Filhos e filhas,
Feliz Ano Novo! Um abençoado 2025! Que Nossa Senhora, Mãe da Igreja, esteja junto a nós nesse novo ano civil que se inicia.
Cada novo ano é uma dádiva que Deus nos concede. É como uma página em branco, onde podemos reescrever nossa história, acertando o que estava errado, melhorando o que já estava bom. Mas nada do que planejamos para este ano fará sentido ou atingirá seu objetivo se não tivermos o que é essencial: paz. Por isso, hoje também é celebrado o Dia Mundial da Paz.
A paz não é apenas a ausência de guerras, claro que precisamos de paz nas ruas, paz entre as nações. Todos os dias nos chegam enxurradas de notícias de conflito entre povos, guerrilhas, brigas, violência no trânsito, aliás violência de todo tipo. A vida humana não está valendo mais nada, porém nessa primeira mensagem do ano refiro-me especialmente à paz interior.
A verdadeira paz começa a existir do nosso encontro pessoal com Jesus, o ‘Príncipe da Paz’. Ela brota dentro de cada um de nós, para depois exteriorizar-se, manifestar e se expandir em casa, na família, no ambiente de trabalho, nas ruas, nas cidades e no mundo.
Ninguém é santo, ninguém é perfeito. Amamos e odiamos, erramos e acertamos, cometemos gestos bons e maus. A nossa fragilidade humana é marcada pelo pecado, mas Deus nos amou tanto que se compadeceu de nós, em Jesus assumiu nossa humanidade, assemelhou-se a nós em tudo, menos no pecado. E porque Jesus veio a nós, a paz tornou-se possível. Ele nos disse: “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo” (Jo 14,27).
O medo é um dos inimigos da paz, porque nos leva à insegurança, à desconfiança, a nos armarmos contra aqueles que pensamos ser ameaça para nós. Não digo que estejamos com armas de fogo, também não me refiro só à agressão física, fazemos de nossa língua uma arma mortal, espalhando fofoca e maledicência, “puxando o tapete”, mentindo e intimidando. A língua pode ter uma força de agressão violenta. Por isso, ao nos deixar a paz, Jesus nos recomendou que não tivéssemos medo, por isso também, em seguida, Ele nos mandou amar-nos uns aos outros (cf. Jo 15,17). O medo separa, desequilibra e desune; o amor atrai, congrega, dá segurança e traz a paz.
A
mentira é outra inimiga da paz. A pessoa que pratica o mal não gosta de
ver as coisas ruins à luz da verdade, ela se esconde. Por isso, quem faz
o mal não gosta da luz. E Jesus é luz, e quem caminha no mal, quem é
mentiroso, desonesto, quem busca o pecado não quer a luz, prefere as
trevas, as sombras, prefere fazer as coisas na surdina, nas fofocas,
intrigas, promovendo as discórdias.
Se não temos paz, além de não sermos felizes, deixamos os que estão próximos a nós infelizes, porque a luz irradia, mas o mal também irradia. Porém, a paz, além de ser um dom de Deus, é uma construção diária que depende muito de nós. Depende de nossas atitudes, de sermos capazes de nos reconciliar, nos acolher, nos perdoar e libertar-nos das mágoas e ressentimentos.
A paz interior é um dom do Espírito Santo, como nos diz a Carta aos Gálatas: “Por seu lado, são estes os frutos do Espírito: amor, alegria, paz” (Gl 5,22). Isso quer dizer que ela deve ser pedida como o próprio Apóstolo Paulo afirma: “Apresentem a Deus todas as necessidades de vocês através da oração e da súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão, guardará em Jesus Cristo os corações e pensamentos de vocês” (Fl 4,7). Esse trecho da Carta aos Filipenses nos dá uma certeza que a paz não é uma utopia, não é um “talvez”, mas é uma certeza em Jesus. Ele venceu o mundo! A paz já nos foi concedida!
Que Nossa Senhora, a Rainha da Paz, interceda por todos nós, os seus filhos e filhas.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Boletim do dia 15 de Janeiro
Filhos e filhas,
Agradeço imensamente todas as manifestações de carinho e homenagens pelos meus 30 anos de sacerdócio, que Deus os retribua em bênçãos e graças.
No último domingo, celebramos a liturgia do Batismo do Senhor e gostaria de aproveitar essa mensagem, lembrando que o tema litúrgico do domingo ecoa durante toda a semana, para tentar explicar algumas dúvidas que me chegam sobre o batismo de crianças. Muitos acham que não há necessidade de batizar uma criança porque ainda não crê e, sobretudo, não tem pecados.
Em relação ao primeiro impedimento levantado, não se justifica, uma vez que os pequenos são batizados na fé da Igreja a pedido dos responsáveis, os quais, com a ajuda dos padrinhos, assumem o compromisso de conduzi-los na fé, instruí-los nas Sagradas Escrituras e iniciar sua participação na Igreja até que possam atingir, com o Sacramento da Crisma, o estágio da fé madura.
Quanto à ausência de pecados, de fato, não existe pureza maior que a de uma criança, a ponto de Nosso Senhor dizer: “Deixai vir a mim os pequeninos, porque deles é o reino dos céus!” (Mc 14, 10). Contudo, não é ao pecado cometido que o Batismo se refere, e sim ao pecado original.
Todos nós nascemos com a herança do pecado cometido por Adão (cf. Rm5, 12). Como ensina o Catecismo da Igreja Católica: “Por nascerem com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no Batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus, para o qual todos os homens são chamados” (CIC § 1250). Em outra citação do Catecismo, afirma-se: “A circuncisão de Jesus, no oitavo dia depois de seu nascimento, é sinal de sua inserção na descendência de Abraão, no povo da Aliança. Este sinal prefigura a 'circuncisão de Cristo', que é o Batismo” (CIC § 527).
Na Nova e Eterna Aliança, por sua vez, o Batismo é que nos insere na família de Deus, conforme está explicado na Carta de São Paulo aos Efésios (cf. Ef 2,11-22) e confere a possibilidade de participação na vocação única do povo escolhido – ser sacerdote, profeta e rei. Trata-se de um sacramento de iniciação que abre as portas para todos os outros sacramentos, apaga totalmente o pecado original e nos faz renascer para uma vida nova em Cristo. Além disso, infunde-nos a graça santificante, as virtudes infusas e os dons do Espírito Santo.
Os pais não esperam os filhos crescerem para proporcionar a eles boa educação. Assim também se deve agir em relação ao Batismo: trata-se do bem maior que os pais podem oferecer à alma dos filhos, porque é a partir dele que a graça, enquanto princípio natural, começa a trabalhar, embora ainda não possam professar a fé.
O Novo Testamento menciona o Batismo como arrependimento e profissão de fé, em referência à geração de pagãos e seguidores de outras religiões que se converteram a Cristo pela pregação da Palavra. Certamente, uma criança não pode tomar esse tipo de iniciativa, mas não podemos esquecer que os convertidos professaram a fé cristã e se batizaram, como também a “todos os seus”, sendo este o caso de Cornélio (At 10, 1s.24.44.47s), do carcereiro (At 16, 33) e da família de Estéfanas (1 Cor 1, 16), entre outros exemplos. Embora não seja comentado de forma explícita, provavelmente haviam crianças em seus clãs. Outro importante parâmetro é dado pela tradição da Igreja Primitiva, o Didaquê, também conhecido como Manual dos Apóstolos, que prescreve o Batismo para crianças. Orígenes (185-255 d.C.), o Cristão, assim se expressa: “A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar Batismo também aos recém-nascidos” (Epist. ad Rom. Livro 5, 9).
Por tudo isso, quanto mais cedo possível, pais batizem seus filhos!
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Boletim do dia 22 de Janeiro
Filhos e filhas,
Nessa semana a Igreja celebra vários santos que admiro e que aprendi a pedir a intercessão. Na segunda-feira (20), São Sebastião, cuja novena fizemos no programa Experiência de Deus; na terça (21), Santa Inês, a virgem mártir; também São Francisco de Sales, dia 24/01; e por fim, no sábado (25), celebramos a Conversão de São Paulo.
Todos sabem que ler sobre a vida dos santos é um dos meus hobbies preferidos, gosto de ver que ninguém nasce santo, todos passam por um processo de conversão, mas também chama minha atenção o fato de que Deus sempre nos chama, e de uma forma ou outra, todos nós sentimos Deus em nós.
O ser humano, a natureza humana, tem sede de Deus. Esta é uma verdade que temos que aceitar, nossa alma tem fome de Deus, tem sede de Deus. Nossa natureza humana busca sempre o Seu Criador. Isso não tem relação com as teorias de onde, como ou quando surgiu o ser humano.
O fato é que todo ser humano é um desdobramento de Deus. Quando nós falamos que Deus nos fez à sua imagem e semelhança é o mesmo que dizer que Deus nos fez como parte Dele. “Todas as criaturas são portadoras duma certa semelhança de Deus, muito especialmente o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. As múltiplas perfeições das criaturas (a sua verdade, a sua bondade, a sua beleza) refletem, pois, a perfeição infinita de Deus” (CIC 41).
Nós somos uma extensão de Deus, um derramamento de Deus e por mais que alguns não aceitem, nós temos saudades do Criador. Está em nossa natureza, em nossa essência, em nossa matéria. Então quando dizemos “tenho saudades de Deus”, “tenho fome de Deus e eu anseio por Deus” é antropológico, é da natureza.
O Salmista expressa esse nosso grande anseio: “Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando voltarei a ver a face de Deus?” (Sl 42,3). Depois da criação ninguém mais viu a face de Deus e o grande anseio é encontrar essa face.
A vida é busca e encontro. Nossa grande busca é Deus, Ele é o amado de nossa alma, como diz São João da Cruz, num dos seus poemas espirituais: “Buscando meu Amor, meu Amado, vou por montes e vales, sem temer mil perigos. Nem flores colherei no caminho, pois segui-lo é preciso sem deter-me ou parar. Já não tenho outro ofício, só amar é o exercício. Solidão povoada, presença amorosa do Amado. Viver ou morrer, sem Ele eu não quero ser”!
Deus espera pacientemente que o pecador se converta e se volte para Ele. Isso me faz lembrar de um homem em particular: Santo Agostinho. Ele precisou ser forjado com muito custo por Deus para se tornar um homem de fé. Depois de sua experiência com Deus, Santo Agostinho diz que nossa alma foi feita para Deus e não encontraremos a paz enquanto não repousarmos em Deus. Santo Agostinho é o reflexo do anseio de todos nós.
Onde está a resposta da existência humana? Em Deus! Foi isso que Santo Agostinho descobriu. Tanto que chega um momento em sua vida que ele diz: “Tarde te amei Senhor. Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu fora. Estavas comigo e não eu contigo. Exalaste perfume e respirei. Agora anseio por ti. Provei-te e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz.”
Busquemos encontrar Deus e Ele se deixará encontrar. O próprio Deus nos diz, através do profeta Jeremias: “Vocês me procurarão e me encontrarão se me buscarem de todo o coração” (Jr 29,13).
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Boletim do dia 29 de Janeiro
Filhos e filhas,
Agora tu, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz;
Porque os meus olhos viram a tua salvação,
A qual preparaste diante de todos os povos:
Luz para iluminar as nações, E glória do teu povo de Israel.
(Lc 2,29-32)
Este é o Cântico de Simeão, que está no Evangelho da festa litúrgica da Apresentação do Senhor, celebrada no próximo final de semana. A simbologia da luz nesta festa é muito forte. Jesus é a luz que veio para iluminar as nações, os que andavam nas trevas agora tem um caminho a seguir: Jesus Cristo.
A luz de Cristo deve iluminar o caminho de todos aqueles que procuram a Deus. São Paulo, na Segunda Carta aos Coríntios diz: “Porque o Deus que disse: ‘das trevas brilhe a luz’, foi quem brilhou nos nossos corações” (2 Cor 4, 6). Podemos até nos confundir com tantas luzes atualmente, mas nunca podemos nos esquecer de que nossa luz é Jesus e Ele deve brilhar em nossos corações sempre.
A própria conversão de São Paulo está envolta em luz. São Lucas,nos Atos dos Apóstolos, narra que no caminho de Damasco, Saulo se viu cercado por uma luz que vinha do céu. Ele caiu e ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que você me persegue?” Saulo perguntou: “Quem és tu, Senhor?” A voz respondeu: “Eu sou Jesus, a quem você está perseguindo. Agora, levante-se, entre na cidade, e aí dirão o que você deve fazer”.
Os homens que acompanhavam Saulo ficaram cheios de espanto, porque ouviam a voz, mas não viam ninguém. Saulo se levantou do chão e abriu os olhos, mas não conseguia ver nada. Então o pegaram pela mão e o levaram para Damasco. E Saulo ficou três dias sem poder ver, e não comeu nem bebeu nada.
Esse é o relato que está no Livro dos Atos dos Apóstolos (At 9,3-9) e que mudou radicalmente a vida de Paulo, até o nome. No caminho, Jesus o encontrou e deu a ele um novo rumo. Então se Deus pode transformar um perseguidor a Apóstolo, fiel e proclamador da Boa Nova, certamente Ele pode mudar a direção da nossa vida. Não existe caso perdido.
Mas não apontemos o nosso dedo para os outros, olhando para Paulo devemos refletir sobre a nossa necessidade de conversão e pedir para que Deus derrame sua misericórdia sobre nós, nossos caminhos, em nossa vida, atropelos, equívocos e em nossa falta de discernimento. Peçamos que Jesus venha nos encontrar. Para isso rezemos:
Senhor, na vida de Paulo, a Tua presença foi tão forte, tão iluminada, tão marcada de luz que ele ficou cego. Senhor é o que pedimos, dai-nos esse fechar os olhos para o mundo e abrir os olhos para as coisas de Deus.
Dai-nos a graça de ficarmos cegos para a mundaneidade e recobrarmos a vista para Deus. Senhor, que nesse processo de conversão, de cura, quando os nossos olhos se abrirem, vejamos somente a Ti, Senhor Deus.
Pedimos um renascimento, uma conversão, um nascer de novo. Que o homem velho em nós perca forças, que eu não o alimente, que eu não o sustente. Faça nascer em mim, como fez em o Paulo, o profeta, o arauto, o pregador, mais de que por palavras por atitudes.
Faz nascer em mim o missionário que tudo suporta pro amor a Ti, Senhor.
Faça nascer em mim o desejo de evangelizar.
Faça nascer em mim o homem forte e fiel, o Apóstolo, Senhor. Amém
A conversão de Paulo é o desafio da conversão de todos nós. Se Jesus é Aquele que tudo pode, há muitos “Paulos” a serem resgatados, a começar por mim e por você. Por isso, peçamos que a luz de Jesus brilhe no rosto e no coração de cada um de nós, para que nos tornemos testemunhas vivas e vibrantes do nosso Salvador.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Boletim do dia 05 de Fevereiro
Filhos e filhas,
Estamos já no início de fevereiro quando celebramos São Brás, brasa, chama do amor de Deus, da fé, do amor ao próximo. A vida heroica de São Brás é um estímulo para que mantenhamos também acesa em nossas almas a brasa do amor, por Deus nos amou primeiro.
E isto está na Palavra de Deus: “Amemos, porque Ele nos amou primeiro. Se alguém disser ‘Amo a Deus’, mas odeia seu irmão, é um mentiroso, pois no coração de quem ama a Deus não há espaço para o ódio” (1Jo 4,19-20). Essa é a base daquilo em que nós acreditamos e, por isso, professamos. Deus é a maior referência do amor, pois abrange na Sua essência a plenitude desse sentimento, bem como todo e qualquer significado que nós podemos ter de amor.
Somos pequenos, frágeis, limitados diante daquilo que Deus personifica, a perfeição máxima do amor. Portanto, quando amamos, somos tão idealistas, pois a nossa referência é a mais perfeita, única e singular, que é Deus. Trata-se da busca constante por vivenciar e experimentar esse amor de Deus.
Por outro lado, existem exigências. No dia a dia, há um certo desgaste gerado por frases como: “Eu amo meu time de futebol”, “Como amo fazer isso!”, “Amo cantar”, “Amo minha profissão” etc. Será que tudo isso é amor? De duas, uma: ou o uso da palavra em questão está equivocado ou o ato de amar tem significados e intensidades diferentes.
Na verdade, as duas observações procedem, porém o que não podemos perder é a noção de que todas essas formas de expressar esse sentimento, nas suas dimensões mais específicas, caminham para um amor maior, que é Deus. Quem primeiro amou o mundo foi Ele. A natureza, a Criação é um ato do amor de Deus. E em Seu filho, Jesus, com profundo amor, Ele nos dá a remissão.
Os antigos gregos usavam três palavras para qualificar as dimensões do amor: Eros, Filia e Ágape.
Eros é o amor carnal e remete ao desejo entre homem e mulher. Ele simboliza o amor romântico do qual faz parte a atração sexual. Também implica a contemplação do belo e a existência de sentimentos como paixão e ciúme.
Filia é o amor que se coloca a serviço e visa primeiramente ao bem do outro. Não possui conotação sexual, desejo carnal, correspondendo ao sentimento existente entre amigos. Um belo exemplo do amor amizade encontramos entre Davi e Jônatas. Assim também era o amor de Jesus pelos Apóstolos.
Por fim, no plano mais elevado, está o amor Ágape, que é divino. Podemos ter uma experiência de sua dimensão a partir de Jesus, pois Ele é a revelação do amor do Pai, "Deus é amor" (1 Jo 4,8).
Para a doutrina católica, não se pode separar essas três formas de amor, pois elas se fundem entre si. Conhecendo essas dimensões do amor, percebemos que amar é algo muito mais profundo. Por isso, se alguém diz que sentiu amor à primeira vista, desconfie. Na verdade, o primeiro contato pode levar à paixão, mas certamente ainda está longe do amor maduro. Não podemos reduzir o amor à admiração e à atração.
Peçamos a Deus a graça de amar verdadeiramente, como Ele nos ama. Amém!
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Ó bem-aventurado São Brás, que recebeste de Deus o poder de proteger os homens contra as doenças da garganta e outros males, afastai de mim a doença que me aflige.
(Faça seu pedido)
Conservai a minha garganta sã e perfeita para que eu possa falar corretamente e assim proclamar e cantar os louvores de Deus. Com a graça de Deus e com a Vossa ajuda, prometo esforçar-me, ó glorioso Mártir São Brás, para que a fala que sair da minha garganta seja sempre:
De verdade e não de mentira;
De justiça e não de calúnia;
De bondade e não de aspereza;
De compreensão e não de intransigência;
De perdão e não de condenação;
De desculpa e não de acusação;
De respeito e não de desacato;
De conciliação e não de intriga;
De calma e não de irritação;
De desapego e não de egoísmo;
De edificação e não de escândalo;
De ânimo e não de derrotismo;
De conformidade e não de lamúrias;
De amor e não de ódio;
De alegria e não de tristeza;
De fé e não de descrença;
De esperança e não de desespero.
São Brás intercedei diante de Deus por mim, por minha família e por todos os que sofrem dos males da garganta. Que por nossas palavras possamos bendizer a Deus e cantar os seus louvores.
São Brás, rogai por nós! (3 x)
Ó Deus, por intercessão de São Brás bispo e mártir, nos livre dos males da garganta e de toda e qualquer doença. Amém.
Boletim do dia 12 de Fevereiro
Filhos e filhas,
A vida é busca e encontro. Nossa grande busca é Deus, Ele é o Amado de nossa alma, como diz São João da Cruz, num dos seus poemas espirituais:
“Buscando meu Amor, meu Amado, vou por montes e vales, sem temer mil perigos. Nem flores colherei no caminho, pois segui-lo é preciso sem deter-me ou parar. Já não tenho outro ofício, só amar é o exercício. Solidão povoada, presença amorosa do Amado. Viver ou morrer, sem Ele eu não quero ser”!
Busquemos encontrar Deus e Ele se deixará encontrar. O próprio Deus nos diz, através do profeta Jeremias: “Vocês me procurarão e me encontrarão se me buscarem de todo o coração” (Jr 29,13).
Não importa se é como nos diz a Parábola dos trabalhadores da vinha (Mt 20,1-16), ao amanhecer, ao meio dia ou ao entardecer de nossa existência vamos ter um encontro com Deus, se não pelo amor, pela dor.
Deus espera pacientemente que o pecador se converta e se volte para Ele. Isso me faz lembrar de um homem em particular: Santo Agostinho. Ele deu um trabalho imenso para sua mãe Santa Mônica. Ele era da “pá virada”, chegou a ter um filho com uma prostituta, era ateu e precisou ser forjado com muito custo por Deus para se tornar um homem de fé. Depois de sua experiência com Deus, Santo Agostinho diz que nossa alma foi feita para Deus e não encontraremos a paz enquanto não repousarmos em Deus. Santo Agostinho é o reflexo do anseio de todos nós.
Onde está a resposta da existência humana? Em Deus! Foi isso que Santo Agostinho descobriu. Tanto que chega um momento em sua vida que ele diz: “Tarde te amei Senhor. Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu fora. Estavas comigo e não eu contigo. Exalaste perfume e respirei. Agora anseio por ti. Provei-te e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz”.
Jesus nos revelou o Pai, Ele é o caminho que nos leva ao Pai. Ele é a luz que dissipa as trevas. Ele disse eu vim como luz (cf. Jo 12, 46), mas o mundo preferiu as trevas. Quem vive no pecado não quer luz. Todos fomos crianças e quem tem filhos sabe que quando a criança é arteira e apronta alguma coisa errada, entra dentro de casa e vai pelos cantos escuros para não ser vista, para não chamar a atenção e passar sem levar bronca e ser castigada. É a mesma coisa quem anda no pecado. Não quer luz, não quer discernimento, quer se afastar da Igreja, quer se afastar dos sacramentos, das pessoas de bem.
Pecado gera pecado, quem está no meio do pecado quer andar na escuridão do pecado, para que a podridão não venha à tona. Então, se aproximar da luz de Jesus significa olhar para nossa própria podridão, olhar para nossos pecados e dizer: “Sou eu, Senhor. Dissipe as trevas da minha vida”.
Jesus é verdade! Não a verdade do mundo que é idêntica a analgésico, tira a dor, mas não cura. A verdade do mundo fascina, ludibria, cega e engana. A verdade de Deus, muitas vezes dói, mas sempre liberta. A felicidade que buscamos e que sei que todos buscamos, só encontraremos em Deus, por Jesus. Não depositemos a razão de nossa felicidade em pessoas, não arrisquemos todos os trunfos da nossa vida em alguém. Arrisquemos em Deus, Ele é fiel. Busquemos a luz sem trevas, a verdade sem mentiras, a felicidade absoluta que é Deus, em Cristo Jesus.
Deus abençoe, Padre Reginaldo Manzotti
Boletim do dia 26 de Fevereiro
Filhos e filhas,
A Igreja acompanha vigilante a recuperação da saúde do Papa Francisco que luta contra uma pneumonia dupla no hospital Gemelli, em Roma, desde 14 de fevereiro. Na hora que escrevo essa mensagem, a última nota do Vaticano fala que “as condições clínicas do Santo Padre nas últimas 24 horas apresentaram uma melhora leve e contínua”, para ser textual.
Esses boletins diários e detalhados das condições de saúde do Sumo Pontífice foram um pedido do próprio Papa. Essa decisão vem de encontro ao estilo aberto de Francisco de se comunicar e também evita muita desinformação sobre o assunto, mas infelizmente não impede totalmente.
Saiu em alguns jornais italianos e repercutiu aqui no Brasil também, que o Papa estaria morrendo e já teria recebido a Extrema Unção. Por isso, aproveito esse texto para explicar sobre um Sacramento importantíssimo, a Unção dos Enfermos, antigamente conhecida por Extrema Unção.
Na Carta de Tiago, capítulo 5, versículos 14 e 15, está escrito: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da Igreja, e estes orem sobre ele, unindo-o com óleo em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, serão perdoados”. Essas palavras de Tiago são uma clara orientação sobre a importância da oração e da unção nos momentos de dor.
O Catecismo da Igreja Católica explica muito bem sobre esse Sacramento que faço questão de colocar aqui:
- A Unção dos Enfermos não é sacramento só dos que estão prestes a morrer. Por isso, o tempo oportuno para a receber é certamente quando o fiel começa, por doença ou por velhice, a estar em perigo de morte.
- Se um doente que recebeu a Unção recupera a saúde, pode, em caso de nova enfermidade grave, receber outra vez este sacramento. No decurso da mesma doença, este sacramento pode ser repetido se o mal se agrava. É conveniente receber a Unção dos Enfermos antes duma operação cirúrgica importante. E o mesmo se diga a respeito das pessoas de idade, cuja fragilidade se acentua.
- Só os sacerdotes (bispos e presbíteros) são ministros da Unção dos Enfermos. É dever dos pastores instruir os fiéis acerca dos benefícios deste sacramento. Que os fiéis animem os enfermos chamarem o sacerdote para receberem este sacramento. E que os doentes se preparem para o receber com boas disposições, com a ajuda do seu pastor e de toda a comunidade eclesial, convidada a rodear, de um modo muito especial, os doentes, com as suas orações e atenções fraternas.
O próprio Papa Francisco nos exorta: “A Unção dos Enfermos não é um sacramento apenas para aqueles que estão prestes a morrer. Não. É importante deixar isto claro. Quando o sacerdote se aproxima de uma pessoa para lhe dar a Unção dos Enfermos, não está necessariamente a ajudá-la a despedir-se da vida. Pensar assim é desistir de toda a esperança. É dar por adquirido que depois do padre vem o coveiro”.
Que Nossa Senhora interceda pelo Papa Francisco, concedendo saúde e paz. Amém
Deus abençoe,
Padre Reginaldo ManzottiBoletim do dia 05 de Março
Filhos e filhas,
“Convertei-vos e crede no Evangelho”
A
Quaresma de 2025 começou nesta quarta-feira, dia 05. Esse é o tempo
favorável de conversão e de mudança de vida. Na minha homilia de hoje,
ressaltei que é um tempo de concentrarmos nossas forças, nossos
pensamentos e todo nosso viver em Deus.
Nesses
40 dias, nós somos convidados a permanecermos “no foco” da misericórdia
de Deus que provoca em nós a conversão. Não é proibido casar na
Quaresma, mas sejamos francos, alguém que vai casar no início do mês que
vem, não está com o pensamento em Deus e sim, nos preparativos para a
festa.
Na própria liturgia de
hoje, o Evangelho, mais especificamente (Mt 6,1-6.16-18), nos dá os
elementos necessários para perseverarmos no foco da misericórdia de
Deus, o tripé que nos sustenta no deserto: oração, penitência e caridade
que devem ser intensificados durante esses 40 dias.
Começamos
a vivenciar a Quaresma recebendo as cinzas como um gesto externo
daquilo que deve ser o desejo do nosso coração: a conversão. Aproveito
para explicar que as cinzas são dos ramos que foram abençoados no
Domingo de Ramos do ano passado.
Desde
o Antigo Testamento, as cinzas são um símbolo de arrependimento,
penitência e desejo de conversão para demonstrar a disposição pessoal de
se reconciliar com Deus. As cinzas significam a efemeridade da vida
humana sobre a terra, como nos lembra o Gênesis, “Porque tu és pó e ao pó as de voltar” (Gn 3,19).
No
Livro de Ester, Mardoqueu se vestiu de saco e se cobriu de cinzas
quando soube do decreto do Rei Assuero I, que condenou à morte todos os
judeus de seu império. (Est 4,1). Jó mostrou seu arrependimento
vestindo-se de saco e cobrindo-se de cinzas (Jó 42,6). Daniel, ao
profetizar a captura de Jerusalém pela Babilônia, escreveu: "Voltei o olhar para o Senhor Deus procurando fazer preces e súplicas com jejuns vestindo de saco e coberto de cinza"
(Dn 9,3). Jonas, prega a destruição da cidade de Nínive, cujo rei
proclamou jejum total, e todos se vestiram de saco, também o rei, que
saiu de seu trono e deitou sobre cinzas (Jn 3,1-10).
Jesus diz aos que renegaram o anúncio da Boa Nova: "Ai
de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque se tivessem sido feitos em
Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito
tempo elas se teriam demonstrado arrependimento, vestindo-se de saco e
cobrindo-se de cinza" (Mt 11,21).
Na Quarta-feira de Cinzas também começa a Campanha da Fraternidade que este ano tem como tema: “Fraternidade e Ecologia Integral” e lema: “Deus viu que tudo era muito bom”
(Gn 1,31). Por 9 vezes a ecologia foi tema da Campanha da Fraternidade,
essa em especial é inspirada no Cântico das Criaturas de São Francisco
de Assis, que esse ano completa 800 anos, nos 10 anos da publicação da
Carta Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco e na realização da COP 30 –
a primeira na Amazônia, em Belém (PA).Que tenhamos uma santa Quaresma.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo ManzottiBoletim do dia 12 de Março
Filhos e filhas,
Estamos no tempo da Quaresma, vale sempre reforçar essa informação. Tenho reforçado que esse é um tempo favorável à conversão, um tempo propício para reflexão e colocar a nossa vida para percorrer um caminho de purificação, afinal não existe outro caminho, senão Jesus Cristo. Podemos afirmar que estamos em um momento de decisão.
Querendo ou não, somos bombardeados a todo momento por uma enxurrada de informações, muitas delas desencontradas que podem nos confundir, não apenas quanto às nossas decisões humanas, mas também em nossa relação com Deus. Por isso, é muito importante purificarmos a fé, mantendo-a “limpa” das falsas verdades e dos incontáveis artifícios criados pelo Inimigo para nos ludibriar segundo seus interesses.
Sobre isso, Nosso Senhor alertou-nos, afirmando: “Muitos virão em Meu nome, dizendo: ‘Sou eu o Cristo’. E seduzirão a muitos” (Mt 24,5). Jesus ainda completou pedindo que não nos deixemos levar.
Isso significa que não podemos ser católicos pela metade, da mesma forma que não adianta o Brasil ser o país mais católico do mundo se, no fim de semana, as pessoas não comungam e não confessam. Devemos escolher o caminho e ser fieis nesse caminho.
É certo dizer que Deus está em todas as religiões, porque Sua essência está em todos os seres humanos, mesmo naqueles que não conheciam Deus antes de Jesus Cristo.
Na verdade, Deus é e sempre foi o mesmo, não muda. No entanto a revelação plena ocorreu por meio de Seu Filho Jesus Cristo. Por isso pode-se afirmar que Deus está em todas as religiões como semente, mas apenas no cristianismo de forma desenvolvida e plena. Mas isso não nos faz melhores, pelo contrário, torna-nos ainda mais responsáveis.
Nesse processo, nós, cristãos, também podemos crescer no conhecimento em relação a Deus. Jesus O revelou completamente, mas quanto mais nós compreendemos as palavras do nosso Salvador, melhor é a compreensão de Deus e de Sua atuação em nossa vida, e assim, melhor podemos anuncia-Lo.
Encontramos tudo em Jesus Cristo. Ele quis fazer-se presente especialmente na Palavra e nos Sacramentos, por isso não perca seu tempo procurando respostas fora. Em Jesus está tudo o que precisamos para nossa vida. Tudo!
Sugiro aqui uma oração para que nossa fé seja firme, sem hesitações:
"Senhor Jesus, Deus de infinita bondade, misericórdia e amor,
neste momento em que busco a experiência de um Deus verdadeiro,
purifica a minha fé.
Purifica todas as imperfeições da minha crença.
Purifica, no fogo do Teu Espírito,
tudo aquilo que vai se somando a minha espiritualidade,
mas a torna imperfeita.
Purifica as superstições e o ocultismo.
Purifica a tentação que tenho de dobrar meus joelhos aos ídolos.
Jesus caminho, verdade e vida.
Muitas vezes, num momento de desespero,
numa ânsia desenfreada de buscar respostas ás minhas dores,
Perco-me e meu coração acaba voltando-se para outros altares.
Reconduze-me – Senhor!!!!
Ajuda-me a buscar, na tua misericórdia, todas as graças de que necessito.
Manda teu Espírito sobre mim!
Espírito Santo, fonte de vida, de toda unção, graças e dons.
Espírito Santo – fonte de amor do Pai e do Filho,
Inspira-me sempre em toda a hora, palavras e atitudes.
Inspira-me o que fazer e como fazer.
Espírito Santo, com um raio de tua luz,
toca o meu coração e revigora-me na fé,
santifica-me no amor, unge-me na esperança.
Espírito Santo, força que me entusiasma, luz que me ilumina,
Vem resgatar aquilo que a vida levou a desilusão.
Vem trazer paz para meu coração e repousar sobre mim.
Amém."
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Boletim do dia 19 de Março
Filhos e filhas,
Dia 19 de março a Igreja celebra a Festa de São José, esposo da Virgem Maria, Padroeiro da Igreja Católica, como elevado pelo Papa Pio IX em 1870. Nessa data, a Igreja celebra esse santo homem, silencioso e obediente. Nós da Obra Evangelizar o temos como protetor, pois esse santo é referência nas causas temporais, para que nunca nos falte recursos na evangelização.
Eu particularmente, tenho muita devoção a São José e cada vez mais aprendo com esse grande santo. São José é apresentado como um homem justo que observa a lei, um trabalhador, humilde e apaixonado por Maria, como nos ensinou Papa Francisco.
Diante do incompreensível, São José prefere colocar-se de lado, mas depois Deus lhe revela a sua missão. E assim José abraça a sua tarefa, o seu papel, e acompanha o crescimento do Filho de Deus, sem julgar. Ele ajudou Jesus a crescer e a se desenvolver. Assim, procurou um lugar para que o filho nascesse; cuidou dele; ajudou-o a crescer; ensinou-lhe a profissão e certamente muitas outras coisas.
Em todos lugares procuro ter uma imagem de São José dormindo, propago o que aprendi com o Papa Francisco: “No meu escritório, eu tenho uma imagem de São José dormindo, e dormindo, ele cuida da Igreja. Quando eu tenho um problema ou uma dificuldade, e o escrevo em um papelzinho e o coloco embaixo da imagem de São José, para que ele sonhe sobre isso. Isso significa: para que ele reze por este problema”. (Encontro com as famílias filipinas em Manila, em janeiro de 2015).
São José, mesmo dormindo, continua intercedendo por nós, pelas famílias e pela Igreja. O culto a São José começou no século IX e um dos primeiros títulos que utilizaram para honrá-lo foi “nutritor Domini”, que significa “guardião do Senhor”.
Ainda nessa mensagem convido todos a meditarmos sobre as “dores e alegrias de São José” que nos ajuda a conhecer melhor o santo Patriarca e a lembrar que ele também enfrentou alegrias e dificuldades.
Primeira Dor: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo (Mt 1,18).
Primeira Alegria: O anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: "José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo" (Mt 1, 20-21).
Segunda Dor: Veio para o que era seu, e os seus não o acolheram (Jo 1,1).
Segunda Alegria: Foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido, deitado na manjedoura (Lc 2,16).
Terceira Dor: Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido (Lc 2,21).
Terceira Alegria: A quem porás o nome de Jesus, será chamado Filho do Altíssimo..., e o seu reino não terá fim (Lc 1, 31 e 32).
Quarta Dor: Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações (Lc 2, 34).
Quarta Alegria: Porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações (Lc 2, 30.32).
Quinta Dor: O Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! (Mt 2,13).
Quinta Alegria: Ali ficou até à morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 'Do Egito chamei o meu Filho' (Mt 2,15)
Sexta Dor: José levantou-se, pegou o menino e sua mãe, entrou na terra de Israel. Mas, quando soube que Arquelau reinava na Judeia, no lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá (Mt 2, 22).
Sexta Alegria: Depois de receber um aviso em sonho, José retirou-se para a região da Galileia, e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno (Mt 2,23).
Sétima Dor: Começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura (Lc2, 44)
Sétima Alegria: Três dias depois, O encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas (Lc 2,45)
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Boletim do dia 02 de Abril
Filhos e filhas,
Nós estamos em um tempo propício para a confissão, afinal, já nos encaminhamos para o quinto Domingo da Quaresma. A confissão é um dos Sacramentos de cura, e aqui não estou falando de uma confissão direta com Deus, porque esse tipo de confissão, para nós católicos, é insuficiente. Estou falando da confissão sacramental que passa pelos ouvidos do padre, o Sacramento da Penitência e da Reconciliação.
Agora, você pode até se perguntar: “e quem inventou a confissão?”, pois respondo! Está no Evangelho segundo João: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 21, 21 - 23). Ou seja, o próprio Jesus Cristo instituiu o sacramento da confissão.
Jesus Cristo, o médico dos médicos, curou e perdoou os pecados e quis que Igreja continuasse pela força do Espírito Santo a sua obra da cura e salvação. E como podemos realizar isso? Através da confissão.
Para explicar os benefícios deste sacramento usarei as palavras de Pio XII: “A confissão não só perdoa os pecados, mas dá força para evitá-los”. Ainda segundo Pio XII, são seis os resultados da confissão:
- Autoconhecimento
- Humildade
- Pureza de coração
- Força de vontade
- Direção espiritual
- Aumento da graça
De confissão em confissão crescemos na graça de Deus, mas o arrependimento precisa ser verdadeiro. Deus perdoa, mas sem autenticidade o perdão vai e volta, porque não tem aderência. Quando uma pessoa está realmente arrependida ela se torna maleável, fácil de ser esculpida como uma pedra sabão.
Outro ponto importante: a confissão precisa ser de forma clara e concisa para que seu confessor entenda imediatamente. Pedir perdão em pensamento não basta. Se o padre te conhece e o seu pecado te trouxer constrangimentos, procure outro sacerdote, mas não deixe de confessar. Lembrando que a confissão é o exercício da humildade.
De qualquer forma, se um pároco contar algo escutado no ato da confissão ou agir pelo que ouviu pode ser excomungado. Uma vez, antes da missa, uma pessoa me confessou algo relativo com o tema da homília daquele dia, que já estava preparada. Eu não podia mais fazer aquele sermão, porque eu podia deixar entender ao penitente que estava levando ao público o seu pecado. Tive que mudar, e a homilia ficou até sem pé nem cabeça.
Um dos princípios para uma boa confissão é não querer continuar no pecado. Mas por que pecamos? Porque temos o livre arbítrio. A liberdade de dizer o que queremos e de fazer o que queremos nos permite realizar atos contrários ao Criador.
Segundo São João, há pecados que levam a morte (cf. 1João 5,16), mas para isso existe uma combinação de fatores a se considerar: é preciso que a pessoa tenha pleno conhecimento de que aquilo que está fazendo é pecado. Outro exemplo é quando há consentimento, ou seja, a pessoa tem tempo de refletir, escolher e mesmo assim comete aquela infração. Outro fato é ter liberdade plena, sem condicionamentos, nem frustrações e mesmo assim pecar.
Disto resultou a opinião de Santo Agostinho que disse que é muito difícil cometer pecado mortal, mas não é impossível. Quem morre em pecado grave sem arrependimento, tem a morte eterna.
É tempo de confissão, é tempo de conversão.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Filhos e filhas,
"Miserando atque elegendo”
“Olhou-o com misericórdia e o escolheu”, essa é a tradução do lema do Papa Francisco, que já está sendo lembrado como o Papa do perdão, o Papa da Misericórdia. O Papa Francisco, servo fiel do Senhor, pastor incansável e testemunha viva da misericórdia de Deus neste mundo tão carente de compaixão, foi o homem certo, no tempo certo.
Foram 12 anos de pontificado do Papa Francisco, e até o último dia, trabalhando. Naquela sua última aparição, inchado devido a tanto medicamento, foram 38 dias no hospital, já sem sorriso porque a própria presença era o sorriso, ele aparece na janela.
Certamente foi um pedido dele não morrer no dia da Páscoa, para que a glória fosse do Senhor aquele dia! E ele aparece e depois não diz nada, não é anunciado, mas com um último esforço vem no papa móvel não consegue nem acenar, mas foi. Mal sabiam aqueles que estavam na praça de São Pedro que era despedida
No outro dia às 7:35 horário de Roma 2:35 horário de Brasília ele faz a sua jornada para o Pai.
O Papa Francisco nos deu um gás, por assim dizer, ele que sempre falava de ter o cheiro das ovelhas de uma igreja em saída, ele que sempre falou em portas abertas, o homem da misericórdia e do diálogo, o Papa da misericórdia, o Papa do diálogo, o Papa da solidariedade, impulsionou uma igreja em saída.
Ele que começou o seu pontificado fazendo reformas, e talvez por isso ele foi tão criticado e caluniado Papa Francisco foi extremamente caluniado, sofreu muito com inimigos dentro e fora da Igreja, mas não esmoreceu. Começou a reforma da cúria romana aquilo que Bento XVI queria ter feito e não o fez, a reforma dos dicastérios, colocou a mão na ferida e fez uma reforma no banco do Vaticano o IOR, e a partir dali começou um processo que ele acreditava.
Ele acreditava na família e propôs estudar refletir no sínodo da família, ele sempre olhou para as mulheres, o quanto este homem deu espaço para as mulheres na Igreja, lugares que eram predominantemente dos prelados dos cardeais ele colocou leigas, religiosas E não podia ser diferente , a nossa igreja é feita majoritariamente pelas mulheres.
Papa Francisco teve coragem de tocar em assuntos difíceis, como como acolher a questão da homo afetividade um homem que foi bombardeado e para finalizar ele teve a coragem de provocar a sinodalidade e morre deixando a sinodalidade no ar.
O Papa Francisco que escreveu quatro encíclicas, a primeira com Bento XVI, em quatro mãos, depois a mais controversa Laudatosi pelos seus posicionamentos tanto do ponto de vista moral do ponto de vista em defesa da família em defesa dos excluídos em defesa da ecologia da biodiversidade, e a última encíclica o ser humano dentro do coração de Jesus. Que coisa mais linda sua última encíclica!
Ele que fez dois jubileus, o primeiro, extraordinário, em 2015 e agora ele morre em pleno ano jubilar da esperança, ele nos deixa um grande legado, um exemplo maravilhoso, subindo a praça São Pedro sozinho no meio da pandemia, mancando devido ao joelho, rezando por todo o mundo que padecia em uma Pandemia.
Um homem da solidariedade que se preocupava com os mendigos da Praça São Pedro que teve brigas com governantes na questão de acolhimento dos migrantes, mas ele dizia: "Não podemos fechar os olhos e dar as costas”
Termino essa mensagem com o testamento espiritual de Francisco, o Papa da Misericórdia:
Miserando atque Eligendo (“com misericórdia, o elegeu”)
Em Nome da Santíssima Trindade. Amém.
Sentindo que se aproxima o ocaso da minha vida terrena e com viva esperança na Vida Eterna, desejo expressar a minha vontade testamentária somente no que diz respeito ao local da minha sepultura.
Sempre confiei a minha vida e o ministério sacerdotal e episcopal à Mãe do Nosso Senhor, Maria Santíssima. Por isso, peço que os meus restos mortais repousem, esperando o dia da ressurreição, na Basílica Papal de Santa Maria Maior.
Desejo que a minha última viagem terrena se conclua precisamente neste antiquíssimo santuário Mariano, onde me dirigia para rezar no início e fim de cada Viagem Apostólica, para entregar confiadamente as minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecer-Lhe pelo dócil e materno cuidado.
Peço que o meu túmulo seja preparado no nicho do corredor lateral entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza desta mesma Basílica Papal, como indicado no anexo.
O túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus.
As despesas para a preparação da minha sepultura serão cobertas pela soma do benfeitor que providenciei, a ser transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maior e para a qual dei instruções apropriadas ao Arcebispo Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Cabido da Basílica.
Que o Senhor dê a merecida recompensa àqueles que me quiseram bem e que continuarão a rezar por mim. O sofrimento que esteve presente na última parte de minha vida eu o ofereço ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.
Santa Marta, 29 de junho de 2022.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Padre Reginaldo Manzotti
Boletim do dia 9 de Abril
Filhos e filhas,
À medida que se aproxima a Semana Santa, somos convidados a voltar o coração para o maior mistério da nossa fé: a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Este é um tempo de graça, um momento único de reencontro com Deus, de aprofundar nossa intimidade com Ele.
A vida é feita de busca e de encontros. E a nossa maior busca deve ser sempre por Deus, o amado de nossa alma. São João da Cruz, em um de seus belíssimos poemas espirituais, expressa isso de maneira tocante:
“Buscando meu Amor, meu Amado,
vou por montes e vales, sem temer mil perigos.
Nem flores colherei no caminho, pois segui-lo é preciso
sem deter-me ou parar.
Já não tenho outro ofício, só amar é o exercício.
Solidão povoada, presença amorosa do Amado.
Viver ou morrer, sem Ele eu não quero ser!”
Se O buscarmos com sinceridade, Deus se deixará encontrar. Ele mesmo nos assegura, por meio do profeta Jeremias: “Vocês me procurarão e me encontrarão, se me buscarem de todo o coração” (Jr 29,13).
Não importa se o nosso encontro com Deus acontece no amanhecer, no meio-dia ou no entardecer de nossa vida, como nos ensina a parábola dos trabalhadores da vinha (cf. Mt 20,1-16), o importante é que esse encontro aconteça. Seja pelo amor, seja pela dor, todos somos chamados a nos voltar para Ele.
Deus espera pacientemente a conversão de cada um de nós. Isso me lembra Santo Agostinho, que tanto fez sua mãe, Santa Mônica, sofrer. Agostinho viveu longe de Deus, mergulhado no pecado e na descrença, mas foi transformado pela graça. Depois de sua profunda experiência com o Senhor, ele declarou com sabedoria: “Nosso coração foi feito para Ti, Senhor, e inquieto está enquanto não repousa em Ti.”
Agostinho representa o anseio de todos nós. No fundo, cada ser humano carrega essa pergunta: onde está o sentido da vida? A resposta está em Deus. Foi isso que ele descobriu, e por isso escreveu com tanta paixão:
“Tarde te amei, Senhor.
Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova.
Eis que estavas dentro, e eu fora.
Estavas comigo, e eu não estava contigo.
Exalaste teu perfume, e eu respirei.
Agora, tenho fome e sede de Ti.
Tocaste-me, e ardi por tua paz.”
Jesus nos revelou o Pai. Ele é o caminho que conduz à vida, a luz que dissipa toda escuridão. Ele mesmo disse: “Eu vim como luz ao mundo” (Jo 12,46), mas muitos preferem as trevas. Quem vive no pecado evita a luz, porque ela revela. Assim como uma criança que faz arte e tenta se esconder nos cantos da casa para não ser repreendida, quem está no erro busca se afastar da Igreja, dos sacramentos, das pessoas que podem iluminar sua consciência.
O pecado atrai mais pecado. Quem permanece nas trevas teme o que a luz pode mostrar. Mas se aproximar de Jesus é ter coragem de dizer: “Sou eu, Senhor. Dissipa as trevas da minha vida.”
Jesus é a verdade. Não a “verdade” do mundo — que é como um analgésico: alivia, mas não cura. A verdade do mundo fascina, engana, cega. A de Deus, às vezes dói, mas sempre liberta. A felicidade verdadeira, a que todos buscamos, só será encontrada em Deus, por meio de Cristo.
Não coloquemos nossa felicidade nas mãos das pessoas. Não apostemos tudo em alguém. Apostemos em Deus — Ele é fiel. Busquemos a luz sem trevas, a verdade sem engano, a felicidade que não passa.
Busquemos a Deus. Em Cristo Jesus.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Boletim do dia 16 de Abril
Filhos e filhas,
“Antes da festa da Páscoa, Jesus sabia que tinha chegado a sua hora. A hora de passar deste mundo para o Pai. Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. (Jo 13,1)
Estamos vivendo a Semana Santa, iniciada com o Domingo de Ramos, quando muitos fiéis participam das celebrações. Isso é belo e digno de louvor! Mas não deve parar aí. A Semana Santa nos conduz ao Tríduo Pascal, que é o centro da liturgia cristã.
Jesus, com sua vida e missão, leva à plenitude aquilo que a antiga Páscoa prefigurava. A libertação do Êxodo, passagem da escravidão para a liberdade, alcança seu auge no amor e no serviço de Cristo.
Celebrar o Tríduo Pascal é reviver a história de nossa salvação. É mergulhar no mistério da passagem de Jesus por entre nós. Com seu amor ao Pai e entrega aos irmãos, Jesus transforma a história da humanidade e inaugura uma nova forma de ser: como irmãos e filhos do mesmo Pai.
Cremos que Ele é o Alfa e o Ômega, revelação plena do Deus da Aliança. Sua vida manifesta o amor e a fidelidade divinos de forma perfeita.
A cruz, que parece escândalo e derrota, torna-se sinal de salvação para todos. A morte foi vencida. O amor venceu e tem a última palavra.
Fazer memória da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor nas celebrações da Igreja é atualizar os acontecimentos que salvam. Para nós, cristãos, é reviver o momento que fundamenta nossa identidade. Nele está o alicerce da fé e de nosso agir.
Somos nós, seguidores de Cristo, os guardiões desta memória. Mas essa memória exige compromisso: o caminho do discípulo é feito de luta, doação e serviço, como viveu o nosso Mestre.
Para quem segue Jesus, a vida é caminhada constante: Deus é o início e também o destino. No Filho, já participamos da promessa feita pelo Pai, que se revelará plenamente quando Cristo vier em sua glória. Como está na Carta aos Hebreus: “Não temos aqui nossa pátria definitiva, mas buscamos a futura” (Hb 13,14).
Não almejamos o paraíso perdido, mas sim a cidade nova, a Jerusalém celeste — o Reino definitivo, a Aliança consumada, esperança que nos move.
Se celebramos o mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo, é porque cremos que, mesmo diante da dor e da violência, Ele é a luz, a esperança e a Boa Nova para toda a humanidade.
Por isso, nos preparemos com zelo para viver o Tríduo Pascal e colher com alegria os frutos do Mistério da salvação, culminando na celebração da Páscoa do Senhor.
O Domingo da Páscoa é, como diz o salmista: “O dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!” Assim, nenhum cristão deve deixar de celebrar a Eucaristia neste dia tão sagrado.
É o momento do povo de Deus proclamar em uníssono: “Jesus ressuscitou! Ele está vivo! Alegrai-vos!”
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Boletim do dia 30 de Abril
Filhos e filhas,
Muito estamos vendo na mídia e nas redes sociais, agora sobre a Igreja e a sucessão apostólica, ou seja, o Conclave, que vai iniciar dia 07 de maio. Nós, como católicos, mais do que tentar adivinhar quem será o próximo papa, precisamos intensificar a nossa oração nesse tempo de Sé Vacante. O Espírito Santo é quem guia e anima a Igreja e devemos agora rezar
A Igreja é viva porque é conduzida pelo Espírito Santo. Desde o dia de Pentecostes, quando o Espírito foi derramado sobre os apóstolos reunidos no Cenáculo, a Igreja começou a sua missão no mundo, com coragem, ardor e fé. O Espírito Santo é a alma da Igreja, é Ele quem nos impulsiona, nos fortalece e nos dá sabedoria para anunciarmos o Evangelho a todos os povos.
Sem o Espírito, a Igreja se torna apenas uma instituição humana. Com Ele, é corpo vivo de Cristo, cheia de graça, luz e poder. É o Espírito Santo quem nos guia na verdade, quem inspira os pastores, os catequistas, os missionários e todos os fiéis a serem testemunhas autênticas do Reino de Deus.
Jesus prometeu: “Recebereis o poder do Espírito Santo, que virá sobre vós, e sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Esta promessa se cumpriu e continua a se cumprir. A cada batismo, a cada Crisma, a cada Eucaristia bem vivida, o Espírito Santo nos é dado como força renovadora, como fogo abrasador que purifica e transforma os corações.
Se hoje sentimos desânimo, frieza espiritual, medo de evangelizar, precisamos clamar com mais fervor: “Vem, Espírito Santo!” Ele é o sopro divino que renova todas as coisas, que nos dá os dons necessários para vivermos como verdadeiros discípulos de Jesus. Dons como sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. São estes dons que animam a vida da Igreja e a fazem crescer em santidade.
O Papa Francisco nos lembrava que uma Igreja sem o Espírito é uma Igreja “fechada”, estagnada. Precisamos ser uma Igreja “em saída”, movida pelo Espírito, que escuta os clamores do povo, que acolhe, que cura feridas, que leva esperança. E isso só é possível se nos deixarmos conduzir pelo Espírito, como Maria, como os apóstolos, como tantos santos ao longo dos séculos.
Peçamos que o Espírito Santo anime nossos corações, fortaleça nossas comunidades e reacenda o fogo da missão em cada um de nós, principalmente pelos nossos cardeais que em poucos dias escolherão o novo sucessor de Pedro.
Termino fazendo uma prece por todos os trabalhadores, e aqui coloco os que estão empregados, que tenham seus direitos respeitados. Peço também pelos empregadores, que tenham prosperidade e justiça social. E clamo ainda pelos desempregados que batam na porta certa, que tenham força para nunca cair no desespero e sempre confiar em Deus.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Boletim do dia 28 de Maio
Filhos e filhas,
Chegamos à última semana de maio, mês dedicado a Nossa Senhora. É tradição em muitas comunidades, nesse tempo, rezar as Mil Ave-Marias. E, no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, não será diferente. Se vocês ainda não enviaram suas intenções, podem fazê-lo pelo nosso site.
Filhos, lembro que um dos carismas da Obra Evangelizar é Preciso é a intercessão, que também pode ser entendida como rezar uns pelos outros. E ninguém melhor que Maria, nossa Mãe, que intercede por nós junto a Jesus. Assim como nas Bodas de Caná, ela continua atenta às nossas necessidades e as apresenta ao Filho. Ao mesmo tempo, nos repete com amor: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (cf. Jo 2,5).
Maria é modelo de fé. Sobre isso, Santo Agostinho afirmou: “Mais bem-aventurada foi Maria por receber Cristo pela fé do que por conceber na carne. A maternidade biológica de nada lhe serviria, se não tivesse antes acolhido Cristo no coração, mais do que em seu seio.”
A Anunciação marca a “plenitude dos tempos” (Gl 4,4), ou seja, o cumprimento das promessas de Deus e a chegada do Salvador. O anjo a saúda: “Ave, cheia de graça” (Lc 1,28). Maria acolhe o anúncio na fé. Pergunta, mas não duvida. Crê que “para Deus nada é impossível” e responde com generosidade: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,26-38).
Aquela que é chamada de “cheia de graça”, buscou sempre a luz de Deus. Não pensemos que ela tinha respostas para tudo. Como cada um de nós, enfrentou momentos de incerteza e de dor, sem entender os acontecimentos da sua vida e da vida de seu Filho. Mas nunca reclamou, nunca se revoltou. Pelo contrário, “guardava tudo em seu coração”, confiando e meditando em Deus.
Isso nos mostra que, também para ela, houve momentos de escuridão. Quando não compreendia, não se desesperava. Entrava em oração, silenciava, escutava, buscava no Senhor a luz que dissipava suas dúvidas.
Maria foi a primeira a anunciar o Salvador. Ao visitar sua prima Isabel, levou consigo a alegria do Espírito Santo e a boa-nova. Pela fé, reconheceu no Menino nascido na simplicidade de um estábulo o Filho de Deus. E, mesmo ao vê-Lo padecer na cruz, permaneceu firme na certeza de que Ele era o Salvador.
Humilde e obediente, submeteu-se à lei da purificação, mesmo sendo livre de qualquer impureza, e levou ao Templo Aquele que é o próprio Deus (Lc 2,22-24).
Maria seguiu sua missão junto aos apóstolos. Ao término da missão terrena de Jesus, ela se torna a “Mulher”, a nova Eva, a “mãe dos viventes”, Mãe do Cristo total, que é a Igreja. Assim, estava presente com os Doze, “unidos no mesmo coração, assíduos na oração” (At 1,14), preparando-se para a vinda do Espírito Santo em Pentecostes, que marcaria o nascimento da Igreja.
Concluo com as palavras de São Francisco de Sales: “Não há verdadeira devoção a Deus sem amor à Santíssima Virgem.”
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Boletim do dia 04 de Junho
Filhos e filhas,
Pentecostes não é apenas uma memória do passado, mas uma realidade viva e presente. Assim como aconteceu no Cenáculo, quando os Apóstolos reunidos com Maria, Mãe de Jesus, perseveravam em oração, também nós somos chamados a viver essa mesma experiência. Foi, na primeira novena da história, que o Espírito Santo desceu como línguas de fogo, transformando aqueles homens temerosos em anunciadores destemidos do Evangelho.
O Pentecostes não é um evento isolado na história. Aconteceu na casa de Cornélio (cf. At 10) e se renova na vida da Igreja sempre que abrimos nosso coração. Todos nós temos áreas da nossa vida que ainda precisam ser preenchidas pela ação do Espírito. Por isso, nunca podemos dizer que estamos “plenos”. Plenitude, na verdade, só se alcança quando estivermos face a face com Deus. Até lá, o Espírito continua a nos transformar, a cada ano, a cada celebração.
O Evangelho de João nos traz uma belíssima reflexão sobre o Pentecostes. No capítulo 20, o Ressuscitado aparece aos seus discípulos e, por três vezes, diz: “A paz esteja convosco”. Não é uma saudação qualquer, mas uma cura profunda. O primeiro “Shalom” cura a ferida do medo e da frustração. Aqueles homens estavam trancados, inseguros, envergonhados por terem abandonado o Mestre. Jesus entra e diz: “Eu conheço suas fraquezas e mesmo assim continuo confiando em vocês”.
O segundo “Shalom” cura a incredulidade. Assim como Tomé precisou tocar nas chagas, também nós muitas vezes nos deixamos abater pela tibieza espiritual — aquele estado em que a fé se esfria, a oração perde sentido e a vida na comunidade se torna um peso. Jesus, no entanto, se oferece: “Ponha tua mão aqui”. Ele não rejeita nossas dúvidas, mas nos convida a um reencontro com a fé viva.
Por fim, o terceiro “Shalom” nos envia. Depois de curados, restaurados na paz e na fé, Jesus sopra sobre eles e diz: “Recebei o Espírito Santo”. É o envio missionário. A paz recebida não é para ser guardada, mas compartilhada. Foi assim que Pedro, o pescador simples, teve coragem de pregar no Pórtico de Salomão, lugar reservado aos mestres da Lei.
A Igreja nasce do Espírito e se mantém de pé por Ele. A missão não é apenas dos padres ou religiosos. Todos, nas mais diversas vocações, são chamados a serem instrumentos de transformação no mundo. Precisamos de médicos, professores, políticos, advogados, pais e mães cheios do Espírito Santo. Somente assim veremos os sinais e prodígios que acompanharam os primeiros cristãos se repetirem também hoje.
Pentecostes nos lembra que o mundo pode até tentar nos dividir, mas em Cristo, e pela força do Espírito, permanecemos unidos, cada um no seu carisma, mas todos pela mesma causa: anunciar Jesus e fazer o Reino de Deus acontecer.
Termino essa mensagem com a Sequencia de Pentecostes, clamando o Espírito de Deus:
"Espírito de Deus, enviai dos céus um raio de luz!
Vinde, Pai dos pobres, dai aos corações vossos sete dons.
Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívio, vinde!
No labor descanso, na aflição remanso, no calor aragem.
Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele.
Ao sujo lavai, ao seco regai, curai o doente.
Dobrai o que é duro, guiai no escuro, o frio aquecei.
Dai à vossa Igreja, que espera e deseja, vossos sete dons
Dai em prêmio ao forte uma santa morte, alegria eterna!
Enchei, luz bendita, chama que crepita, o íntimo de nós!"
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
Boletim do dia 11 de Junho
Filhos e filhas,
Falar de amor é falar da essência de Deus. Um amor que transborda, se manifesta e se multiplica em muitos gestos, formas e relações. O amor não é um detalhe na nossa vida, ele é o sentido de tudo. E quando falamos de amor, falamos também de cura, de reconciliação, de entrega e, sim, de vocação — seja ela no namoro, no casamento, na vida consagrada ou na vivência de um celibato fecundo.
Quando olhamos para o Coração de Jesus, olhamos para um amor escancarado, um amor que se entrega até as últimas consequências, um amor que se revela nas Santas Chagas de Jesus, na cruz e na ressurreição. A redenção é, acima de tudo, um ato de amor.
E aqui surge um alerta, filhos e filhas: muitos estão cansados, feridos, decepcionados, desanimados no caminho do amor. Sentem-se o último dos últimos. Mas a boa notícia é que Jesus nos ama. Ele nos acolhe, nos abraça e nos diz: “Eu sou a tua felicidade.”
Amar, filhos, não é cumprir regras frias. Amar é ir além da lei. A lei sozinha mata, mas o amor salva. A fé não nasce da rigidez, ela nasce da graça, do encontro com Jesus. Esse ensinamento vale profundamente para nossos relacionamentos. Infelizmente, muitos casamentos e namoros estão adoecidos. Por quê? Porque falta amor verdadeiro. Falta aquele amor que é sacrifício, que é doação, que é libação, que é entrega.
E para viver esse amor, precisamos de Deus, e a cultura popular nos apresenta Santo Antônio como o santo do amor, o santo casamenteiro. Ele é um intercessor, sim, mas é também um mestre no amor cristão, no amor que constrói, que perdoa, que cura.
Todo casal deve ser eternamente enamorado. O dia que se perde o encantamento, o cuidado, o zelo, o casamento começa a desmoronar. E como se mantém o “enamoramento”? Perdoando. Sabendo que amar é, sim, sacrificar-se. Porque quem ama se entrega. Olhem para a cruz e vejam: amor é sacrifício.
Os casais precisam ter coragem de rezar juntos: “Senhor, me ajuda a perdoar minha esposa, meu esposo, porque o tempo nos feriu.” Isso é amor que cura, que restaura.
Aos namorados, Santo Antônio ensina: não se precipitem! É preciso conhecer, discernir, entender quem é o outro. Muitas dores no matrimônio nascem porque os passos foram atropelados. Muitos entram no casamento sem ter se amado de verdade, sem se conhecerem, e depois acham que o tribunal da Igreja vai resolver. Não resolve. Porque os filhos, as feridas, o que foi vivido, tudo isso deixa marcas.
Por isso, filhos e filhas, não pulem de galho em galho. Relacionamento não é cura para carência. Antes de tudo, é preciso pedir: “Senhor, cura meu coração. Não permita que eu leve minhas feridas para um novo relacionamento. Me prepara para somar, para construir.”
O mundo hoje banaliza o amor. Troca o amor por prazer, por consumo, por egoísmo. E o resultado? Vazio, solidão, amargura. Amar não é buscar alguém para me satisfazer. Amar é estar disposto a se doar, a construir, a se repartir.
Não é falta de dinheiro que impede casamento, é falta de compromisso. O que falta hoje não é condição financeira, é amor responsável, amor maduro, amor que não tem medo de renúncia.
Finalizo a mensagem sugerindo essa oração de Santo Antônio, para que nosso coração transborde amor, perdão e reconciliação:
Santo Antônio, intercede por nós,
para que tenhamos amor suficiente para curar nossas feridas,
paciência para esperar, sabedoria para escolher
e coragem para amar como Jesus nos ensinou.
Que nossos relacionamentos sejam escola de amor, perdão e doação.
E que, onde houver divisão, brote reconciliação.
Onde houver mágoa, surja o perdão.
Onde houver desânimo, renasça o amor.
Amém.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
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