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segunda-feira, 29 de agosto de 2022

SÃO CLEMENTE MARIA HOFBAUER - REDENTORISTA

 

São Clemente Maria Hofbauer nasceu no dia 26 de dezembro de 1751, em Tasswitz, na República Tcheca. Era o nono de doze filhos nascidos do casal Maria e Paulo Hofbauer. No Batismo, recebeu o nome de João. Mais tarde, quando eremita, recebe o nome de Clemente. Pensou na carreira militar, como a de seu irmão. Mas foi a meta do sacerdócio que finalmente sobrepujou a carreira militar. Todavia, sendo de família pobre, Clemente tinha poucas chances de ir para um seminário ou entrar para uma ordem religiosa.

A devoção de São Clemente à Santíssima Virgem Maria
 

A devoção à Santíssima Virgem era um ponto atacado e combatido naqueles tempos de frieza religiosa e jansenismo detestável.
 
Até teólogos que se diziam católicos, julgavam dever impugnar o culto de Maria Santíssima. O Rosário era desconhecido em bastante centros católicos de sorte que em Viena se tinha em conta de curiosidade o fato de que na igreja de Santa Úrsula havia um padre que benzia Terços e Rosários.
 
São Clemente era um digno fiolho espiritual de Santo Afonso Maria de Ligório, o dedicado cantor e defensor acérrimo das Glórias de Maria, e por isso não podia deixar de consagrar à Virgem Maria um amor terno e filial. O divino Mestre afirmou que a boca fala ex abundantia cordis, daquilo que enche o coração; para São Clemente, o decantar no púlpito e nas palestras familiares as Glórias da Mãe de Deus, era uma das maiores alegrias e consolações da sua alma. 

No púlpito, quando discorria sobre algum mistério da vida de Nossa Senhora, tornava-se excepcionalmente eloqüente e as palavras jorravam fáceis dos seus lábios: era o filho amoroso que enaltecia os encômios de sua Mãe. 

A Imaculada Conceição, as Sete Dores de Maria e, sobretudo o mistério da Anunciação, em que veneramos conjuntamente a encarnação do Verbo e a maternidade da Virgem, eram o objeto de sua mais terna devoção desde os dias de sua infância, e o assunto predileto dos seus eloqüentes sermões. Dificilmente passava-lhe despercebido o toque do “Ângelus” de manhã, ao meio dia e à tarde; onde quer que se achasse, punha-se de joelhos e com devoção e amor saudava sua Rainha e Mãe.
 
A exemplo de Sto. Afonso nutria uma devoção toda especial para com a Virgem sob o título do Bom Conselho, de cujas luzes tanto necessitava naqueles tempos turbulentos; e a Virgem diversas vezes deu mostras de que aceitava os obséquios do seu devoto Servo, guiando-o, qual estrela indeficiente através dos escolhos e abrolhos da vida tempestuosa do seu século.


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Começou a estudar latim na casa paroquial quando tinha quatorze anos. Incapaz de prosseguir os estudos eclesiásticos, teve que aprender um ofício. Foi mandado como aprendiz a uma padaria em 1767. Em 1770 foi trabalhar na padaria do mosteiro premonstratense Klosterbruck. 

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Em 1771, uma viagem à Itália levou Clemente a Tívoli. Aí decidiu fazer-se eremita no santuário de Nossa Senhora de Quintiliolo e pediu ao bispo local o hábito de eremita. Foi aí que recebeu o nome de Clemente Maria. Manteve para a vida o hábito da oração e do trabalho. 

Voltou ao mosteiro para de novo ser padeiro e recomeçar o estudo do latim. Embora tivesse completado os estudos de Filosofia em 1776, não pode ir adiante. Não era o tipo de vida que queria. Não era apostolado. 

Voltou para casa e viveu dois anos como eremita em Mühlfrauen. Por insistência da mãe, deixou o eremitério para de novo tornar-se padeiro. Desta vez, conseguiu um emprego numa famosa padaria de Viena, onde encontrou duas senhoras distintas que pagaram seus estudos. 

Aos 29 anos, entrou para a Universidade de Viena. Ali ficou frustrado com os cursos das matérias eclesiásticas, cheios de racionalismo e de outras doutrinas nada católicas. 

Durante uma peregrinação à Itália em 1784, Clemente e seu companheiro de viagem, Tadeu Hübl, decidiram entrar numa comunidade religiosa. Os dois foram aceitos no noviciado redentorista de São Julião, em Roma. Na festa de São José, 19 de março de 1785, Clemente e Tadeu tornaram-se redentoristas, professando os votos de pobreza, castidade e obediência. Dez dias depois foram ordenados sacerdotes. 

Poucos meses após a ordenação, os dois redentoristas estrangeiros foram convocados pelo seu Superior Geral, Pe. De Paola. Receberam a missão de voltar à Áustria e estabelecer a Congregação Redentorista. Era uma nomeação difícil e insólita para dois homens recém-ordenados. Para Afonso, essa difusão da Congregação além dos Alpes era uma prova segura de que os Redentoristas iriam perdurar até o fim dos tempos. 

Varsóvia e São Beno 

A situação política não permitiu a Clemente permanecer no seu próprio país. O imperador austríaco que tinha fechado mais de mil mosteiros e conventos, não permitiria que uma nova ordem religiosa fizesse uma fundação. Sabendo disto, os dois redentoristas foram para a Polônia. Em fevereiro de 1787 eles chegaram a Varsóvia, cidade de 124.000 habitantes. Embora houvesse lá 160 igrejas e mais 20 mosteiros e conventos na cidade, pode-se dizer que era quase uma favela sem Deus. A população era pobre e mal educada, morando em casas mal conservadas. Muitos tinham passado do Catolicismo para à maçonaria. 

A Polônia vivia uma grande turbulência política quando da chegada de Clemente em 1787. O rei Estanislau II era virtualmente um fantoche nas mãos de Catarina II da Rússia. Anos antes, em 1772, tinha ocorrido a primeira divisão do país - Áustria, Rússia e Prússia dividiram a presa. Divisão semelhante haveria de suceder de novo em 1793 e pela terceira vez em 1795. Napoleão e seu grande exército conquistador em marcha através da Europa haveria de aumentar a tensão política. Durante os vinte anos que Clemente passou em Varsóvia quase não teve um momento de paz. 

Em Viena encontraram Pedro Kunzmann, um colega padeiro e com ele eremita na Itália. Ele se tornou o primeiro irmão redentorista fora da Itália. Chegaram a Varsóvia sem um centavo. Encontraram-se com o Delegado Apostólico, o Arcebispo Saluzzo, que lhes confiou a Igreja de São Beno para o trabalho com os de língua alemã. 

Iniciou um trabalho com os órfãos. Quando o número de meninos foi demasiado para a sua casa, Clemente inaugurou o Refúgio Menino Jesus. Para dar comida e roupa aos garotos, tinha de pedir esmola. 

No começo, quando os Redentoristas abriram a igreja, havia pouca gente. O povo tinha muitas coisas que os afastavam de Deus, e achavam difícil confiar naqueles padres estrangeiros. Com o tempo, São Beno se tornou o centro florescente da Igreja em Varsóvia. 

Em 1791, quarto ano depois da sua chegada, os Redentoristas ampliaram a casa dos meninos. Abriram um internato para meninas, posto sob a direção de algumas nobres senhoras de Varsóvia. O dinheiro para financiar tudo isso provinha de alguns benfeitores, mas Clemente ainda precisava mendigar à procura de ajuda para os seus muitos órfãos. 

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Na igreja, Clemente com seu grupo de cinco padres e três irmãos redentoristas, começaram o que chamaram de missão perpétua. Quem fosse a São Beno em qualquer dia poderia ouvir sermões em alemão e em polonês. Os padres estavam disponíveis para atender confissões a qualquer hora do dia e da noite. 

Em 1800 o crescimento era visível não só no trabalho na igreja mas também na comunidade redentorista. O número de Redentoristas trabalhando em São Beno era de 21 padres e 7 irmãos. Havia também cinco noviços e quatro seminaristas poloneses. 

Reprodução.

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Todo esse trabalho era feito em condições nada favoráveis. As batalhas chegaram a Varsóvia durante a Semana Santa de 1794. Os Redentoristas, como todo morador da cidade, sentiram sua vida em perigo constante. Três bombas atravessaram o teto da igreja mas não explodiram. Na ocasião das batalhas, Clemente e seus companheiros pregavam a paz. Isto apenas serviu para aumentar os gritos de protesto contra os Redentoristas, considerados traidores. 

Quase desde o princípio, foram atacados de dois lados. Politicamente eram estrangeiros. Outro tipo de ataque era ainda mais doloroso. Um ataque pessoal, da parte de pessoas que deixaram a Igreja para se tornarem maçons. Encontravam-se nos seus grupos secretos para tramar contra os católicos, prejudicar os sacerdotes, impedir o culto público e fechar as igrejas. 

Os Redentoristas tinham sempre de ficar atentos às emboscadas. Seus inimigos ficavam à espreita para atingi-los com pedras ou bater-lhes com varas. Certa vez alguém deu um pernil envenenado aos padres. Quatro deles morreram intoxicados. Foi uma terrível tragédia para Clemente. Providencialmente, quatro jovens entraram na comunidade pouco depois deste incidente. 

Ainda mais doloroso para Clemente foi perder seu colega e grande amigo Pe. Tadeu. Tadeu recebeu um falso chamado para um doente. Muitas horas depois foi lançado para fora de uma carruagem em grande velocidade, depois de ter sido torturado e moído de pancadas. Alguns dias depois morreu em decorrência da agressão. Clemente ficou profundamente contristado com a morte do amigo. 

Os ataques continuaram. Os Redentoristas passaram a ser alvo de zombarias nos teatros. Os padres poloneses do lugar chegaram a tentar deter o trabalho feito pelos Redentoristas. Depois de vinte anos edificando a fé do povo de Varsóvia, eram atacados, assaltados e atormentados. Em 1806 foi promulgada uma lei proibindo os sacerdotes locais de convidar os Redentoristas para pregar missões em suas paróquias. Veio depois uma lei que impedia os Redentoristas de pregar e de ouvir confissões na sua própria igreja de São Beno. 

Diante disto, Clemente apelou diretamente ao Rei da Saxônia que governava a Polônia na época. Embora soubesse do bem que os Redentoristas estavam fazendo, ele era impotente para deter os maçons que queriam ver os Redentoristas fora da Polônia. O decreto de expulsão foi assinado dia 9 de junho de 1808. Onze dias depois, a igreja de São Beno era fechada e os quarenta Redentoristas lá residentes foram levados para a prisão, onde ficaram quatro semanas, até lhes ser dada ordem de voltar cada qual para seu país. 

Viena: um novo começo 

Em setembro de 1808, depois de exilado da Polônia, Clemente chegou a Viena. Lá ficaria até a morte, quase treze anos depois. Em 1809, quando as forças de Napoleão atacaram Viena, Clemente trabalhava como capelão de um hospital, cuidando dos muitos soldados feridos. O arcebispo, vendo o seu zelo, pediu-lhe que cuidasse de uma pequena igreja italiana na cidade de Viena. Aí permaneceu quatro anos, até ser nomeado capelão das irmãs ursulinas em julho de 1813 

Cuidando do bem-estar espiritual das irmãs e dos leigos que frequentavam sua capela, a verdadeira santidade de Clemente manifestou-se ainda mais claramente. Naquele altar a sua devoção revelava-o como homem de fé. No púlpito falava as palavras que o povo precisava ouvir. Pregava de tal modo que pudessem conhecer os pecados deles, experimentar a bondade de Deus e viver suas vidas conforme a vontade divina. 

Reprodução.
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São Clemente tinha o costume de bater à porta do sacrário para conversar com Jesus.


Naqueles primeiros anos do século XIX, Viena era um importante centro cultural europeu. Clemente gostava de entreter-se com estudantes e intelectuais. Os estudantes vinham - a sós ou em grupos - para sua casa a fim de conversar, fazer uma refeição ou pedir conselho. Boa parte deles se tornou Redentoristas. Trouxe para a Igreja muitos ricos e artistas. 

Em Viena Clemente sofreu novos ataques. Por certo tempo foi proibido de pregar. Depois foi ameaçado de expulsão por se ter comunicado com o seu Superior Geral redentorista em Roma. Antes que a expulsão fosse oficializada, o Imperador Francisco da Áustria deveria assiná-la. Na ocasião o Imperador fez uma peregrinação a Roma, onde visitou o Papa Pio VII e ficou sabendo quanto era estimada sua obra. Soube também que podia recompensá-lo pelos seus anos de serviço dedicado permitindo-lhe começar uma fundação redentorista na Áustria. 

Assim, em vez de um decreto de expulsão, ganhou uma audiência com o Imperador Francisco. Rapidamente os planos estavam feitos. Foi escolhida e restaurada uma igreja para se tornar a primeira fundação redentorista na Áustria. Mas isto haveria de iniciar sem Clemente. Ele caiu doente no início de março de 1820 e morreu no dia 15 de março do mesmo ano. Morreu com a gratificante notícia de que o seu segundo sonho tinha sido realizado. 

Canonização 

Clemente Hofbauer foi beatificado no dia 29 de Janeiro de 1888 pelo Papa Leão XIII, e canonizado no dia 20 de maio de 1909. Em 1914, o Papa Pio X concedeu-lhe o título de Apóstolo e Patrono de Viena. 

O que fez de Clemente um santo? Não fez nenhum milagre que nos deslumbrasse, nem teve visões para nos maravilhar. Teve até faltas - um temperamento alemão irritadiço, uma tendência a ser áspero. No entanto, se nós pudéssemos passar algumas horas com ele, iríamos descobri-lo como um homem de uma fé excepcionalmente forte, de extraordinária calma e paz, e de incansável zelo apostólico. 

A simplicidade foi a principal característica da sua santidade. Aceitava a vontade de Deus do jeito que ela vinha, e fez todo o bem de que foi capaz. Levou uma vida de inocência e de serviço, dedicando-se a louvar a Deus e a levar os outros a servi-lo. Pelo seu modo totalmente simples de se tornar santo, Clemente é um modelo para todos.

Fonte: https://www.a12.com/redentoristas/santos-e-beatos/sao-clemente-maria-hofbauer

 

Oração pela conservação da Fé (São Clemente Maria Hofbauer)

Ó meu Redentor, chegado estará o momento terrível, em que não restarão mais do que poucos cristãos animados do espírito de Fé? O momento em que, provocado pelos nossos crimes, nos retirareis Vossa proteção? As faltas e a vida criminosa dos Vossos filhos têm enfim impelido irrevogavelmente a Vossa Justiça a se vingar? Autor e consumador da nossa Fé, nós Vos suplicamos na amargura do nosso coração contrito e humilhado: não permitais que a bela luz da Fé se extinga em nós. Lembrai-Vos das Vossas antigas misericórdias; lançai um olhar de compaixão sobre a vinha que foi plantada pela Vossa direita, regada com o suor dos Vossos Apóstolos, inundada pelo sangue de milhares de Mártires e lágrimas de tantos generosos penitentes, e fertilizada pelas orações de tantos Confessores e Virgens inocentes.

Ó divino Mediador, olhai para estas almas fervorosas que num rapto contínuo para a Vossa Misericórdia, Vos imploram pela conservação do mais precioso de todos os tesouros. Diferi, ó Deus justíssimo, o decreto da nossa reprovação, voltai os Vossos olhos dos nossos pecados, e fixai-os sobre o Sangue adorável que, derramado sobre a Cruz, nos adquiriu a salvação e intercede quotidianamente por nós sobre os nossos altares. Ah! Conservai-nos a verdadeira Fé Católica Romana! Aflijam-nos, embora, as enfermidades; os pesares nos consumam; acabrunhem-nos as desgraças; mas conservai-nos a nossa santa Fé, porque, ricos deste dom precioso suportaremos de boa mente todas as dores, e nada poderá turvar a nossa felicidade. Ao contrário, sem o soberano tesouro da Fé, a nossa desgraça será indizível e imensa.

Ó bom Jesus, autor da nossa Fé, conservai-a pura; guardai-nos firmemente na barca de Pedro, fiéis e obedientes ao seu sucessor, o Vosso Vigário na terra, a fim de que a unidade da Santa Igreja seja mantida, a santidade animada, a Sé Apostólica livre e protegida, e a Igreja universal dilatada para bem das almas.

Ó Jesus, autor da nossa Fé, humilhai e convertei os inimigos da Igreja; concedei a todos os fiéis e príncipes cristãos e a todo o povo fiel, a paz e a verdadeira unidade; fortificai-nos e conservai-nos todos no Vosso santo serviço, para que, vivendo para Vós, morramos também em Vós. Ó Jesus, autor da nossa Fé, viva eu para Vós e para Vós morra. Amém.

(lnd. 500 d. uma vez no dia). – 699.

Livro As Mais Belas Orações de Santo Afonso

Fonte:https://www.arsenalcatolico.com.br/oracao-pela-conservacao-da-fe-sao-clemente-maria-hofbauer/

 

Oração:

Bom Deus do Céu, escolhestes São Clemente como missionário do Reino de Deus e através do serviço aos pobres e abandonados ele consagrou sua vida a Jesus Cristo. Concedei-nos a perseverança necessária para o trabalho de evangelização e dai-nos um coração caridoso, par que imitemos em nosso cotidiano as ações de São Clemente. Pedimos isso em nome de Cristo, vosso Filho e Senhor nosso. Amém.

 

Crianças, doentes, estudantes, damas e nobres, todos, sem exceção, o conheciam e estimavam. Suas pregações atraíam milhares de pessoas, especialmente jovens e intelectuais.

 

Deus é admirável nos seus santos”, diz com sabedoria um secular canto litúrgico. E, de fato, onde poderemos distinguir com maior facilidade o braço poderoso do Altíssimo do que nas figuras incomparáveis de Seus justos e eleitos? Representantes de todas as raças, povos e condições sociais, em suas pessoas pulsa a força do evangelho, brilha a luz da virtude e se torna realidade o título de nossa Santa Igreja, uma vez que a chamamos Católica porque essa palavra quer dizer “universal”.

Sempre que nos aprofundamos no conhecimento da alma de um bem-aventurado, deparamos invariavelmente com admiráveis reflexos da pessoa adorável de Jesus, que ali encontrou correspondência à voz de Sua graça: “Se alguém Me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos a nossa morada” (Jo 14, 23). Nesse sentido, o Santo Padre Bento XVI nos ensina: “Cada santo que entra na História já constitui uma pequena porção do retorno de Cristo, um novo ingresso dEle no tempo, que nos mostra Sua imagem de um novo modo e nos deixa seguros de Sua presença”1.


Um luzeiro para o norte da Europa

Numa manifestação de imensa bondade, Deus suscitou no intrincado período de passagem do século XVIII para o XIX grandes homens segundo o Seu coração, que empunharam corajosamente a chama da caridade. Foram santos tão modelados segundo as máximas do Evangelho que quase diríamos terem seguido pessoalmente as pegadas do Mestre nas míticas paragens de Israel.

É entre tais heróis que encontramos São Clemente Maria Hofbauer, um dos gloriosos padroeiros de Viena, suscitado pelo Senhor para transformar a sociedade de seu tempo com as simples armas do fervor e da oração.

Nosso Santo veio ao mundo em Tasswitz, pequena aldeia rural, hoje pertencente à República Checa, situada a cem quilômetros ao norte de Viena. Levado à pia batismal no mesmo dia de seu nascimento, 26 de dezembro de 1751, recebeu o nome de João Evangelista. Sua humilde família foi abençoada com doze filhos, entre os quais João era o nono.

Apesar das muitas dificuldades enfrentadas pelos pais, reinava naquele lar cristão um grande zelo pela Lei de Deus, no cumprimento da qual todas as crianças foram formadas. Quando a morte arrebatou a vida do chefe da família Hofbauer, a mãe de Clemente — seu nome de religioso, com o qual passou para a História — levou-o aos pés do crucifixo da paróquia e lhe disse: “Meu filho, a partir de agora, é Ele o teu pai. Cuida de andar sempre pelos caminhos que são do Seu agrado”. Tinha ele, por essa época, apenas sete anos.

Discípulo sem mestre

Assim se descortinaram para São Clemente, em tão tenra idade, os grandes obstáculos da vida a serem vencidos. Encontramo-lo ainda criança como aprendiz de padeiro, e na adolescência como auxiliar no refeitório da abadia premonstratense de Klosterbruck. Ansiava ele pela vida consagrada, sem discernir claramente sua vocação específica nem possuir meios para trilhar esta sublime via. Pode-se dizer que toda a sua juventude foi uma incessante busca pelos desígnios divinos a seu respeito.

Sem se sentir chamado a ser um dos filhos de São Norberto, junto aos quais trabalhou com dedicação e aprendeu as primeiras letras, partiu o jovem de 24 anos para um local retirado em Mühlfrauen e viveu aí como eremita por um ano.

Num paradoxal trajeto forçado pelas circunstâncias e permitido por Deus, teve de abandonar sua ermida e voltar aos trabalhos de panificação, para depois retomar a vida de absoluto recolhimento e oração, quando retornava de uma peregrinação a Roma. Encantou-se nesta circunstância com os ermitões de Tívoli, aos quais se uniu com alegria por um fecundo período.

Pode parecer surpreendente que um santo tão chamado ao apostolado e à pregação quanto São Clemente tenha passado metade da vida sem descobrir sua vocação, e longos períodos em completo silêncio e isolamento. Mas Deus nada faz de muito grande repentinamente, nem confia Seus superiores desígnios a homens pouco experimentados nas vias espirituais. Nos períodos de trabalho como padeiro ou de recolhimento e solidão, germinava na alma do humilde camponês a semente de uma transformadora santidade, a qual só cresce à sombra da piedade e só frutifica na proporção da solidez de suas raízes.

A força de um novo carisma

Seu desejo de se tornar sacerdote intensificou-se na vida eremítica. Convencido interiormente de que chegara o momento, São Clemente partiu rumo a Viena, onde tinha esperanças de começar os estudos eclesiásticos. Ali, três nobres damas se compadeceram dele e pagaram suas despesas, o que lhes mereceu para sempre a gratidão do santo e as copiosas bênçãos de Deus.

Após um período em Viena, São Clemente partiu outra vez para a Cidade Eterna, desejando completar sua formação teológica. Grande foi sua consolação quando lá conheceu, com um companheiro de viagem, Tadeu, os sacerdotes da Congregação do Santíssimo Redentor, a instituição fundada havia pouco por Santo Afonso de Ligório. Já no primeiro contato, sentiu que estavam encerrados os anos de incessante procura: Deus o chamava para ser redentorista, e não deixava lugar para dúvidas.

Era o ano de 1784, e o venerando fundador, próximo já dos noventa anos, passava os dias sofrendo e rezando por seus filhos. Quando soube do ingresso desses dois virtuosos jovens germânicos no noviciado, Santo Afonso consolou-se sobremaneira e fez esta impressionante profecia: “Não duvideis, a Congregação há de durar até o dia do Juízo, porque não é obra minha, mas de Deus. Enquanto eu viver, ela continuará na obscuridade e nas humilhações; depois da minha morte, porém, ela estenderá suas asas, sobretudo nos países do Norte. Estes padres farão muito pela glória de Deus” 2. Não se enganava o eminente Doutor da Igreja, pois a grandiosa expansão dos padres redentoristas pelo mundo deveu-se em larga medida ao impulso inicial dado por aquele novo filho, um dos consolos de sua ancianidade.

Ergue-se a chama do fervor

Os abençoados dias de noviciado foram de imenso valor para São Clemente, que teve a alma modelada segundo o espírito do fundador e o carisma da ordem. Sua profissão religiosa não tardou muito, e a ansiada ordenação sacerdotal se deu no dia 29 de março de 1785, quando contava 34 anos de idade. Logo ele se transformou, à imagem de Jesus, no bom pastor que dá a vida por suas ovelhas.

Os superiores enviaram-no para além dos Alpes, incumbindo-o de atividades missionárias junto aos pobres. Seu trabalho apostólico iniciou-se em Varsóvia, onde lhe foi confiada a Igreja de São Beno, nessa época completamente abandonada. O triste estado material do templo bem representava o desamparo espiritual das almas que na cidade viviam, afundadas na indiferença e tibieza, sem instrução religiosa nem vida sacramental.

São Clemente tinha consciência do perigo que corria aquele rebanho, e lançou-se com ardor na obra de evangelização. Começou com os meninos abandonados, para os quais fundou uma escola nas próprias dependências de São Beno. Compadecia-se da ignorância geral sobre as verdades da Fé, tanto entre o povo humilde como entre as pessoas ilustres; para solucionar esse problema, pregava constantemente. Aos poucos, o singular sacerdote ia vencendo a inércia espiritual. Crianças, jovens, operários, damas e cavalheiros, todos sem exceção, lotavam a igreja para ouvir suas palavras cheias de unção, capazes não apenas de convencer, mas também de mover os corações para as vias da santidade.

 

Necessidades supremas, remédios extraordinários

Durante os vinte anos de sua permanência na Polônia, as atividades realizadas na comunidade de São Beno foram o foco de uma imensa transformação, duradoura e eficaz. Para a obtenção desse êxito, o principal recurso do santo, o mesmo que usou depois em Viena, foi simples e digno de nota: tratou ele de revestir de beleza e magnificência todas as cerimônias litúrgicas, estimulando nas almas o senso do sagrado. “As solenidades públicas atraem por seu esplendor e aos poucos cativam o povo, o qual ouve mais com os olhos do que com os ouvidos3, costumava dizer.

Com efeito, São Clemente revestia de preciosos ornatos o recinto sagrado, particularmente nos dias festivos. Os paramentos, os cânticos, o cerimonial impecável, tudo concorria para que se revelasse aos olhos dos assistentes a pulcritude da Santa Igreja, a Esposa Mística de Cristo “toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5, 27).

Acompanhemos a sua própria narrativa do que então se realizava num único dia na igreja dos redentoristas:

“Aos domingos e dias santos, às cinco horas da manhã há instrução para os operários e empregados, que não podem ouvir, em outra hora, a palavra divina, havendo em seguida uma Missa para eles […]. Todos os dias há uma Missa às seis horas com exposição do Santíssimo, durante a qual o povo canta, havendo em seguida uma instrução ao povo em polonês. Durante a instrução celebram-se Missas para aqueles que não compreendem alemão nem polonês. Às oito horas, Missa cantada a cantochão com uma pregação em polonês, e logo em seguida uma outra em alemão. Terminada essa instrução os meninos da escola vão à igreja, onde começa a Missa solene com a grande orquestra: assim encerra-se o culto da manhã.

Depois do meio-dia: aos domingos e dias santos há catecismo para as crianças às duas horas; às três horas as irmandades cantam o Ofício Parvo de Nossa Senhora; às quatro horas há pregação para os alemães, seguida de Vésperas Solenes. Terminadas estas, uma pregação em polonês e enfim a visita ao Santíssimo Sacramento e a Nossa Senhora segundo o método do venerável Servo de Deus, Afonso de Ligório. Nos dias úteis os exercícios da tarde começam só depois da aula. Todos os dias às cinco horas da tarde há pregação em alemão, visita ao Santíssimo e em seguida outra pregação em polonês, via sacra e cânticos sacros em louvor de Jesus Sacramentado e da Santíssima Virgem; rematando tudo, se faz com o povo o exame de consciência, rezam-se os atos cristãos, procede-se à leitura da vida do Santo cuja festa a Igreja celebra no dia seguinte, e por fim a Ladainha de Nossa Senhora, findo o que fecha-se a igreja” 4.

Essa impressionante atividade apostólica, que alguns qualificavam de exagerada, não era suficiente para atender todos os fiéis, pois muitos tinham que se contentar com a assistência do lado de fora. Tampouco esgotava o desejo que São Clemente sentia de fazer o bem, e representa apenas uma parcela de seu apostolado. Dedicava-se ademais à formação dos noviços, à fundação de novas casas da Congregação, às obras de caridade, à imprensa católica… Não é fácil, senão impossível, enumerar todos os benefícios que brotaram de seu insaciável coração.

O apóstolo de Viena

Eram dias difíceis para a liberdade religiosa aqueles do final do século XVIII. As novas instituições não eram vistas com bons olhos, o que levou o rei Frederico Augusto da Saxônia a assinar um decreto de expulsão dos redentoristas de Varsóvia. Apesar do grande sofrimento, mas com cristã resignação, São Clemente partiu da Polônia com os seus. Ele soube ver aí um sinal da Providência: “Deus é o Senhor que dirige tudo para a Sua glória e o nosso bem; quem se levanta contra nós, leva-nos para onde Deus quer5.

Foi deste modo que a comunidade se dispersou e ele chegou a Viena em 1808. Restavam-lhe os últimos 12 anos de vida, nos quais transformaria a cidade imperial. A princípio trabalhou na igreja dos italianos, até que foi como capelão para o convento das ursulinas. Lá, iniciou a pregação e o apostolado que atraía milhares de pessoas, especialmente jovens e intelectuais. Os versados em ciência viam nele uma luz superior a seus próprios conhecimentos, e se deixavam instruir pelo sacerdote que os conduzia para a Fé. Não passava uma única semana sem que ele levasse a cabo alguma grande conversão.

Eis uma amostra da impressão causada por suas pregações: “Ele prega como alguém que tem poder. O poder da sua vocação vem da força da sua Fé, que se acha como que encarnada nele e se expressa em cada feição do seu rosto e em cada um dos seus movimentos6”. Disse outra testemunha: “Nunca vi alguém que soubesse tornar o cristianismo tão amável, como ele. Durante suas pregações penso muitas vezes que deve ter sido assim que pregaram os apóstolos7”.

Triunfal glorificação

Não havia entre os católicos quem não conhecesse e estimasse o padre Clemente: as crianças, que o seguiam por todas as partes; os necessitados e doentes, que o tinham sempre à cabeceira como insuperável consolo; os jovens, que enchiam sua casa para serem formados nos mais nobres princípios cristãos; e os grandes aos olhos do mundo, os quais perto de São Clemente tornavam-se como crianças junto a seu pai.

Quando ele morreu, em 15 de março de 1820, uma enorme multidão veio prestar sua última homenagem ao pastor insuperável que o Senhor e Sua Mãe lhes enviaram. Era o início da glorificação do Servo de Deus, cuja memória haveria de figurar não só entre os homens, mas, sobretudo, no Coração de Deus. O irmão que salva seu irmão salva sua própria alma, e brilhará no Céu como um Sol por toda a eternidade. 

Fonte: https://revista.arautos.org/sao-clemente-maria-hofbauer-o-santo-que-transformou-viena/ 

 

A devoção de São Clemente à Santíssima Virgem Maria
 

A devoção à Santíssima Virgem era um ponto atacado e combatido naqueles tempos de frieza religiosa e jansenismo detestável.
 
Até teólogos que se diziam católicos, julgavam dever impugnar o culto de Maria Santíssima. O Rosário era desconhecido em bastante centros católicos de sorte que em Viena se tinha em conta de curiosidade o fato de que na igreja de Santa Úrsula havia um padre que benzia Terços e Rosários.
 
São Clemente era um digno fiolho espiritual de Santo Afonso Maria de Ligório, o dedicado cantor e defensor acérrimo das Glórias de Maria, e por isso não podia deixar de consagrar à Virgem Maria um amor terno e filial. O divino Mestre afirmou que a boca fala ex abundantia cordis, daquilo que enche o coração; para São Clemente, o decantar no púlpito e nas palestras familiares as Glórias da Mãe de Deus, era uma das maiores alegrias e consolações da sua alma. 

No púlpito, quando discorria sobre algum mistério da vida de Nossa Senhora, tornava-se excepcionalmente eloqüente e as palavras jorravam fáceis dos seus lábios: era o filho amoroso que enaltecia os encômios de sua Mãe. 

A Imaculada Conceição, as Sete Dores de Maria e, sobretudo o mistério da Anunciação, em que veneramos conjuntamente a encarnação do Verbo e a maternidade da Virgem, eram o objeto de sua mais terna devoção desde os dias de sua infância, e o assunto predileto dos seus eloqüentes sermões. Dificilmente passava-lhe despercebido o toque do “Ângelus” de manhã, ao meio dia e à tarde; onde quer que se achasse, punha-se de joelhos e com devoção e amor saudava sua Rainha e Mãe.
 
A exemplo de Sto. Afonso nutria uma devoção toda especial para com a Virgem sob o título do Bom Conselho, de cujas luzes tanto necessitava naqueles tempos turbulentos; e a Virgem diversas vezes deu mostras de que aceitava os obséquios do seu devoto Servo, guiando-o, qual estrela indeficiente através dos escolhos e abrolhos da vida tempestuosa do seu século.


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A devoção de São Clemente à Santíssima Virgem Maria
 

A devoção à Santíssima Virgem era um ponto atacado e combatido naqueles tempos de frieza religiosa e jansenismo detestável.
 
Até teólogos que se diziam católicos, julgavam dever impugnar o culto de Maria Santíssima. O Rosário era desconhecido em bastante centros católicos de sorte que em Viena se tinha em conta de curiosidade o fato de que na igreja de Santa Úrsula havia um padre que benzia Terços e Rosários.
 
São Clemente era um digno fiolho espiritual de Santo Afonso Maria de Ligório, o dedicado cantor e defensor acérrimo das Glórias de Maria, e por isso não podia deixar de consagrar à Virgem Maria um amor terno e filial. O divino Mestre afirmou que a boca fala ex abundantia cordis, daquilo que enche o coração; para São Clemente, o decantar no púlpito e nas palestras familiares as Glórias da Mãe de Deus, era uma das maiores alegrias e consolações da sua alma. 

No púlpito, quando discorria sobre algum mistério da vida de Nossa Senhora, tornava-se excepcionalmente eloqüente e as palavras jorravam fáceis dos seus lábios: era o filho amoroso que enaltecia os encômios de sua Mãe. 

A Imaculada Conceição, as Sete Dores de Maria e, sobretudo o mistério da Anunciação, em que veneramos conjuntamente a encarnação do Verbo e a maternidade da Virgem, eram o objeto de sua mais terna devoção desde os dias de sua infância, e o assunto predileto dos seus eloqüentes sermões. Dificilmente passava-lhe despercebido o toque do “Ângelus” de manhã, ao meio dia e à tarde; onde quer que se achasse, punha-se de joelhos e com devoção e amor saudava sua Rainha e Mãe.
 
A exemplo de Sto. Afonso nutria uma devoção toda especial para com a Virgem sob o título do Bom Conselho, de cujas luzes tanto necessitava naqueles tempos turbulentos; e a Virgem diversas vezes deu mostras de que aceitava os obséquios do seu devoto Servo, guiando-o, qual estrela indeficiente através dos escolhos e abrolhos da vida tempestuosa do seu século.
Fonte: https://aparicoesdenossasenhora.webnode.com.br

Ladainha de São Clemente Maria

Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós
Jesus cristo, ouvi-nos
Jesus cristo, atendei-nos
Deus pai do céu, tende piedade de nós
Deus filho redentor do mundo, tende piedade de nós
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós
Santíssima trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós
São Clemente, homem santo de Deus.................. Rogai por nós
São Clemente, sacerdote dedicado....................... Rogai por nós
São Clemente, filho de Maria............................... Rogai por nós
São Clemente, pregador da palavra de Deus...................
São Clemente, administrador dos sacramentos da igreja............
São Clemente, homem de fé.............
São Clemente, homem de penitência...............
São Clemente, homem de oração.................
São Clemente, homem da santa Eucaristia................
São Clemente, homem de pura castidade..................
São Clemente, homem fiel a Deus...............
São Clemente, testemunha do amor de Cristo...........
São Clemente, defensor da justiça................
São Clemente, defensor dos pobres e marginalizados................
São Clemente, defensor dos fracos................
São Clemente, distribuidor da paz.................
São Clemente, distribuidor da alegria cristã...............
São Clemente, consolador dos aflitos................
São Clemente, auxilio dos doentes....................
São Clemente, homem de alegria......................
São Clemente Maria, nosso padroeiro......... Rogai por nós, rogai por nós, rogai por nós.
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, senhor
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, senhor
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
A devoção de São Clemente à Santíssima Virgem Maria
 

A devoção à Santíssima Virgem era um ponto atacado e combatido naqueles tempos de frieza religiosa e jansenismo detestável.
 
Até teólogos que se diziam católicos, julgavam dever impugnar o culto de Maria Santíssima. O Rosário era desconhecido em bastante centros católicos de sorte que em Viena se tinha em conta de curiosidade o fato de que na igreja de Santa Úrsula havia um padre que benzia Terços e Rosários.
 
São Clemente era um digno fiolho espiritual de Santo Afonso Maria de Ligório, o dedicado cantor e defensor acérrimo das Glórias de Maria, e por isso não podia deixar de consagrar à Virgem Maria um amor terno e filial. O divino Mestre afirmou que a boca fala ex abundantia cordis, daquilo que enche o coração; para São Clemente, o decantar no púlpito e nas palestras familiares as Glórias da Mãe de Deus, era uma das maiores alegrias e consolações da sua alma. 

No púlpito, quando discorria sobre algum mistério da vida de Nossa Senhora, tornava-se excepcionalmente eloqüente e as palavras jorravam fáceis dos seus lábios: era o filho amoroso que enaltecia os encômios de sua Mãe. 

A Imaculada Conceição, as Sete Dores de Maria e, sobretudo o mistério da Anunciação, em que veneramos conjuntamente a encarnação do Verbo e a maternidade da Virgem, eram o objeto de sua mais terna devoção desde os dias de sua infância, e o assunto predileto dos seus eloqüentes sermões. Dificilmente passava-lhe despercebido o toque do “Ângelus” de manhã, ao meio dia e à tarde; onde quer que se achasse, punha-se de joelhos e com devoção e amor saudava sua Rainha e Mãe.
 
A exemplo de Sto. Afonso nutria uma devoção toda especial para com a Virgem sob o título do Bom Conselho, de cujas luzes tanto necessitava naqueles tempos turbulentos; e a Virgem diversas vezes deu mostras de que aceitava os obséquios do seu devoto Servo, guiando-o, qual estrela indeficiente através dos escolhos e abrolhos da vida tempestuosa do seu século.


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A devoção de São Clemente à Santíssima Virgem Maria
 

A devoção à Santíssima Virgem era um ponto atacado e combatido naqueles tempos de frieza religiosa e jansenismo detestável.
 
Até teólogos que se diziam católicos, julgavam dever impugnar o culto de Maria Santíssima. O Rosário era desconhecido em bastante centros católicos de sorte que em Viena se tinha em conta de curiosidade o fato de que na igreja de Santa Úrsula havia um padre que benzia Terços e Rosários.
 
São Clemente era um digno fiolho espiritual de Santo Afonso Maria de Ligório, o dedicado cantor e defensor acérrimo das Glórias de Maria, e por isso não podia deixar de consagrar à Virgem Maria um amor terno e filial. O divino Mestre afirmou que a boca fala ex abundantia cordis, daquilo que enche o coração; para São Clemente, o decantar no púlpito e nas palestras familiares as Glórias da Mãe de Deus, era uma das maiores alegrias e consolações da sua alma. 

No púlpito, quando discorria sobre algum mistério da vida de Nossa Senhora, tornava-se excepcionalmente eloqüente e as palavras jorravam fáceis dos seus lábios: era o filho amoroso que enaltecia os encômios de sua Mãe. 

A Imaculada Conceição, as Sete Dores de Maria e, sobretudo o mistério da Anunciação, em que veneramos conjuntamente a encarnação do Verbo e a maternidade da Virgem, eram o objeto de sua mais terna devoção desde os dias de sua infância, e o assunto predileto dos seus eloqüentes sermões. Dificilmente passava-lhe despercebido o toque do “Ângelus” de manhã, ao meio dia e à tarde; onde quer que se achasse, punha-se de joelhos e com devoção e amor saudava sua Rainha e Mãe.
 
A exemplo de Sto. Afonso nutria uma devoção toda especial para com a Virgem sob o título do Bom Conselho, de cujas luzes tanto necessitava naqueles tempos turbulentos; e a Virgem diversas vezes deu mostras de que aceitava os obséquios do seu devoto Servo, guiando-o, qual estrela indeficiente através dos escolhos e abrolhos da vida tempestuosa do seu século.


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