (cf. Jo 1,9-12).
Neste ano de 2017, mais uma vez Jesus nasce. Deus se desnuda, diante de mim e de você, para trazer luz e será que nós vamos recusar a luz de Deus? Vamos continuar errantes neste mundo, fazendo besteira, construindo muros, construindo armas de destruição, incentivando e colocando lenha nos conflitos, nas discórdias?
Natal é essa luz que vem para brilhar no horizonte da família e dizer: encontre no perdão, a luz de Cristo. Perdoe, volte atrás, fez besteira, corrija. Olhe para esta pessoa que está ao seu lado e pense: “Ela está, como eu, buscando a Deus! Então eu vou dar a ela o meu braço e vamos junto seguir na luz”.
Geralmente os presentes que oferecemos no Natal vêm com o prazo de validade muito curto. Podemos comprar o melhor presente do mundo para uma criança, é novidade no dia de Natal, talvez três, quatro dias, uma semana, depois, acabou! O presente que Deus nos dá é para sempre. Ofereçamos também um presente que vai para a vida inteira, nosso amor, nosso sorriso, nosso afeto, nosso perdão, um abraço a quem faz tanto tempo que não abraçamos.
Diga para a pessoa que está do seu lado, o quanto ela é importante para você. São palavras que parecem mero romantismo, mas fazem tão bem para o ouvido e para o coração. A grande magia do Natal, o grande mistério do Natal é o amor de Deus por nós.
Eu gostaria de instigar e incentiva você, que está lendo esse texto, seja o exemplo de Deus, se desnude, tire a armadura, tire a máscara, tire a hipocrisia, não tenha medo de renascer, de voltar às essências da sua humanidade porque, às vezes, a gente se torna algo que nós não reconhecemos. Certas situações nos fazem tomar decisões que vão contra a nossa natureza e vamos nos tornando pessoas amargas, tristes, desanimadas.
Aproveite o Natal e tente recuperar o que de melhor você tem. Aquele sorriso largo, aquele coração que era bom, aquela pessoa que era capaz de chorar de emoção. Resgate em você aquela pessoa que era capaz de acreditar, que era boa, simples, verdadeira, autêntica, amorosa, não deixe a vida lhe estragar.
Volte a ser bom, porque Deus é bom.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Esse mistério da humanidade de Deus é tão profundo. Ele se tornar um de nós, é uma decisão da vontade de Deus tão grande que Ele se desnuda de toda majestade para dizer eu os amo incondicionalmente.
Ele veio trazer a luz para quem andava errante no mundo, vagando na escuridão, mas parece que São João se deu conta de que nem todos viram a luz e se viram a luz rejeitaram. (cf. Jo 1,9-12).
Neste ano de 2017, mais uma vez Jesus nasce. Deus se desnuda, diante de mim e de você, para trazer luz e será que nós vamos recusar a luz de Deus? Vamos continuar errantes neste mundo, fazendo besteira, construindo muros, construindo armas de destruição, incentivando e colocando lenha nos conflitos, nas discórdias?
Natal é essa luz que vem para brilhar no horizonte da família e dizer: encontre no perdão, a luz de Cristo. Perdoe, volte atrás, fez besteira, corrija. Olhe para esta pessoa que está ao seu lado e pense: “Ela está, como eu, buscando a Deus! Então eu vou dar a ela o meu braço e vamos junto seguir na luz”.
Geralmente os presentes que oferecemos no Natal vêm com o prazo de validade muito curto. Podemos comprar o melhor presente do mundo para uma criança, é novidade no dia de Natal, talvez três, quatro dias, uma semana, depois, acabou! O presente que Deus nos dá é para sempre. Ofereçamos também um presente que vai para a vida inteira, nosso amor, nosso sorriso, nosso afeto, nosso perdão, um abraço a quem faz tanto tempo que não abraçamos.
Diga para a pessoa que está do seu lado, o quanto ela é importante para você. São palavras que parecem mero romantismo, mas fazem tão bem para o ouvido e para o coração. A grande magia do Natal, o grande mistério do Natal é o amor de Deus por nós.
Eu gostaria de instigar e incentiva você, que está lendo esse texto, seja o exemplo de Deus, se desnude, tire a armadura, tire a máscara, tire a hipocrisia, não tenha medo de renascer, de voltar às essências da sua humanidade porque, às vezes, a gente se torna algo que nós não reconhecemos. Certas situações nos fazem tomar decisões que vão contra a nossa natureza e vamos nos tornando pessoas amargas, tristes, desanimadas.
Aproveite o Natal e tente recuperar o que de melhor você tem. Aquele sorriso largo, aquele coração que era bom, aquela pessoa que era capaz de chorar de emoção. Resgate em você aquela pessoa que era capaz de acreditar, que era boa, simples, verdadeira, autêntica, amorosa, não deixe a vida lhe estragar.
Volte a ser bom, porque Deus é bom.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
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