Que maravilhoso e belo é o Tempo do Advento!
“Ao
celebrar anualmente a Liturgia de Advento, a Igreja reviva a espera do Messias:
participando da longa preparação da Primeira Vinda do
Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo de sua Segunda Vinda.” (CIC
§524)
O TEMPO DO ADVENTO começa com as vésperas do domingo mais próximo ao 30 de novembro e termina antes das vésperas do Natal.
Para nós católicos é um tempo de preparação da alma, de expectativa e alegria;
Em
que os fiéis, ao festejar o Nascimento do Salvador do Mundo, despertam em si o
arrependimento de suas faltas;
Com
penitência (para nos tirar do nosso sonambulismo do pecado e fazer nascer em nós
a verdadeira esperança) e adquirem ânimo na luta pela vinda do Reino de Cristo à
terra.
A palavra “advento”, do latim Adventus, do verbo advenire, significa vinda, chegada, começo, início, princípio.
Os dias que vão de 16 a 24 de dezembro (Novena de Natal) são para nos preparar mais especificamente para a grande Festa do Natal do Senhor.
Com o Advento, a Igreja inicia o novo Ano Litúrgico.
Esse tempo litúrgico possui dupla característica:
É um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a Primeira Vinda do Filho de Deus entre os homens.
E também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da Segunda Vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo no fim dos tempos, para julgar os vivos e os mortos.
Por este duplo motivo, o Tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa.
O Advento é, portanto, um tempo especial para que façamos um sério e profundo exame de consciência de nossa vida pessoal e também quanto ao mundo em que vivemos.
É um momento adequado para averiguarmos se a Semente de Amor ao bem e ao belo – ou seja, a virtude da admiração –, lançada por Nosso Senhor Jesus Cristo no coração dos homens está frutificando.
O Natal é uma celebração que nos transmite profundos ensinamentos de vida.
Ao contemplarmos a gruta de Belém, descobrimos o imenso Amor de Deus;
– Criador e Todo-Poderoso, Alfa e Ômega, Princípio e Fim de todas as coisas –
Que se presta a assumir nossa mísera condição humana e vir ao mundo, sob a frágil forma de uma criança, para nos salvar.
É Deus que se humaniza para divinizar o homem.
A Festa do Natal nos permite considerar, na humildade e na pobreza do Presépio, a Grandeza e a Riqueza do Amor divino.
É perceber a lição de humildade radical que Nosso Senhor Jesus Cristo veio nos ensinar.
É optar pelo Caminho que Ele veio nos mostrar, Caminho que, em última análise, estão consubstanciados no seu exemplo e nos seus ensinamentos.
É considerá-lo com total sinceridade e disposição de espírito a esse Deus – ao mesmo tempo, infinito em grandeza e pequenino;
Majestoso e tão humilde – no mais profundo de nossas almas, corações e mentes, juntamente com as verdades que Ele veio nos comunicar, pondo-as em prática no nosso cotidiano.
Isto inevitavelmente nos tornará seres humanos melhores e mais valorosos a cada dia.
É assumir compromisso com os princípios e causas do Evangelho, lutando em defesa da vida, ao lado dos que sofrem perseguição por amor às leis de Deus;
Proclamando sem medo as verdades eternas, como fizeram os batalhadores santos ao longo da História.
É
ser reflexo de Nosso Senhor Jesus Cristo neste mundo de pecados e abominações de
toda ordem.
Os católicos devem celebrar o Natal com tal espírito.
E é por ser uma comemoração tão importante que se faz necessário que nos preparemos bem.
É esta a finalidade do Tempo do Advento.
.
Fonte: ofielcatolico.com
FONTE;http://www.aascj.org.br/home/2017/11/o-tempo-do-advento/
Dia 3 de dezembro - Primeiro Domingo do Advento
2017
Ano Litúrgico Ano B
Ano Litúrgico Ano B
Encaminho-lhes, em anexo:
- uma reflexão do Padre Adroaldo, SJ
- uma explicação sobre a Coroa do Advento, incluindo
uma oração para ser rezada ao acender a vela.
Ainda dá tempo de preparar uma coroa na família.
Que Deus antecipadamente abençoe todas as pessoas com as
quais vamos entrar em contato, neste ano que finda!
Ir. Zuleides Andrade, ASCJ
Santuário Nacional de Cristo Rei
Av. Cristo Rei - Alto do Pragal
2800-058 - Almada - PORTUGAL
ADVENTO: VIVER
NA ATENÇÃO CRIATIVA
“O
que vos digo, digo a todos: vigiai!” (Mc 13,37)
S.
Gregório de Nissa afirma que “na
vida cristã vamos de começo em começo, através de começos sem fim”.
Re-começar contínuo, no qual nos colocamos sempre de novo em sintonia com
Aquele que plenifica nossa existência, dando sentido e inspiração ao nosso modo
de ser e viver.
Estamos
re-começando mais um tempo litúrgico, sempre original e instigante; trata-se do
Advento.
No
evangelho, indicado para este primeiro domingo, o apelo de Jesus (“vigiai”)
poderia perfeitamente ser traduzida por “estejam
atentos”, “estejam despertos”.
Por que essa insistência
em viver despertos, atentos e lúcidos, como nos pede o tempo do Advento?
Porque, como dizia Antony de Mello, a grande tragédia da vida não é tanto
aquilo que sofremos, mas aquilo que perdemos. Perdemos muitas oportunidades porque
a dispersão e a distração nos acompanham sempre. E isso é justamente o que
pretende a espiritualidade do Advento: despertar.
De vez em quando,
deveríamos ter a coragem de deixar ressoar em nós esta pergunta: “Você
vive ou simplesmente
sobrevive?”; pois
o perigo de viver adormecidos ou de maneira superficial nos espreita
continuamente. Aqui podemos recordar um texto de Henry Thoreau que se fez
famoso graças ao filme “A sociedade dos poetas mortos”: “Fui
aos bosques porque queria viver em plena consciência, queria viver
a fundo e extrair toda a essência da vida; eliminar tudo o
que não fosse a vida, para que, quando a minha morte chegasse, eu não
descobrisse que não tinha vivido”.
S. Paulo
também nos convida a despertar de nossa inconsciência para deixar-nos iluminar
por Cristo e assim viver em plenitude, e não como mortos vivos: “Desperta,
tu que estás dormindo, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te
iluminará” (Ef 5,14)
Sabemos
que o maior inimigo da atenção e da vigilância é a rotina e o modo de
funcionar em “piloto automático”. A rotina tem a vantagem de facilitar as
coisas e nos confere uma certa sensação de seguran-ça: movemo-nos por caminhos
trilhados nos quais tudo nos torna familiar; ela é como uma roda que, de vez em
quando, nos move para aquilo que já sabemos, para o já conhecido. Os hábitos
permitem que façamos muitas coisas sem precisar pensar: são feitas de uma
maneira “in-sensata”, ou seja, sem sentido e sem discernimento.
Muitas
de nossas rotinas são manias que herdamos, atmosferas que respiramos,
condutas que imitamos, maneiras de ser que assumimos como próprias; nessa
repetição do conhecido, vamos nos habituando a viver na apatia, na falta de
sonho e de entusiasmo. A rotina nos encobre, nos disfarça, nos mascara e
nos anula no costumeiro, na tradição, no hábito, na repetição.
Alguém
já disse que a “rotina
é o colchão da comodidade na qual a pessoa vai morrendo, pouco a pouco”.
Há
rotinas que se impõem a nós, sobretudo para que nada se modifique, para
que tudo continue como sempre; com isso não arriscarmos ao novo e, sobretudo,
atrofiamos nosso espírito aventureiro e criativo que nos sussurra outras
brisas, que nos instiga a caminhar por paisagens desconhecidas e nos impulsiona
para horizontes inspiradores.
A
rotina nos instala no gesto mecânico, no movimento inconsciente, na vida
sem alento, nas maneiras normóticas de agir, no vazio do estancamento e na
vigília adormecida; ela nos converte em figueiras este-reis, nos seca por
dentro, nos torna deserto, sem brilho nos olhos, sem vibração no coração, sem
presença inspiradora em nosso mundo.
O Advento,
como “primeiro movimento”, é sempre
atenção, convite a estar desperto
para “fazer novas todas
as coisas”. Não é promover novidade superficial, mas
recuperar o novo que sempre brota a partir de nosso ser mais profundo. O
Advento é tempo litúrgico da criatividade; as rotinas nos alienam, a
criati-vidade nos faz, nos re-refaz.
A atenção vigilante nos
conecta com a vida, porque nos traz ao presente. E o presente é o único lugar
da vida. Graças à atenção, vivemos na consciência, acolhendo tudo a partir da
lucidez e amando tudo a partir da sabedoria; nós nos sintonizamos
com a corrente da vida e passamos a habitar o momento presente, deixando-nos
fluir com a vida mesma.
E,
em meio a qualquer atividade, devemos acostumar a nos perguntar: “estou
completamente aqui?”
O
cultivo da atenção tornará possível a saída progressiva do sono e da ignorância
para poder viver na luz; tal prática continuada, não só fará com que saboreemos
a vida, mas que reconheçamos e nos família-rizemos com nossa verdadeira identidade:
não somos a “onda” que emerge fazendo movimentos, mas o “oceano” de onde a onda
surge. Ver isto é “estar despertos”.
Cada Advento nos mostra um
cenário no qual tudo brota de novo, sem estridências nem espetáculos
extravagantes. É o tempo do silêncio que vai gestando algo novo, pleno de vida
e de sabor; tempo que nos move a re-estreiar nossa vida; para isso é preciso
destravar nossos sentidos para olhar, escutar, sentir, tocar, saborear tudo
como se fosse a primeira vez.
À luz do
evangelho deste domingo, vemos que o tempo da ausência do dono da casa que
partiu em viagem não é um tempo morto, mas um tempo de intensa
gestação. Não é uma espera vazia, angustiante e ansiosa, provocadora de medo,
mas uma espera centrada no Senhor que vem e centrada na responsa-bilidade que nos
foi confiada: serviço.
Muitos
cristãos perdem a intensidade da espera;
e aqueles que persistem na espera vão aprendendo a paciência da espera,
mobilizando outros recursos interiores.
A
vigilância consiste em viver esperando o inesperado e o surpreendente. As
comunidades cristãs precisam fortalecer uma pedagogia da espera. Sabem que o
Senhor chega de forma surpreendente.
A
espera é sempre ativa, atenta aos
sinais dos tempos e aos clamores da vida; ela busca expandir-se, pois aguarda “o
novo céu e a nova terra”.
O Advento é um tempo de oportunidades
únicas; e ele está carregado de sinais, elementos fora do comum, pessoas e
acontecimentos pelos quais Deus interpela nossa liberdade e frente aos quais é
preciso tomar uma atitude.
Estamos
diante daquilo que podemos chamar de “Kairós” (tempo oportuno, carregado de
inspiração).
Se
excepcionais podem ser as pessoas, os lugares, as relações, as habilidades,
etc... excepcional também pode ser um determinado tempo, que não depende de
sua durabilidade, mas o quanto é carregado de sentido e de presença. É um tempo
qualitativamente diferente e denso. É um tempo de graça, propício para o
reencontro, para avançar, para passar a uma nova etapa da vida. É preciso
aproveitar esta oportuni-dade única.
Oxalá,
neste Advento esperemos o Cristo e saiamos ao seu encontro. E contagiemos os
outros com nossa esperança. Essa é a disposição de uma Igreja em saída e que
não aguarda em uma “sala de espera”.
Texto
bíblico:
Mc
13,33-37
Na oração: Diante
do Senhor, que continuamente
está vindo em nossa direção, podemos nos
perguntar: “minha vida, continua adormecida?
-
Como seguidores(as) de Jesus, somos homens e mulheres que podemos despertar o
mundo?
-
O que estamos vislumbrando no nosso horizonte pessoal, eclesial, social,
familiar...?
Pe.
Adroaldo, SJ
Coroa do Advento
No tempo litúrgico do Advento, as famílias católicas dedicam-se
à santa preparação para o Nascimento de Jesus. Um dos elementos
densos de significado neste período de preparação para o Natal é
a Coroa do Advento. A seguir, explicamos os seus elementos,
o simbolismo de cada um deles e como viver esta preciosa tradição
espiritual!
O que é a
coroa do Advento:
É uma coroa
feita de ramos verdes, na qual são colocadas 4 velas: geralmente, três velas
são roxas e uma é rosa. Os ramos verdes podem ser intercalados por uma fita
vermelha e por maçãs, também vermelhas. Nas casas, o costume é colocar a coroa
sobre uma mesinha ou sobre um tronco de árvore. Nas igrejas, não se costuma
colocá-la em cima do altar, mas junto ao ambão ou ao lado de uma imagem ou
ícone de Nossa Senhora.
A coroa do Advento é considerada como “o primeiro anúncio do Natal”.
A coroa do Advento é considerada como “o primeiro anúncio do Natal”.
Os ramos
verdes:
A coroa do
Advento é feita de ramos verdes, que, seguindo as origens europeias dessa
tradição, devem ser de plantas que conservam a folhagem durante o ano inteiro,
inclusive no gélido inverno do hemisfério Norte. Desta forma, o significado é a
continuidade da vida. O verde também representa a esperança.
A forma
circular:
Simboliza a eternidade
de Deus, que não possui início nem fim. Representa também, pela participação em
Deus, a imortalidade do cristão, bem como a vida eterna em Cristo.
As maçãs e a
fita vermelha:
As maçãs representam o jardim do Éden, evocando Adão e Eva, o pecado original
e a expulsão do paraíso, bem como o permanente anseio do ser humano de voltar a
ele; portanto, recorda-se a necessidade da vinda do Salvador, Jesus Cristo,
para nos redimir. A fita vermelha significa o amor de Deus que nos resgata e
nos envolve, bem como a nossa resposta de amor ao Senhor.
Em alguns
lugares, também são usados pinhões e nozes para ornamentar a coroa,
representando-se com eles a vida e a ressurreição.
As quatro
velas (ou cinco!):
Representam
as quatro semanas do Advento. Também pode ser colocada uma quinta vela, no
centro da coroa, maior do que as outras e na cor branca, para representar
Jesus.
As cores das
velas:
Embora
possam ser usadas velas de cor natural, o tradicional é usar três velas roxas e
uma rosa. A cor roxa é a própria do Advento e recorda a vigilância na espera do
Cristo que vem. A vela rosa deve ser acesa no terceiro domingo do Advento,
chamado de “Domingo Gaudete”. A palavra “gaudete”, em
latim, significa “alegrai-vos“. Essa vela evoca a alegria de termos
chegado à metade do Advento, Está bem próximo o Santo Natal do Salvador. A
quinta vela, que é opcional e que seria branca – simboliza Jesus.
A
progressiva iluminação da coroa:
Representa a
espera que marcou a primeira vinda do Cristo e também a espera da Sua segunda
vinda. No primeiro domingo do Advento (que neste ano será este dia 3 de
dezembro), acende-se a primeira vela e reza-se a oração de bênção, em família.
Da mesma foram, acende-se a cada domingo uma vela a mais. Também é possível
colocar uma vela branca e maior do que as outras no centro da coroa: ela
simboliza Jesus Cristo e só é acesa na noite de Natal, 24 de dezembro.
A oração de
bênção da coroa do Advento:
Senhor, a terra se alegra nestes dias, e tua Igreja transborda de gozo diante
do teu Filho, nosso Senhor, que chega como luz esplendorosa, para iluminar os
que jazem nas trevas
da ignorância, da dor e do pecado. Repleto de esperança em tua vinda, teu povo preparou esta coroa e a enfeitou com carinho.
da ignorância, da dor e do pecado. Repleto de esperança em tua vinda, teu povo preparou esta coroa e a enfeitou com carinho.
Neste tempo de Advento, de preparação para a vinda de Jesus, nós te
pedimos, Senhor, que, enquanto cresce a cada dia o esplendor desta coroa, com
novas luzes, que Tu nos ilumines com o esplendor daquele que, por ser a Luz do
mundo, iluminará toda escuridão.
Ele que vive e reina pelos séculos sem fim. Amém.
Ele que vive e reina pelos séculos sem fim. Amém.
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